.Editorial
Foi um momento assinalável e muito raro. E vale a pena começar por lhe dizer que acho que a coisa foi séria. O PS na CML viu-se obrigado a apertar com o MAI e a denunciar decisões do Governo. Na sessão de ontem, quarta, 11, a Câmara toda manifestou-se contra o encerramento da esquadra do Rego. Disse bem: a CML toda, PS incluído, todos contra o Governo (e isso aconteceu pela primeira vez, acho eu). Melhor, da parte do PS, julgo que mais contra o MAI. Mas subscrevendo uma moção forte, da iniciativa do PCP. Onde, às tantas se dizem coisas bem duras - e isso merece o meu registo:
1. A Câmara acaba por dizer que o Governo não a contactou para esclarecimentos: pede por isso ao Governo que «esclareça a Câmara de Lisboa e a população em geral sobre a sua estratégia no que respeita à gestão da rede de esquadras da Polícia de Segurança Pública e do programa de policiamento de proximidade na área do Concelho de Lisboa».
2. A Câmara (incluindo o PS: eleições obrigam) decide publicamente «discordar do encerramento da esquadra nº 31, afirmar-se solidária com a população local».
3. A Câmara (incluindo o PS: eleições obrigam) «compromete-se a envidar todos os esforços junto do Ministério da Administração Interna no sentido de garantir a manutenção do policiamento de proximidade, na área em questão».
4. O MAI é especialmente atingido: a CML pergunta-lhe abertamente quando fará obras num caso, quando instalará o Comando tal noutro, quando, ainda noutro caso, instalará o Comando tal em terreno cedido pela Autarquia, etc., etc..
A CML aprovou isto tudo. Incluindo o PS, o que foi inédito, penso: eleições obrigam.
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