quinta-feira, maio 05, 2005

Jornal das 11 / dia 5 de Maio

Carta-aberta

Meu querido blog,
Há dias assim. Ontem nem te toquei. Não é que «tenha outra». Mas há qualquer coisa no ar. Uma coisa que «anda por aí», como diz o outro. Chama-se «Jornal de Sintra». Fechou ontem a edição e isto não é fácil, com o Sampaio lá, logo às oito e meia da manhã… pontual, o Presidente, hein! Entrevistei-o, pois. Rapidamente, que não queria empatar, e havia directos para fazer e tudo. Mas correu tudo bem.
Bom, de qualquer modo, vai-te habituando a este «casamento a três», passe a má-língua.
Quem não gostou nada desta ausência de ontem foram os nossos amigos dos jornais (teus fãs declarados e descarados) que todos os dias te abrem, salvo seja, não outra coisa… mas o ecrã, digamos assim.
Ontem. Logo ontem, dia em que o Ruben já estava no terreno. Mas há-de haver mais. Ele e os companheiros que foram à reunião contaram-me pormenores interessantes da reunião com a Associação dos Comerciantes. Segurança, obras que não acabam, poder de compra, concorrência das grandes superfícies…
Sempre te disse que o Ruben tem perfil para provocar muita empatia. E já está a começar. Devagarinho, que ele não está «stressado» com a pressa que alguns de nós mostram… Uma coisa de cada vez. Um dia de cada vez.
Bom.
Sei que me perdoas, como qualquer boa pessoa.
Cá estou de volta e de corpo inteiro.
Um abraço para ti e para as/os que te manipulam – salvo seja, outra vez…
Inteiramente teu,
JCM.

Candidatos

Hoje, a CDU apresenta os candidatos a cabeças-de-lista às 53 assembleias de freguesia da Cidade de Lisboa. Não se pode dormir na forma, meus! É às 18 na Casa do Alentejo.

Programa

Têm-me perguntado se já há programa. Sim. Estamos a ultimar pormenores. Vai-se fazer a apresentação pública dentro de uns dias.

Entrevistas

Há já jornalistas a querer entrevistas com o Ruben. Sim, vamos começar um dia destes. A primeira, essa já está não só pedida mas também prometida.

Túnel

Parar a obra até que as condições impostas na Declaração sejam cumpridas. Propõe a Plataforma de ambientalistas contra a Túnel.
Anulação da Declaração de Impacte Ambiental. Pede a CML. Talvez por ver este perigo de ser considerada culpada por não cumprimento.

Em grande

Chumbadas anteontem as contas de 2003 na Assembleia Municipal. O PSD despede-se este ano de Lisboa com tudo em grande, em maior até: a maior dívida de sempre de uma autarquia portuguesa e sem dúvida a maior dívida da história de Lisboa, desde Ulisses… e ainda o maior vazio de execução, ou seja, a menor taxa de execução da Cidade, também desde… os romanos, digamos assim.
PS, PCP, Bloco e Verdes disseram a uma só voz, na Assembleia: ‘Não, senhores, isto assim não dá!’

Devolutos

Quase quatro anos depois, e quando já está de despedida, a maioria a que pertence a vereadora da Habitação (!) (?) (eu já explico os dois raciocínios condensados nestes dois parêntesis) mandou elaborar… um levantamento dos prédios devolutos. Mas por que será que se lembrou agora? A senhora que o vai fazer estaria a precisar de umas massas? Pois se a CML esteve estes três anos e tal sem se preocupar nem precisar, porquê agora, que a maioria actual está de despedida? É manobra de esconde-esconde para que nós acreditemos que eles acreditam que estão de pedra e cal? Mas alguém acredita que fiquem sequer na lista de Carmona os vereadores que apoiaram Santana agora nesta fase, à excepção de Pedro Pinto, talvez, mas por outras razões que não autárquicas?
Notinha: o ponto de exclamação significava que «vereadora da Habitação é um título pomposo, ‘tá a ver? O de interrogação, que duvido que ela, de habitação, queira saber. Ainda se fosse «construção», ok, tudo em cima, agora… ‘pobres’?, credo – pensará a senhora, coitada que tem aquela dimensão tipo Figueira e não mexe!!

Uma candidatura e uma pessoa

A escolha do eleitorado, em Outubro, segundo Carrilho.
Os lisboetas, diz ele, vão escolher entre uma candidatura (a do PS) e Carmona. A quem chama «nº 2» de Santana.
Ena, senhor filósofo. Tantos desníveis de raciocínio, numa só ideia. Até eu que, de filosofia só estudei dois anos e algumas cadeiras, sei que os desníveis são um vício de raciocínio. E aqui há vários, senhor filósofo.
Primeiro.
A acção política mói os neurónios, eu sei, mas que diabo, de um lado um partido e do outro uma pessoa.
Segundo.
Ainda por cima com o estatuto menor de nº 2 de outrem… Se os eleitores pudessem ser mais interventivos talvez perguntassem se cada um aparece como lhe apetece: uns em lista outros uninominalmente.
Terceiro.
Então isto desta vez é a dois? A sua formação democrática não passou da primária, ou estou a interpretar como má formação o que é só indelicadeza?
Quarto («single, please»).
Já agora, mesmo em luta política, admita que não é ter grande dimensão intelectual adoptar uma postura tão altiva, a ponto de nem ver a(s) outra(s) candidatura(s). É que a da CDU já aí está, no dia-a-dia dos bairros. E parece que vem aí a do Bloco. Não sei, mas ouvi dizer. Só vendo. Mas lá que li, li. E ainda há-de aparecer a dos MRs, para roubar votos à CDU, pelo facto de o Tribunal os deixar utilizar o mesmo símbolo que o PCP, que muita gente procura nos boletins em todas as eleições desde o 25 de Abril e… ainda não se conseguiu esclarecer essas pessoas, ninguém sabe porquê...
Por último: quinto.
Numa entrevista ao ‘DN’, o mesmo desnível: em relação ao mandato anterior, confusão do jornalista subscrita pelo candidato: a gestão não foi do PS. Não. Foi da Coligação. Com tudo o que isso implica. Mas rigor seria dizer isto mesmo. Admito que nenhum dos parceiros cumpriu o seu projecto, e admito que de boa fé ambos tenham tentado fazer o melhor do Programa da Coligação. Mas da Coligação, evidentemente.
Mas acho que isto que estou para aqui a fazer é malhar em ferro frio.
Os grandes órgãos de comunicação nem se vão preocupar com rigores destes.
Mas acharia eu, na minha eterna ingenuidade, que isto não vale tudo e que o ‘gangsterismo’ é que é bom. Uma espécie de lei dos mais forte (ou com estatuto disso). Uma espécie de… , não: ‘Farwest’ político mesmo!

Azar

Espero que seja só azar. Mas reparei na semelhança lamentável do logotipo estrelado da campanha de Carrilho com o mesmo logo mas da campanha publicitária do Skip. Se vier a descobrir que são ambos do brasileiro, não perdoo e ‘espeto’ com isso aqui. Aí já não direi que foi azar mas sim má-fé. Mas nem acredito.
A campanha está azarada.
Depois da ‘burrada’ (ou ‘borrada’?) que o brasileiro fez na inversão e contracção de Lisboa… mais esta. Porra. Eu que faço campanhas desde que me conheço, sei como deve estar a sentir-se o candidato Carrilho.
Lamento, também, embora pelo prisma profissional, digamos assim.
Claro que Carrilho tem e vai ter muita televisão (vão dizer que é a força maior e tal, Bárbara e tal).
Mas sempre direi que o PCP é de facto a segunda força política em Lisboa hoje.
Eu explico.
Primeiro.
Presidentes de Junta: o PCP tem mais do que o PS. Porque nas freguesias em que o cabeça-de-lista da Coligação era do PCP, visto que esta força tem mais implantação no terreno, ganhou-se em maior número.
Segundo.
Isso faz do grupo municipal do PCP o segundo grupo na Assembleia Municipal (os presidentes de junta são membros da AM por inerência, como se sabe).
Terceiro.
Como um dos vereadores eleito na lista do PS para a CML (Fontão de Carvalho) se ‘baldou’ para o PSD, o PS, que tinha 4 vereadores como o PCP, acabou por ficar de facto só com três e passou a terceira força dentro da CML, ficando o PCP em segundo lugar.
Não parece mas é. Coisas da vida. E é ir aos bairros municipais, por exemplo, e ver quem conhece quem. Ninguém sabe isto. E ninguém sabe que, só aí, residem mais de 100 mil. Que votam. Muita campanha para fazer. O PS (macro) nem imagina que assim é. Mas é: é a vida.

Parque Mayer

Ah, sim? Jardim e Capitólio? Então por que foi que primeiro o PS viabilizou o negócio da vida do Carmona dando mais de 40 milhões de lucros aos donos do Parque Mayer? Ó homem, é melhor começar a coordenar-se com o PS mesmo... Olhe que o pessoal dos jornais sabe disto tudo.

Media

A propósito de jornais. Falo do país triplo: o dos media, o dos media virado para eleições nacionais e o dos media virados para eleições locais. Quem baralhar estes três países, está feito, meu! (Eu que ando nesta coisa dos media há mais de trinta, ainda não há muito que aprendi a discernir: não na teoria, que isso foi logo, mas na prática). Carrilho ainda parece na pré-história disto. Vai aprender depressa.

Sondagem

A primeira sondagem do PSD dá a Carmona 12%. Ena tantos! Também, encomendada pelo PSD, qual havia de ser o resultado. Mas assim é um exagero, homem.
Em todo o caso, dr. Carrilho, como sei que também tem uma na mão (esta encomendada pelo PS), ponha os números cá fora, já que a negou há dias a duas jornalistas... Como diriam os americanos: atreva-se. Como dizemos nós: tenha a coragem, dr..



Registo

Os elogios

Se eu me chamasse Sócrates, punha-me a pau. Os elogios de Santana são fatais. Se bem que hoje nem ele estará para essas tácticas nem a sua palavra pegará muito. Mas ler que ele diz que Sócrates «está a ir bem» e «eu gosto do estilo dele» podia ser o suficiente para o pessoal começar a olhar de lado…

Torres

Sabem para onde parece que queriam mandar Santana concorrer? Ou Felgueiras, ou Montemor ou Torres Vedras. Este PSD também me saiu cá um saco de gatos.