Eis uma história muito mal contada por todos: mais uma - como tantas no nosso País que hoje mais me parece a Itália

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Tudo tem uma explicação. Primeiro: o que está em causa: 65,4 milhões voaram em 18 meses do erário da CML para os cofres do Benfica. A Judiciária andou a investigar e levou tudo para tribunal. Carmona sai como arguido. Santana é apenas testemunha. Vamos por partes. O inquérito centrou-se no contrato-programa assinado, em Julho de 2002, pela Câmara de Lisboa, EPUL, Benfica e Sociedade Benfica Estádio SA. Santana, que disse ao ‘DN’ que não faria declarações por causa do segredo de justiça, declara e muito no seu blog em poucas linhas. E diz que não estava na Câmara e que foi em Dezembro de 2004. Mas afinal... Santana era presidente e Carmona vice-presidente. Os factos passaram-se todos entre Julho de 2002 e Dezembro de 2003. Carmona diz que a culpa é toda de Santana Lopes: «o dossier Benfica era tratado directamente pela Presidência».

Há uma explicação para tamanha desfaçatez? Há. Veja a seguir. Isto tudo foi pois definido logo, depressa, seis meses depois das eleições para a Câmara de Lisboa, em Dezembro de 2001, ganhas pelo PSD / Santana Lopes e Carmona Rodrigues. Isso é uma explicação? Ah! Já me esquecia do grande escândalo da altura que antecedeu isto tudo: apoio do Benfica-instituição, com largas horas na TVI, ao PSD e a Santana na campanha de finais de 2001, culminando com a vitória por escassos votos na Câmara de Lisboa. .