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Lisboa
Ideias de Santa Engrácia
Uma pessoa lê e pensa: Ena, até que enfim! Cá vamos ter algo de verdadeiramente sério: «CML quer transformar o Castelo no verdadeiro ex-libris de Lisboa. Castelo de São Jorge? Boa.
Depois leio. Blá, blá, blá, blá…. Nada de verdadeiramente sério. Nada de estruturação em estudos. Umas bocas. Umas luzes, umas setinhas direccionais. Uns milhares de euros. Nem se percebe de onde aparece aquele número com tantos dígitos e aparentemente tão calculado: 15 500 000 €: quinze milhões e 500 mil euros: nada menos, nada mais.
Pensei: mas onde é que homem vai buscar a massa? Pois se a CML não tem dinheiro nem para mandar cantar um cego!
Depois leio mais: ao todo, como coisa que parece pronta a andar, umas centenas de milhares.
Depois é o costume: logo se vê… Até porque, dá logo para perceber, o grosso da despesa de que aqui se fala vai atirado para os anos vindouros e até mesmo para lá do términus deste actual mandato, que expira – na melhor das hipóteses – em Setembro de 2009, sendo que as previsões aqui no artiguinho simpático já vão lá para 2011.
Pois. Quem vier atrás que feche a porta…
Mas isto é uma (uma) obra ou é um conjunto de ideias mal coladas e justapostas? Não sei. Coerência e princípio, meio e fim não os vejo…
Obras e promessas de Santa Engrácia
O mais provável, aliás, é que esta venha a ser, se alguma coisa for…, venha a ser uma nova obra de Santa Engrácia (como o Túnel) ou, pior ainda ou venha o diabo e escolha: uma nova promessa de Santa Engrácia, que também as há, agora, como a reabilitação do Parque Mayer para oito meses há cinco anos atrás e que lá está mudo e quedo…
Chego ao fim da leitura e vejo a assinatura. O meu cérebro estala os dedos: Alto! Conheço este nome. Já escrevi sobre este nome. Mas escrevia no suplemento cultural. Foi então promovida para o corpo do jornal («Expresso», claro): Alexandra Carita. Olá!, penso eu. Outra vez a elogiar sem cuidar de saber mais, de ouvir mais, a servir apenas de megafone, de pé de microfone? Outra vez colada às megafonadas de Amaral Lopes? Olá. O meu cérebro entra em alerta vermelho. A coisa está clara. Claríssima. Alguém aqui parece andar a voar para fora do ninho – que é como quem diz: para fora da deontologia da profissão – e não sou eu, claro…
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