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RTP não será privatizada: nem a 1 nem a 2.
E isso apenas por razões comerciais
Acho que a privatização de «um dos canais abertos» da RTP está condenada a não se concretizar por parte do PSD. Não por razões ideológicas ou de defesa do património público (no sentido global: financeiro, mas, sobretudo como instrumento de defesa do interesse público - que é o que a RTP devia ser). Não por essas razões, digamos, superiores.
A RTP não será privatizada por outros motivos bem mais terra-a-terra:
1. De que vivem os canais privados? De publicidade.
2. O único canal apetecível para investidores privados é o 1.
3. Se a RTP 1, seja com que nome for, aparecer no mercado (deprimido) da publicidade, o que vai acontecer? Os milhões hoje divididos pela SIC e pela TVI têm de ser distribuídos também pela RTP 1. Ou seja: baixam os lucros de Balsemão (e da TVI, mas é sabida a influência e até o peso simbólico de Balsemão sobre o governo do PSD). Pode mesmo sair daí uma crise valente para a SIC (menos protegida pelos deuses da publicidade por via das menores audiências globais).
4. Balsemão Balsemão não permitirá que a privatização avance.
Logo, a RTP não será privatizada.
E o facto de o Governo vir há dias dizer que estava adiada a questão da privatização da RTP não se deveu a nada de superior ou transcendente ou a rebate de consciência (esses pruridos não existem: viu-se no caso BPN...) - deveu-se, apenas, à pressão de Balsemão e ao seu raciocínio acima descrito.
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Base deste comentário: Governo está decidido a privatizar um canal público de televisão
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