segunda-feira, dezembro 17, 2007

Um sabor amargo em Lisboa

1.
Votação do OM 2008, voto a voto
PS: a favor (5 votos) ; BE: a favor (1 voto); PCP: contra (2 votos); PSD: abstenção (3 votos); LCC: abstenção (3 votos); CPL: contra (2 votos).
O Orçamento foi aprovado com 6 votos a favor, 4 contra e 6 abstenções.
2.
Estranha sensação
A primeira coisa que se estranha nesta votação do Orçamento de Lisboa para 2008 é que só o tenham aprovado o PS e o BE, agora coligados na CML. Há no Bloco quem não tenha concordado. Sinto-o. Das forças políticas que estão na oposição (quatro), as duas mais à esquerda (o PCP e os 'Cidadãos Por lisboa', CPL, de Helena Roseta) votaram contra; e as duas mais à direita (PSD e 'Lisboa com Carmona, LCC) abstiveram-se.
Votação «anómala» (digamos assim), esta. Amanhã, pela lógica das coisas, passa na Assembleia Municipal. Mas há aqui uma espécie de sabor amargo que não se dissolve na boca e por aqui fica a ruminar...
3.
Orçamento real fica atrás do espelho?
Outra estranha sensação é a de que estas contas não jogam com a realidade. O orçamento verdadeiro é de 900 milhões. Mas isso fica lá atrás do espelho. Aqui, na parte da frente, fica o orçamento hoje votado, de 540 milhões. Ficaram de fora os tais 400 milhões do tal empréstimo, como se já nada fosse real: nem as dívidas nem a obrigação de as pagar nem sequer o contrato com a banca. Parece que é assim e que tudo pode ficar assim. Mas para mim o que brilha mais são os 900 milhões que catrapiscam por todo o lado como as luzes do Natal...

13 comentários:

Anónimo disse...

Gostava de saber se o orçamento que o BE aprovou contempla verba para TODOS os trabalhadores precários do Municipio?

A nível nacional o BE bate-se contra a precariedade. Assim quando tem poder, gostaria de saber o que faz... para não ser confundido com o S. Tomaz.

Anónimo disse...

O orçamento prevê verbas para os prestadores de serviços, mas, sobretudo, assegura a integração dos avençados em 2008. É assim, caro anónimo anterior, que se combate a precariedade. Não é mantendo a situação durante anos e anos sem nada fazer para a resolver. Quantos orçamentos o PS, PCP, PSD e PP aprovaram que não mexiam uma palha no problema dos recibos verdes? Pois é... o tal S. Tomás... afinal... aplica-se a quem? Um bom Natal para todos!

Anónimo disse...

Oh, Zé Carlos, esqueceste-te de dizer que ninguém percebe o voto contra do PC (ok, porque está contra o Sócrates...) e o da Roseta é, assumidamente, mais à direita do que o próprio PSD. Sabes que ela queria menos despesa e reduzir o n.º de trabalhadores para 3000?! Vá lá, Zé Carlos, nem tudo aquilo que parece é. Sei que tu próprio não achas que estas posições sejam de esquerda.

Anónimo disse...

Só o tempo me leva a vir aqui esclarecer que é mentira o que o anónimo anterior referiu e que é genericamente verdade o que está no post original.
E não é verdade, porque existem regras a cumprir o que o 2º anónimo disse (esta praga do anonimato!)
O que os Cidadãos por Lisboa defenderam foi uma grelha diferente, mais funcional para o orçamento e a verdade contabilística.
Além de uma integração dos diversos elementos Plano e Orçamento.
Claro que a partir daí qualquer delírio é possível, mas mentira.
Sem tempo para mais anonimos...
António Eloy
(www.signos.blogspot.com)
e sou parte do movimento Cidadãos por Lisboa

Anónimo disse...

Eu não tive na reunião mas contou-me uma pessoa que lá esteve. O aeloy também não esteve, não é?

Veja lá então, aeloy, se não é verdade que foi votado, antes do orçamento, uma proposta para reduzir as Aquisições de Bens e Serviços para 82 Milhões de Euros.

E depois o Vereador das Finanças até disse: "Eu estou sempre disponível para cortar, mas a senhora Vereadora tem de me dizer em que rúbricas da Arquisição de Bens e Serviços e em que Departamentos em concreto".

Quanto aos 3.000 trabalhadores, foi a Vereadora Maria Cristina Albuquerque que disse que a CML só necessitava de 3 mil para funcionar.

Imagino que a opinião colectiva do Movimento não seja essa. Mas é inegável que a vossa "especialista" nesta área tem posições mais próximas de um CDS/PP do que da esquerda.

Enfim, como dizia o poeta, "E mais do que isto / É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca..."

Anónimo disse...

Não é S. Tomás é Frei Tomás! S. tomás é o «Ver para crer, copmo S. Tomás» E o outro é «... Frei Tomás, faz o que ele diz e não faças o que ele faz»

É claro que o tal empréstimo não foi contabilizado. Se o Tribunal de contas obedecer´à mesma lei que o fez vetar o empréstimo de Oliveira de Azeméis, O EMPRÉSTIMO PARA LISBOA NÃO É APROVADO!

Se por acaso os meretissimos juizes decidirem que Lisboa não tem de cumprir a lei, então há um sururu de todas as câmaras atulhadas de dívidas -por culpa de estádios, Expo's; e muitas vezes má gestão pura e simples.

aeloy disse...

A Cristina A. disse e tem razão que a CML só necessitaria de 3.000 trabalhadores para funcionar e não estou longe de lhe dar razão.
Madrid que é uma Câmara maior tem cerca de 2.000.
Mas claro que isso não é igual a dizer que se devem despedir os restantes 7 ou 8 mil, mas tão só referir que há processos e metodos inovadores e que é preciso imaginação.
Agora confundir a nuvem com juno é que é "vigarice".
António Eloy

Anónimo disse...

Já agora, Manuel, a proposta não era de 82 milhões. Era, e é,(existe, pode-se confirmar) de 92 milhões. Como eram, e é fácil confirmar, 92 os milhões que estavam no Plano de Saneamento Financeiro e que agora aparecem aumentados para 107. Porque, "eu até gostava de votar essa proposta" disse o Presidente, "mas"...
Mas os serviços disseram que não era possível reduzir nas despesas, e lá se vai dar mais 15 milhões aos serviços.
Quanto aos 3000 funcionários que Cristina Albuquerque advogou, pois, só ouvindo para entender, que o que se estava a dizer era: ATÉ 3000 funcionários bastariam, se se quisesse mesmo governar a Câmara com contenção.
Cuidado Manuel com o que lhe dizem que se disse. Nada como ouvir para crer (era de S. Tomé, no original, que via, caso também se confunda este santo).

aeloy disse...

Tenho que reconhecer que embora não aprecie anónimos, os há bonzinhos e bem informados, como o que posta acima a quem envio saludos...
Ia escrever isso mesmo e para tal interrompi a apanha de lenha na herdade familiar (claro na grande, enorme herdade!) e vim de propósito à vila para referir que não se pode acreditar em tudo o que se lê e que temos que ter a inteligência (aquele neurónizinho...) a trabalhar.
Não há registo da Cristina Albuquerque querer despedir os tais "superavit".
Aliás por aqui se vê que mais vale uma alma longe com o seu neurónizinho, que alguns anónimos ou manueis ao pé e com a sua invençãozinha e batota ao pé...
Saúde e prazeres para 2008, que vou voltar a ir ao lenho, seja santo ou não.
António Eloy

gentedelisboa disse...

Lá conversa não vos falta, reconheço. Quando alguém afirma peremptoriamente que a Câmara funciona com 3000 trabalhadores, temos de concluir o quê? Das duas uma, ou que manter 11 mil é um desperdício e assim devemos continuar, ou, então, que é preciso reduzir o pessoal a mais.
De facto, quando alguém anda à lenha no bosque com tanto espírito natalício até pode acreditar que está a ver o capuchinho vermelho. Mas olhe que a realidade é outra... Um bom natal para si e para os seus, caro aeloy.

Anónimo disse...

Não sei quem é que inventou essa ideia de a Cristina Albuquerque ter dito que bastavam 3000 trabalhadores para a CML. Não disse. Nem nunca os Cidadãos por Lisboa defenderam isso. O que propusemos foi baixar as despesas de funcionamento quotidiano, porque há muito desperdício na Câmara. Ninguém nos apoiou. Mas voltaremos ao assunto, quanto mais não seja por razões ecológicas.

Anónimo disse...

Há sempre gente que ouve o que mais ninguém ouve.Mas, felizmente, tudo, mas tudo, o que se passa nas reuniões da CML, fica gravado. Pobre Lisboa se tem gente que garante tão certamente que se disse o que não se ouve em gravação nenhuma.

aeloy disse...

É assim...
Já imerso no lume que me invade a casa de fumo, dado ter ouvido a transcrição sonora da intervenção da Crstina Albuquerque venho aqui referi e fazer o mea culpa que ela não falou sequer em...funcionários.
Há (com H) gente de lisboa que não é séria.
E respondi como se ele o tivesse dito, porque é uma realidade.
Uma melhor estruturação dos serviços, articulada com transferências de competências e lógicas de funcionamento para outras autarquias (as juntas) poderia mostrar que Lisboa pode funcionar e com maior agilidade com 3.000 funcionários.
Claro que o facto de poder não quer dizer que o vá fazer ou se o viesse a fazer tal iria implicar o despedimento de um que fosse.
Mas levado pela lógica do pensamento, neste momento a chocar-se em várias dimensões e envolto em fumaça, presumi que esse dito poderia, sem as irracionais conclusões do bloco de lisboa, hoje disperso mas não em fumaça!!!, tirou, para disfarçar, quiçá, o seu próprio mal estar com a total subserviencia às políticas neo-liberais em curso (fantástica esta palavra composita, neo-liberal!, que serve para tudo!), como já repete diariamente o Chico Martins.
De qualquer forma e por ter sem checar com a Cristina continuado a "colabora" parcialmente e com lógica de fundamentação, num grosseiro cambalacho a ela e aos restantes companheiros e amigos Cidadãos, sem ser motivado por espírito religioso, as minhas desculpas.
Que do Bloco deviam vir com o baraço, que por todas as razões não puxaremos.
Que o Hanukah (gosto dos hs e do K, senão mandava-vos à fava...) esteja com quem quiser, e para os outros chicharros, grãos, ou até feijoca.
aNtónio eLoY