quarta-feira, dezembro 19, 2007

Ai, Lisboa, Lisboa: O rei e a barriga

Ontem, enquanto estive na Assembleia Municipal, ouvi por duas vezes o vereador das Finanças, ao fazer a apresentação do Orçamento aos deputados municipais, referir os trabalhadores precários da CML e dizer e bem que depois «o sr. Presidente falaria sobre o tema, se assim o entendesse» (claro). Tive de sair e não posso jurar que o Presidente da CML não tenha falado do assunto. Mas folheio toda a imprensa e nada vejo. No entanto, sei, porque li o que escreveu Margarida Davim ('Sol'), que Sá Fernandes, esse sim, falou e falou e falou e disse... não sei quê de 30 revisões de contratos a recibos verdes... não sei quê de mais isto e mais aquilo. E sei, porque li no site do Bloco de Esquerda, que também não sei quê. Ora, como escreveu Paulo Ferrero e bem: o que será que tem Sá Fernandes a ver com isto em matéria de comunicação? É como se... sei lá... o ministro da Agricultura viesse dizer que a indústria ia ter esta e aquela solução estratégica para o ano que vem.
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Mas isso, ainda perdoo, embora tenha de o registar. (Era mais simples não registar, para não ter de ler daqui a bocado que não-sei-quê-obsessão-para-cá-mais-não-sei-o-quê-para-lá. Mas honestidade obriga. Nem me posso agachar e deixar de criticar só para não ter de aturar a miudagem, passe a expressão.)
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Agora o que não posso mesmo perdoar é aquilo que me vão contando que acontece com cidadãos em reuniões de trabalho paredes adentro com entidades exteriores à CML. Parece que a coisa é séria. E algo surpreendente. Quem diria, hem!
Por enquanto, fico-me por aqui.
Mas fica já aí o alerta. Porque... «para bom entendedor meia palavra basta», como diz a minha mãe - que há três dias fez nada menos do que 83 anos e ainda com aquela cabeça que envergonha as filhas...

1 comentário:

Anónimo disse...

se meias palavras te bastam, não insistas a que se tratem todos os recibos verdes por igual. sabes, seguramente que sabes, de muita gente admitida em condições e custos absolutamente vergonhosos para o municipio e restantes trabalhadores. se queres um exemplo concreto, exerço uma profissão auxiliar desde 1989 e o meu vencimento é de 590 euros e a pessoa que tomou a minha responsabilidade recebe mais de 1700 euros e creio que, por catorze meses! de modo que te pode parecer feio, insolidário mas defendo um principio de "justiça relativa". quero dizer que não admito que pessoas contratadas para exercerem funções iguais a muitos funcionários do quadro, muitos, recebam muito mais...