«(…) não sei se se recordam que antes das obras havia na parte mais acima da avenida da Liberdade, em frente do Diário de Notícias, uns freixos frondosos e uns lódãos do rei bonitos que sombreavam os verões lisboetas, e as raízes tinham de ser horizontais porque as obras foram projectadas de tal maneira que a espessura resultante de terras entre a laje de cobertura da estação e a superfície, para os passeios da avenida e para as vias de rodagem, era muito reduzida e por isso eu recolhi essas informações e até tirei umas fotografias em Barcelona de uns arranjos nos passeios para ganhar volume de terras para as raízes das árvores (…).
(…) voltando à avenida da Liberdade, vejam como está o passeio da avenida da Liberdade em frente do Diário de Notícias com umas arvorezinhas raquíticas e pífias sem sombra no verão vá lá que ainda fizeram uns tratamentos de terras, umas modulações como eles dizem para ganhar espaço para as raízes de umas palmeiras que até ficaram com bom aspecto mas quanto às sombras foram-se e isso é uma pena (…)
(…) na praça de Alvalade, por onde eu passo todos os dias úteis a caminho da minha empresa (…) verifiquei um dia, triste, que estavam a arrancar as laranjeiras que ornamentavam as placas separadoras do transito rodoviário que aflui à estátua de António de Pádua e Lisboa, a arrancá-las (…)decidiram pavimentar as placas separadoras da praça de Alvalade com pedra, bonita mas pedra, não arvores, que até são captores de CO2 para fotossíntese, pronto, ficámos sem as laranjeiras, ficámos mesmo, e iremos continuar a ficar sem as árvores do nosso contentamento, porque durante anos o meu amigo do metropolitano que já não é director de obra andou a negociar quando era director de obra o projecto dos arranjos exteriores da praça de Alvalade e nunca se chegou a nenhuma conclusão e agora de repente, sem que o projecto tivesse sido debatido pelas entidades envolvidas, a obra já está quase pronta e no estaleiro da obra lá está ufana, num letreiro empoleirado em dois postes, a câmara da minha cidade a dizer que fez uma requalificação muito bonita e muito bem feita, do que sinceramente discordo, quanto ao método, secretista, e quanto ao resultado, sem árvores, discordo, pronto, e discordo também que continuemos no futuro a seguir o mesmo caminho, pronto, que maçada não se poder mudar isto e não conseguir convencer os decisores nem os técnicos do departamento de arquitectura paisagista da câmara municipal da minha cidade de Lisboa a dar o braço a torcer, que coisa».
Li aqui, com surpresa pela forma chocarreira.
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3 comentários:
Tadinho!
Vamos lá plantar uma arvore.
Eu não votei no Costa, mas metade dos eleitores CDU da minha freguesia fizeram-no. Agora não se podem queixar -penso eu de que!
Pois. Para os apoiantes do PCP o único voto é na CDU.
A não ser assim..... vide comentário anterior.
Custa tanto ser democrata!
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