sexta-feira, abril 01, 2005

Jornal das 11 / Dia 1 de Abril

Abertura

Hoje, 1 de Abril, é na tradição dia de mentiras.
Não acredito nos boatos que têm corrido esta semana sobre a ida de determinada pessoa para determinado local com determinado papel.
Mas lá que consta, consta.
Mas também consta que só «está aqui até Junho».
Sei lá. Já estou por tudo.
E a verdade é que Carmona é que fez a festa para a fotografia ontem, na inauguração da pista de «karting» da Boavista (24 de Julho/D. Carlos I). Dá vontade de dizer que Carmona se fez à foto, e os fotógrafos lá estavam, tipo: «Eis o homem».


Carrilho

Um dos bloguistas de um fórum do PS de Lisboa diz que o programa eleitoral do PS para Lisboa deve ser encontrado entre os contributos dos bloguistas e as ideias do candidato. Assim mesmo. Parece-me que nunca li coisa tão absurda.
Três notitas sobre o que se tem dito e escrito, que pouco tem a ver com o próprio candidato:
1. Há uma sensação de tom pouco modesto, pouco moderado. Com coisas desatas já se perderam antes eleições consideradas «no papo»: a imodéstia e o excesso de confiança não serão os melhores conselheiros;
2. Encaixa neste raciocínio o facto de se dizer que o PS sozinho tem votos para ganhar. Portanto não precisa de coligação. Portanto oferece a benesse da coligação. Por solidariedade, provavelmente.
3. Claro que não é nada disso. E esta é a melhor prova daquilo que aqui escrevi antes: as votações para as autarquias são essencialmente diferentes das eleições legislativas. E o sofisma é esse: não se creditar numa coisa mas dizê-la para ter efeitos fora. Complicado? Não mais do que a táctica ela mesma…
(A propósito, transcrevo o que disse Raposo, presidente da FAUL do PS: «Falaram-se em vários hipotéticos candidatos, mas a verdade é que o dr. Carrilho foi o único que levou a sua candidatura até ao fim»).
Já agora, sublinho o que Pedro Tadeu escreve hoje no ‘24 horas’: «Não são favas contadas», dr. Carrilho.


Negócios, negócios

Anacoreta Correia, deputado do CDS na Assembleia da República era também deputado municipal na Assembleia Municipal de Lisboa, mas, com o regresso de Santana diz ele que perdeu o entusiasmo e suspendeu este último mandato. O que é estranho é que em meia dúzia de linhas de uma declaração à comunicação social usou por duas vezes o termo «negócios»: Carmona conduziu melhor os negócios… Pode voltar se os negócios forem feitos em diálogo. E ainda fico com a sensação de que referiu que houve negócio entre o PSD e o PS contra o referendo sobre a obra do Túnel do Marquês…
Tanto negócio!

Passeios abatem

Tenho falado aqui sobre a degradação progressiva do espaço público. Os passeios e tal. Pois isto está a tornar-se mesmo perigoso. No mesmo dia, no espaço de algumas horas, mais dois casos: um no CC de Belém, outro em Santos. Cabem lá, respectivamente as rodas e o carro inteiro. O último dos buracos, o de Santos, tem dois metros…

Há um ano

Encontrei uns apontamentos de dia-a-dia de há um ano atrás. Respigo três:
1. Miguel Coelho falou do túnel nas TVs, no dia 16 (de Março de 2004), após audição de Carmona Rodrigues na Assembleia da República (ele era então ministro das Obras Públicas): «A obra adjudicada não é a obra que está a ser feita».
2. Filomena Mónica, no «Público» de 24 (de Março de 2004) arrasa Santana Lopes por este alegadamente ter comprado a casa errada de Eça de Queiroz. Santana riposta no «Diário de Notícias» de 25 (de Março de 2004). Diz Santana: «Musas: não sei quantas me têm aparecido ao longo da vida. E nem todas têm trazido bons momentos. A prosápia e a arrogância são feias. Eça de Queiroz desprezava os vaidosos. (São) Ciúmes por não a ter escolhido para dirigir a Casa Eça de Queiroz».
3. Lido em «A Capital» de 20 de Março do ano passado. O Partido Ecologista Os «Verdes» quer saber onde está a verba europeia para a ETAR de Alcântara. Em 2001, a Coligação aprovou obras no valor de 30 milhões de € e o prazo de 675 dias para a sua execução. Em 2002, actual maioria anulou concurso. (Por azar da Cidade, esta obra ainda hoje não foi feita e a ETAR está a cheirar de forma cada vez mais pestilenta.)


Registo

1. Rão Kyao: o novo CD de Rão Kyao chama-se «Porto Alto» e constitui uma viagem pela envolvência do pão, do azeite e do vinho: mais mediterrânico, não podia haver... É, pois, essa a base do concerto do músico no domingo, no Forum Lisboa, a partir das 22 horas. Preços: 15 e 20 euros. «Vamos fazer deste concerto uma festa», disse ele mesmo. Muito vai este CD rodar e eu a deliciar-me...
2. Os oficiais da PSP querem mais liberdade de actuação para revistarem carros e pessoas, mesmo sem mandado. Deve ser com a melhor das intenções. Mas estas coisas fazem-me sempre calafrios. Mas concordo muito mais com os sindicalistas quando colocam questões tácticas e estratégicas quanto ao policiamento e ao uso das forças especiais da PSP: elas destinam-se mesmo a operações especiais e não ao policiamento de presença constante…