segunda-feira, fevereiro 28, 2005

Passos políticos

Não vai ficar pedra sobre pedra? Há tantos casos conhecidos de lutas intestinas, de guerras pessoais e de decisões de pouco disfarçada 'agressão' pessoal, que é impossível ignorar esse campo fértil em peripécias. Nos corredores perpassa ansiedade.
Abro aqui uma nova secção.
Vou chamar-lhe simplesmente «passos políticos», rubrica que regressará sempre que oportuno. Nunca com questões pessoais. Sempre com posições políticas mais ou menos públicas, mais ou menos divulgadas.
Algumas situações dão que pensar.

Feira Popular

Por exemplo: as implicações da nova localização da Feira Popular de Lisboa.
Quando começou toda esta trapalhada do Parque Mayer, estavam anexas a esse processo duas questões laterais mas importantes: a do casino e a da nova localização da Feira Popular. O mundo deu imensas voltas, o casino acabou por ser levado para a Parque Expo e, quanto à Feira, depois de várias hipóteses rejeitadas, Santana falou do Jardim do Tabaco, ao que de imediato se opuseram as juntas de freguesia da zona e a Administração do Porto de Lisboa, e, há umas semanas, Carmona Rodrigues falou de levar a Feira para o Parque da Bela Vista – ideia preocupante pois este local, aprazível até há uma ano, já tinha sido destruído de modo idiota para o Rock in Rio, mas houvera a promessa de o repor. Pois agora, quanto à localização da Feira, sabemos mais pela boca de Fontão de Carvalho (eleito pela Coligação de esquerda mas hoje com pelouros atribuídos pela maioria de direita). Ele disse, com clareza, que não haverá Feira Popular em Lisboa tão cedo. Não antes do Verão. Ou, dito de outro modo: já não será esta câmara a decidir.

Limpar Lisboa

Outro exemplo recente de incómodos nos passos políticos da CML: a pressa de Carmona Rodrigues em anunciar que vai limpar a Cidade da floresta de «outdoors» que poluem a Cidade. Que cartazes serão? Os da própria CML, que Santana e o próprio fez proliferar? Ou os cartazes das campanhas partidárias? Aí, então, não se pode deixar de pensar se Carmona não estará com pressa de afastar das ruas de Lisboa a foto de Santana Lopes (cuja sombra está a ensombrar o seu futuro próximo e o de muita gente).

Santana regressa?

Transparece nos corredores do poder muita preocupação com essa dúvida: Santana volta ou não volta para a CML? Há incertezas. Mas há também ansiedades nos corredores. E há mesmo pânicos. Sabe-se lá porquê. As opiniões dividem-se em público dentro do PSD. Helena Lopes da Costa, vice-presidente do PSD, desautorizou e mandou calar Moreira Marques, vereador do PSD que está na CML em substituição por saída de outros membros da lista, o qual, em declarações recentes aos jornalistas deixou bem claro que entende que Santana não deve regressar à presidência da CML.
Entretanto, da Figueira da Foz garantem que Santana regressará por ali às lides já nas próximas autárquicas.

Sem perdão

Voltando à guerra Santana/Moreira. A verdade é que Santana, quando Moreira Marques chegou à CML, chegou a retirar-lhe pelouros por mal disfarçado incómodo devido a mau desempenho, segundo se diz – e, tudo isso, feito em público.
Estas coisas marcam. E não se perdoam.
Como Cavaco nunca há-de perdoar que Alberto João Jardim se tenha referido a ele como «o sr. Silva». Ainda teremos notícias desta frente «ocidental».
Ou como Barroso não perdoou a Santana actos de «play-boy» de há mais de 20 anos, segundo me contam – e a vingança serve-se fria: já está vingado: Santana sai de cena por cinco ou dez anos. Tiro certeiro