sexta-feira, setembro 08, 2006

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Lisboa
Piscinas tristes: três tristes piscinas…

Andei pelas três piscinas com eleitos do PCP e vários jornalistas.
Sintomático: o relógio da dos Olivais estava parado nas três menos um quarto. Parado. Imóvel. Nada. Eram 10 da manhã, mas o relógio não se (co)move há anos: três menos um quarto. …Só não sei de que ano. Provavelmente desde 2002. Primeiro ano do mandato infeliz de Santana Lopes. E continuado agora. E já lá vai mais um ano.
Os eleitos do PCP distribuíram à imprensa esta Nota:

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Pela recuperação das piscinas municipais
do Areeiro e Campo Grande
e do Complexo Desportivo dos Olivais

A propósito da visita realizada em 8 de Setembro de 2006, os eleitos autárquicos do PCP na cidade de Lisboa entendem tornar pública a sua posição relativamente ao anunciado encerramento das piscinas municipais do Areeiro, Campo Grande e Complexo Desportivo dos Olivais.
A necessária requalificação destes equipamentos (recorrentemente exigida pelo PCP, desde 2002, durante a gestão de Santana Lopes) não mereceu em devido tempo qualquer atenção por parte da maioria PSD/CDS, o que conduziu à sua contínua degradação.
Assiste-nos a legitimidade de exigir uma resposta adequada, em consonância com a intervenção no Pelouro do Desporto, da responsabilidade do PCP, até 2001.

Projecto de requalificação
está pronto há cinco anos


Com efeito, existe nos serviços da Câmara desde 2001 um projecto de requalificação da piscina do Campo Grande, através da cobertura da piscina e da remodelação dos balneários e restantes instalações, enquadrando o edificado existente (da autoria, recorde-se, do Arquitecto Keil do Amaral); e foi lançado, em Novembro de 2001, um concurso público para a remodelação e cobertura da piscina de 50 m do Complexo Desportivo dos Olivais (Empreitada 55/DD/01), concurso esse anulado por proposta do Vereador Pedro Pinto, em Abril de 2004.
Durante mais de quatro anos estes equipamentos, sem a adequada manutenção, degradaram-se continuamente, servindo deficientemente quem os procurava.
A actual controvérsia em torno da remodelação das três piscinas, para além de evidenciar a incúria na sua manutenção, suscitou preocupações generalizadas quanto à anunciada intenção do Vereador do Pelouro de encerramento e demolição das três instalações em causa.
Na última reunião da CML, as afirmações do Vereador Pedro Feist deixaram perceber um aparente recuo (nessas intenções), reproduzido na comunicação social.

Tudo indica que se mantém
a intenção de demolir as piscinas

No entanto, a análise dos programas relativos a estas instalações, ontem facultados, vem repor as maiores preocupações quanto ao risco de completa demolição dos equipamentos existentes, quanto às novas valências previstas e ao modo de intervenção/gestão preconizado. Nestes programas despreza-se quer o significado histórico e arquitectónico quer o facto de, no caso dos Olivais, se acrescentar a eventual destruição de uma piscina recentemente construída (1999/2000).
As alternativas funcionais indicadas nos programas implicam a eliminação de actividades populares (por exemplo, nos Olivais, deixariam de existir os polidesportivos descobertos) e não indiciam qualquer política desportiva que beneficie a população em geral – sintoma eventual da opção da parceria dita «público-privada».
É urgente, pois, em nome do interesse público, que sejam definidos e concretizados pelos responsáveis da gestão municipal programas adequados de recuperação e valorização destas piscinas e que as mesmas continuem geridas pelo Município, em função das necessidades de todos os lisboetas, e se mantenham integradas no património desportivo municipal, ao serviço da população de Lisboa.

Lisboa, em 8 de Setembro de 2006
Pelos eleitos autárquicos do PCP na cidade de Lisboa
A Vereadora Rita Magrinho


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