segunda-feira, setembro 05, 2005

Dia 5 de Setembro / Jornal das 11

Vamos ao trabalho

Da parte da CDU, a pré-campanha decorre exactamente ao ritmo programado, tendo em conta os vários factores. Apresentadas as listas (e já antes o Programa) da Cidade, apresentadas as listas das Freguesias todas, visitados alguns pontos críticos da Cidade, realizados os debates que estavam programados, é agora altura para nova fase da pré-campanha.
Terminada a gigantesca Festa do «Avante!», vamos ao trabalho que se faz tarde. Ou melhor: que já ninguém diz que é cedo. A equipa de Lisboa está pronta para este novo esforço dedicado à Cidade e ao combate político.
Como se sabe, Ruben de Carvalho é ele mesmo o responsável por todo o programa musical da Festa, uma tarefa gigantesca. Um sucesso, repetido aliás ano a ano.
Agora, liberto dessa tarefa aliciante e dominadora, é respirar e… vamos em frente.
E vamos querer que a comunicação social compense a CDU da obnubilação que tem sido predominante.

Vilanagem

Nalgumas autarquias, as campanhas eleitorais voltaram anos atrás. Revejo-me nos anos 80 outra vez. Cada um promete o céu. Nem as pensam. Ando nisto vai para 31 anos. Surpreendem-me sempre. Devo ser um ingénuo. Eu e os eleitores, que se deixam sempre encantar.
Vem isto a propósito do cenário que encontrei em Lisboa, regressado de férias.
Em cada esquina um cartaz a prometer mundos e fundos. Coisas já usadas e nunca cumpridas. Uma espécie de «déjà vu» para quem observa. Coisas disparatadas – no meu modesto entender. Coisas inesperadas, também. A assinatura, para já é do candidato Carrilho. Cito três casos: «Um jardim em cada bairro»; «Táxi social gratuito para os idosos»; «Saúde e segurança nas escolas».
Podia citar outros casos. Este basta.
Do que se trata aqui é de alertar as pessoas.
Pensar é coisa simples.
Claro que esta de prometer, prometer, prometer… e depois não cumprir, já é velha. Há pessoas que são useiras e vezeiras nisso mesmo.
O que vai acontecer, no caso de Lisboa, é simples: Carrilho chega aos Paços do Concelho; a coisa está feia do ponto de vista financeiro; e pronto: vai de desculpar-se e entrar no ritmo normal de «ram-ram» da Autarquia. E isso vai ser muito lamentável, acho eu. Mais valia, em meu entender, estudar primeiro e prometer depois. Ainda todos nos lembramos da surpresa de Sócrates (para as câmaras) quando viu como estava o erário público. E o que desatou logo a fazer: tudo ao contrário do que tinha prometido na semana anterior. Com Carrilho em Lisboa vai acontecer exactamente o mesmo. Basta recordar que a dívida real de curto prazo da CML deve estar aí pelos 400 milhões de euros.
Veremos.
Este exemplo é retirado de Lisboa, mas podia ser de muitos outros pontos do país. Infelizmente.

Contra-ataques

Os estacionamentos em Lisboa são geridos por uma empresa municipal, a EMEL. Anda agora uma grande guerra em torno desta empresa. Tudo porque um candidato (Carrilho, PS) acusa outro (Carmona, PSD, no poder como vice-presidente da CML) de estar a privatizar bens públicos. Vem o Presidente ainda actual (Santana Lopes, PSD, que não se re-candidata) e garante que tudo está bem. E vem um administrador da EMEL (desde 2003), Leiria Pinto, também do PS, e fala de «ignorância atrevida» do candidato do seu próprio partido. A administração da empresa, que é tutelada pelo vereador do CDS na CML, garante que se trata de meros actos técnicos e de gestão empresarial. Confusão séria.

Ah bom!

Agora percebemos tudo. Não se estava a perceber por que razão tanta gente quer ganhar as eleições em Lisboa. Agora está tudo claro. Segundo Luís Filipe Menezes, isso é porque a CML é uma grande agência de empregos e um forte instrumento de poder.
Apetece dizer desde logo que «só contaram p’a você!».

Delicioso!

Chego de férias e tenho uma prenda de piada em cima da mesa: o presidente da CML, Santana Lopes, não fará campanha por Carmona Rodrigues: antes pelo contrário, ao inaugurar as piscinas, vai convidar todos os candidatos, porque a obra é de todos.
Que bonito… Carmona deve estar danado, ele que, certamente, irá sozinho acompanhar Santana nessas inaugurações (ou talvez nem ele vá a algumas).