sábado, janeiro 23, 2010

Meu caro Carlos Filipe, jornalista do 'Público'

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Editorial
Jornalistas hoje: pudor, medo ou vergonha de citar as fontes, sobretudo se forem do PCP?
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Isto que vou escrever é para o jornalista Carlos Filipe por ter escrito deste modo este artigo. Mas é também para todos os que acham que escrever nos jornais os iliba da responsabilidade de respeitarem a ordem da narrativa e de assim contarem a política como ela é e não distorcendo-a como é hábito e como Carlos Filipe faz ostensivamente na peça referenciada.
Na verdade, embora Carlos Filipe vá de roda e dissimuladamente como faz a minha gata, que dá voltas e voltas lá para longe quando a chamo até que finalmente lá se aproxima... o que acontece neste artigo é quase o mesmo..., na verdade, se não tivesse existido esta iniciativa de Miguel Tiago, deputado do PCP e vereador suplente do PCP e da CDU na CML - se ele não tivesse ido à Escola Gil Vicente e o PCP não tivesse divulgado a situação, Carlos Filipe e o 'Público' nem sabiam onde fica a escola - perdoe-se-me a caricatura.
Ora fez bem o 'Público', como fariam bem outros jornais que reagissem às notícias divulgadas.
Mas o mínimo que se exige é que a notícia comece pelo seu princípio na vida da informação: Carlos Filipe devia ter escrito logo na abertura o que aconteceu: Miguel Tiago visitou, o PCP divulgou, a Escola está neste estado assim-assim, o PCP reclama estas e estas mudanças. Ou seja: contar a coisa como ela aconteceu.
Mas não: Carlos Filipe anda de volta, de volta e depois, por pudor, lá bem escondidinha no meio da peça lá vem uma referenciazita, o mais pequena possível porque não pode deixar de a referir por alibí deontológico, lá vês as habituais duas (duas) linhazitas: «Disse a tutela, no final de Dezembro, questionada pelo grupo parlamentar do PCP para as deficiências encontradas naquelas obras, que "só poderá concluir pela existência de anomalias na construção quando os trabalhos estiverem terminados".»
Como se vê, do PCP nada. Nem do requerimento nem da visita nem das medidas preconizadas. Não: fala-se do PCP mas para citar... a ministra!
Lamentável.
Mas não é só com Carlos Filipe e com o 'Público' que tal acontece.
Antes fosse.
Se um ministro vai a um sítio, eis que lá vai a parafernália toda com directos e mais o raio-que-os-parta.
Se o PCP toma uma iniciativa, os jornalistas, acagaçados, falarão do assunto uns meses depois e com uma sigla no meio de um texto, bem escondida, bem disfarçada, de modo atento e obrigado, como que a pedir desculpa aos poderes político do País e económico lá de 'casa'.
Lamentável.
Ai, jornalismo português, jornalismo português, quem te viu e quem te vê.
Sei de certeza que Piteira Santos, Mário Castrim, Josué da Silva, Orlando Gonçalves e tantos, tantos, lá onde estão, já deram muitas voltas sobre si mesmos...
A mim não se me oferece mais nada: só denunciar aqui, nesta pequena mas livre tribuna.
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Actualização
Recebi de Clara Viana, 'Público', esta nota que coloco à consideração do leitor:
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«Olá,
Antes de escrever era bom que confirmasse as coisas que diz. Veja bem que dois meses antes da intervenção do deputado o Público deu uma página inteira ao Gil Vicente por causa das obras e dos estragos destas. Saiu na edição de 18 ou 19 de Setembro. São dois textos, que lhe enviarei amanhã, mas pode também pedi-los à Maria Eugénia.
Quem sabe se não se passou o contrário do que afirma e foram estes que chamaram a atenção do PCP?
Antes disso, em Agosto, o Público já teve duas páginas sobre a Parque Escolar - sobre o tipo de adjudicação e os o desvirtuamento dos edifícios históricos.
Cumprimentos
Clara Viana»
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7 comentários:

poesianopopular disse...

Esta é a grande verdade que deveria envergonhar todos os jornalistas, mas pelos vistos só envergonha uns poucos.
Vivemos uma época em que a mentira ou omissão de uns, vale mais que a verdade de outros.
Que gentinha desavergonhada!

Unknown disse...

É!...
LJ

José Carlos Mendes disse...

Apaguei e guardei um comentário ofensivo para todos os jornalistas e o seu sindicato.
Isso, neste blog, não pode acontecer.
Sorry.

Anónimo disse...

Achei particularmente interessante a nota que o Público mandou ao Zé Carlos. Especialmente porque o PCP havia apresentado na CML um Requerimento sobre este assunto, que havia sido levantado pelos professores e não por qualquer iniciativa deste jornal.
Não chega já tentarem distorcer as coisas? É necessário ainda por cima tentar subverter os próprios acontecimentos? É preciso muita lata...

Anónimo disse...

Infelizmente uma boa parte daqueles que se dizem jornalistas são apenas caixas de repetição da «voz do dono», sem qualquer respeito pela verdade e pelo direito a informação responsável.

Infelizmente esta gentinha não merece qualquer respeito.

LuisPVLopes disse...

Pois fez muito bem!

De facto, APRESENTO AS MINHAS DESCULPAS A TODOS OS JORNALISTAS PORTUGUESES SEM EXCEPÇÃO!

Fazem um jornalismo totalmente isento, justo, repleto de ética e moral.
Defensores até mais não da verdade e dos factos, tratam de forma exemplar todas as diferentes vertentes políticas sejam elas de que quadrante forem, sem qualquer tratamento preferencial ao nível da informação que recolhem, processam e transmitem. Numa palavra ISENÇÃO é o mote dos jornalistas portugueses.

Abençoado Portugal, que brilhas e dás luz ao mundo em matéria de isenção democrática, demonstrando o quanto um País pode evoluir quando devidamente democratizado na via do neoliberalismo pluralista isento e democrático.

PS
Já agora, pode também guardar este, sim?

Ouss

LuisPVLopes disse...

Há!... Já esquecia de lhe agradecer ter-me feito ver a luz, juro que fiquei ofuscado, dificilmente conseguirei reencontrar o caminho de regresso para aqui.
CDU não é?
Pois! Pena os gajos insistirem nessa de Marxismo/Leninismo!
Mas porque raio não se modernizam e ficam assim mais bem vistos? Como o PCF ou o PCE?
Isso sim, é que era evolução!

Ouss