sexta-feira, janeiro 11, 2013

Editorial

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Se fosse uma tese de doutoramento, chumbavam todos

Não sei quem nem quantos foram os chamados técnicos do FMI que assinaram o celebrado e malfadado relatório.
Mas sei que devem ter sido todos colegas de Relvas na Faculdade.
E cada dia mais me convenço que fizeram uma peça política e não um estudo técnico.
Não têm base científica.
Não detectaram erros de informação dos ministérios.

Estão neste momento no Jornal das 8 da SIC dois sectores e a mim isso chega-me para escrever isto:
- Condeno o facto de estarem a expor-se numa acção de intimidação do Povo Português ao serviço de um grupo instalado no poder, negando a sua condição de técnicos, se é que o são, como eu supunha até há pouco que eram mesmo.
Os dois sectores são a Educação e a Saúde.

EDUCAÇÃO
Lamentável. O relatoriozeco parte de dois estudos (um de 2000 e outro de 2003) para propor.
Erro.
É que havia um estudo de 2009. Seis anos é muito tempo e os dados são bem diferentes.
Se tivessem seguido esse estudo, nem propunham aumento de propinas nem diziam que a qualidade dos resultados eram dos mais baixos da Europa nem diziam que a percentagem do PIB gasta na Educação era dos mais elevados da Europa.
Porque tudo isso é mentira.
Mentira.
Expliquem-me como é que, partindo de dados errados, se poderia chegar a conclusões correctas...

SAÚDE
O próprio ministro veio logo dizer que não é necessário aumentar as taxas moderadoras para aqueles níveis (exemplo: 50 € uma urgência).

Se fossem alunos de doutoramento, estes «estudantes» do FMI seriam chumbados. 
Ponto.

Li aqui que o Prof. Nóvoa diz que eles, os tais «estudantes» do FMI tanto torturaram os dados que eles acabaram por confessar que a melhor política é aquela, a do FMI...       

Nota
Já agora: se estamos aqui às voltas para cortar 4 mil milhões (por ano, atenção) e se afinal por razões a nós exteriores já foi aumentada a ajuda de 78 mil para quase 82 mil milhões, para quê continuar com esta farsa?
Podem pelo menos aligeirar por um ano, para não encavalitar tudo ao mesmo tempo agora já.  

Quem anda a manobrar tudo nos bastidores desta peça de teatro trágico?
Deixem-me escrever por uma vez o seguinte que me anda a chatear há muito:
- As pessoas, os Povos, os Estados não são peças de lego para experimentar se dá e, se não der, paciência - que se lixem.
Isto tem de acabar.
Acabar.   
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