Na terça-feira, o Parque Mayer vai a votos na Assembleia Municipal. Falta dizer duas ou três coisas que ninguém parece querer ver escritas.
1. Não há planos prévios que permitissem avaliar com justiça os terrenos, nem para o Parque (que a CML vai comprar) nem para Entrecampos (Feira Popular, que a CML vai vender, parcialmente, em troca). Planos que a Lei exige para que a população se pronuncie antes de mais, e para que a Assembleia Municipal os aprove antes de mais.
2. As avaliações feitas não valem nada. Está escritinho na proposta de que o PS desistiu da noite para o dia: «as avaliações anteriormente realizadas (são) desajustadas e sem sustentação».
3. A CML vai comprar por preço mais alto terrenos para construção de equipamento cultural no Parque do que o preço pelo qual vende terrenos para comércio e serviços em Entrecampos. Quem ganha? Os privados que estão a negociar com a CML - e que não sei quem serão. Podem não ser o que parecem, dizem-me. Quem perde? O erário municipal. E perde muitos, muitos milhões: tantos quantos ganham os tais privados.
4. E a posição do Bloco de Esquerda? Sempre tão firme defensor dos planos de pormenor e de urbanização, e agora?
5. Dizem-me que nem toda a gente no PS e no PSD concorda com a proposta que vai a votos. Mas não acredito que isso transpareça...
Para a semana falamos. Acho que o Parque ainda vai dar muito que falar. Ou muito me engano. JOSÉ CARLOS MENDES.