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Lisboa
PCP dá forte e feio no corte de autocarros

O PCP acaba de distribuir uma Nota sobre a questão dos cortes e reduções de autocarros em lisboa. Eis o texto:
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Governo e Carris concertados
contra Lisboa

Plano «Rede 7» da Carris lesa
direito dos lisboetas ao transporte
público eficaz

É urgente a instalação e funcionamento efectivo da Autoridade dos Transportes. Descontada a propaganda, esta «Rede 7» prejudica as populações utentes e baseia-se numa mentira: a tese da melhoria dos outros transportes – sobretudo do Metro – para justificar esta
«Rede 7» é completamente falsa e artificial.

O Governo dá a sua cobertura ao plano de cortes no serviço e a Carris teima em levar por diante a implementação da chamada «Rede 7». Um plano que vai prejudicar todos os utentes dos transportes da Carris. Este plano visa suprimir muitas carreiras e reduzir outras, reorganizando a rede de tal forma que obrigará os utentes a utilizar dois e mesmo três autocarros em vez de um só para o seu percurso. E ficam de fora da cobertura da rede locais essenciais e horários em que a população necessita do serviço: casos do horário da noite e dos fins-de-semana.
Um plano que, descontada a propaganda, só se preocupa com ‘poupanças’ e «orçamentos», não mostrando a menor sensibilidade para prestar um bom serviço aos cidadãos de Lisboa, como deve.
Tudo isso, apesar do parecer negativo da Câmara de Lisboa que aprovou por unanimidade uma proposta nesse sentido, resultante de várias iniciativas dos vereadores do PCP. Nessa deliberação, a CML manifestou-se frontalmente contra estas alterações.
Por seu lado, a FESTRU – federação dos sindicatos do sector, manifestou-se também contra esta «Rede 7».
Resulta claro de tudo isto que o Plano da «Rede 7» é uma verdadeira fraude.

Muitos prejuízos
para a população de Lisboa

São quatro dezenas de alterações, oito supressões de carreiras e mais de três dezenas de reduções horárias e de percurso – prejudicando sobretudo as populações que habitam nas Freguesias mais exteriores da Cidade, já de si têm muitas outras desvantagens, às quais se vêem agora juntar as dificuldades acrescidas de mobilidade.
Hospitais e Escolas são alguns outros dos casos de maior prejuízo!
Mas a propaganda da Carris, a coberto do Governo, vem ao arrepio dessa realidade nua e crua: a Carris afirma descaradamente que pode fazer melhor serviço com menos autocarros, com percursos mais curtos, com a supressão de carreiras e com a necessidade de múltiplos transbordos a que os utentes passam a ser obrigados, com o consequente aumentos de custos para os utentes!
E a Carris fundamenta tudo isso numa mentira descarada: a de que a rede do Metro já serve ou servirá brevemente locais como Santa Apolónia – quando ainda há duas semanas o próprio Metro veio desmentir isso tudo. Algumas linhas ditas prontas daqui a meses deverão ainda demorar anos.
Anos vários, nalguns casos!
Ou seja: a Carris, com a cobertura e a protecção política do Governo, assume a responsabilidade de uma situação negativa e prejudicial para Lisboa.
Resultado: os pressupostos da decisão da Carris, objectivamente, são apenas uma mentira...

É urgente instalar a Autoridade
Metropolitana de Transportes

Simultaneamente com estas medidas negativas da Carris, ao que se assiste em matéria de instalação da Autoridade Metropolitana de Transportes (AMT) é deplorável. Por culpa do Governo, esta instituição de carácter regional nunca passou da fase de instalação.
A AMT será sempre mais um reforço da defesa dos interesses das populações, sendo inclusive previsível que, se estivesse a funcionar, neste caso do Plano 7 da Carris poderia o seu parecer redundar num rotundo parecer negativo – o que poderia inibir o Governo e a Carris, que nada se importaram com o parecer negativo da Câmara de Lisboa, a travarem o seu próprio passo...
Urge pois a instalação efectiva e o funcionamento regular da AMT, nos termos da legislação.

Em conclusão

O Plano da Rede 7 da Carris é mais uma machadada contra a população de Lisboa e contra todos os utentes dos transportes da Carris.
O PCP entende que esta matéria é de absoluto interesse público.
Por isso, critica a decisão da Carris e condena o Governo que a tutela
e a incentiva. Por outro lado, o PCP responsabiliza o Governo e a Carris pelas consequências negativas para a população de Lisboa derivadas da implementação da designada Rede 7.
O PCP denuncia em simultâneo o facto de o Governo ter atrasado propositadamente a instalação efectiva da Autoridade Metropolitana de Transportes, prejudicando ainda mais a Cidade, os seus habitantes e todos os utentes dos transportes públicos da Carris em Lisboa.
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