segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Segunda, 7. Mais propaganda gratuita

Alarde

Mais um megafone na praça. Alexandra Carita escreve no suplemento «Actual», do «Expresso». Metade da página 8, metade, para nada. Para falar de não-seres culturais como são os programas que não têm verba nem plano nem qualquer hipótese de se concretizarem.
Amaral Lopes, o vereador, sabe gerir vazios. Sabe preencher o vácuo. E há sempre um ou mais pés de microfone para ampliar.
Resultado: aí uns 3 000 caracteres para não dizer nada. Melhor: para dizer que vai haver música e animações na Baixa; que se vai negociar com televisões; que se vai à procura de investimentos privados.
«Much ado about nothing», como diria Shakespeare: «Muita parra e pouca uva».

Cinema Europa

O texto relativo ao Cinema Europa (também de AC) é ainda mais pobrezinho. Vai ser um pólo cultural, sim, senhores. Vai ser um espaço cultural, sim, senhores. Melhor: é isso que a CML vai tentar.
Ou seja: não há nada, nada para dizer.
Mas diz-se.
Muitas palavras.
E escreve-se.
Muitas palavras.
Muita parra e… nenhuma uva.
Ora, tenham um muito bom dia!

Namorados

14 de Fevereiro. Membros da CML e namorados: a festa. Organizada pelas novas caras que por aí pululam, já a fazer lembrar os «bons» tempos de Santana.
Uma festa, ou melhor: uma farra.
Vai ser «bonita» a festa, pá.

24 de Julho

Agora vai haver menos acidentes na 24 de Julho: foram colocados mais… dois semáforos. Não vão ser respeitados, como já não o eram antes os que lá estavam… Mas assim já se pode dizer que começou o plano de segurança para aquela zona de morte.
… E há sempre espaço nos jornais para estas coisas transcendentes.
Ainda bem.

Urbanismo

Consta que as guerras intestinas no sector de Urbanismo da CML se agravam, agora noutros moldes. Entre técnicos. Dizem que as novas regras são: querem planos? Façam-se planos. Muitos. Às dúzias. E os resultados serão ainda «melhores» do que no mandato anterior. Tudo então foi feito à bruta e tudo ainda continua parado. Agora, chegou a altura de colocar tudo no são: fazer o que é preciso para que os investidores, urbanizadores, especuladores, promotores vejam as suas propostas aprovadas ou lá perto. Aliás, aconselham-se a pedir mais e mais alto para que à autarquia caiba o papel de travão… e o resultado seja ainda assim bem alto.

Amendoeiras e Lóios

Que é feito de uma proposta aprovada por unanimidade nesta matéria? A proposta foi do PCP. Lá se apontam caminhos para resolver a situação dos 1 400 inquilinos daqueles dois bairros. Há quem me garanta que vai ficar estoicamente encostada numa gaveta dourada.

Baixa lisboeta

Compete a MJ Nogueira Pinto a reanimação e revitalização da Baixa Pombalina e arredores. Não se conhecem ainda os passos a dar ou as medidas a tomar. Mas os dias e as semanas vão escorrendo.

Notícia de última hora

Sá Fernandes, o «vereador independente apoiado pelo BE», respira e recomenda-se.
(Ah, isto não é notícia? Olha, olha, tanta coisa que vejo por aí publicada em bons jornais que também não é notícia...)


Registo

Baptista-Bastos: Prémio João Carreira Bom da crónica, pela regularidade, excelência e espírito de polémica.