segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Segunda, 20. Outra vez e sempre: Bragaparques

Bragaparques

Indiscutível: a empresa é outra vez notícia. E outra vez pelas piores razões. Parece Chicago. Parece a Máfia. Parece um episódio dos «Sopranos». Pela forma e pelo conteúdo. Uma tentativa de suborno a Sá Fernandes. Oxalá que venham ao de cima todos os pormenores. Talvez se saibam outras coisas, sei lá.
Recordo que este negócio foi levado a tribunal por iniciativa do PCP logo desde a sua aprovação na Assembleia Municipal. Recordo que na CML, nos últimos dias antes de o assunto ir à Assembleia Municipal, e perante divergências entre Carmona Rodrigues e Santana Lopes (que na fase final dizia que já não queria este negócio e que o achava prejudicial para a CML), foi o actual presidente, então ainda em regime de substituição, que coseu os fios e teceu a permuta etc.. Recordo que o PS ajudou nos pormenores, designadamente pela mão de Vasco Franco. Recordo que o PCP votou contra os termos leoninos do acordo que beneficiava a Bragaparques e prejudicava a CML. Uns dias depois, meio à pressa, a proposta foi então à Assembleia. Recordo que na Assembleia Municipal se dizia então que havia divisões no seio do PS e mesmo entre os deputados municipais e os vereadores do PS. Recordo que, na Assembleia Municipal, afinal todos, excepto o PCP e os Verdes, votaram a favor do acordo: PSD, CDS, PS, Bloco.

Tentativa

Estranho que em fase de investigação se tenha sabido tudo. Os pormenores todos. Parque tal, bar tal, tantos euros, dois microfones. E tal.
Parece um filme de Hollywood.
Mas não é.
Os corruptores, se os houve, não estavam a brincar.
Mas há aqui muitos elementos muito esquisitos.

Dúvidas

Sinceramente, restam aqui algumas importantes dúvidas, com o que já se sabe que aconteceu:
1º - Mantendo-se o processo do PCP em tribunal, que até é anterior, contra o negócio e até contra a tal e famigerada hasta pública, por que raio quer a Bragaparques acabar com o processo de Sá Fernandes?
2º - Por que será que só a um jornal e a nenhuma televisão quis Sá Fernandes referir esse processo do PCP?
3º - Se todos os jornais na altura referiram o processo do PCP, por que será que agora, apesar de avisos até feitos por mim no sábado para as redacções a recordar esse facto, ninguém, mas ninguém, foi capaz de ir lá atrás pesquisar e até, quem sabe, ficar com estas dúvidas? - Os habituais problemas com editores, certamente.
4º - Por que será que em nenhuma declaração que eu conheça, nem a jornalistas agora nem ao escolhido intermediário da altura, a Bragaparques fez qualquer menção sobre o processo do PCP?
5º - Tudo indicando que a Bragaparques, relativamente ao processo do PCP, ou não parece preocupada ou sabe que não há hipótese de desistência, saberá a Bragaparques coisas que eu não sei e ninguém sabe sobre os dois processos (que aliás, em nome da economia de investigação deviam ser um só)? E se sabe, o que é?
6º - O que leva a Bragaparques a tentar Sá Fernandes, o José? Se até reconhecem que ele será «radical»… como leio nas notícias…
7º - O que leva a Bragaparques a escolher o escritório de Ricardo Sá Fernandes para a tentativa?
E 8º - Qual é nisto tudo o papel da tal advogada da Bragaparques que faz parte do escritório de Ricardo Sá Fernandes?

Casa Garrett

O Grémio Literário promoveu mais uma iniciativa de reflexão sobre a Casa onde morreu Almeida Garrett.
José Augusto-França, Urbano Tavares Rodrigues e Luís Francisco Rebelo, entre outros, lamentaram o sucedido e manifestaram o seu desejo de que esta seja uma lição para o futuro. Para França, o país prova assim que está à beira do Terceiro Mundo.
À beira??
… E Manuel Pinho a rir-se!

Registo

Freguesias – Afinal era só para ver como é que a malta regia. O ministro António Costa foi ao Congresso das Freguesias garantir que não senhor, o governo Sócrates estava só a brincar com a extinção das freguesias muito pequenas e que do que se trata é antes de começar por remodelar a Administração Central e não a Administração Local…
Uma canelada na própria canela – malabarismo difícil, mesmo para os grandes trapezistas que aí andam…
Nove dias – O militar foi substituído por outro militar. Ao fim de nove dias. Nove. Como há-de isto andar? O homem nem teve tempo de conhecer o motorista.

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