Esta coisa das sondagens como a do 'Expresso' deste sábado tem que se lhe diga. Paulo Paixão relatou os resultados a que terá chegado a Eurosondagem. A mesma empresa (de Rui Oliveira e Costa, do PS, diga-se desde já, embora isso tecnicamente nada signifique) que em Março de 2005 dava 44% a Carrilho contra 41 para Carmona. E sabemos como as coisas foram bem diferentes nas urnas. Para já não falar daquele caso célebre, tristemente célebre, da véspera das eleições de Dezembro de 2001: o mesmo 'Expresso' publicava nesse dia - repito, na véspera das eleições - uma vantagem de 10% para João Soares sobre Santana Lopes. E sabemos como a real realidade foi bem diferente e triste: Santana sentado na cadeira do poder (poder que usou para destruir Lisboa e deixar degradar o edificado e arruinar as finanças), ao mesmo tempo que resmas de santanetes de ambos os sexos recrutados nas secções do PSD de Lisboa enxameavam todos os gabinetes da CML.
Uma terrível herança ainda não debelada, nem de perto nem de longe, e já lá vão sete anos.
A sondagem do 'Expresso' desta semana tem para mim uma leitura perversa: desmotiva, desmobiliza, tranquiliza, descansa. Ou pode descansar. Não acho que se caia outra vez no mesmo ardil. Mas os dados estão lançados. E Santana já arrancou na sombra e nos jornais: a edição de hoje do 'DN' é disso uma lamentável prova: estranha-se um jornal que se queria de referência a apoiar e promover uma fantasia de lunáticos que devia ser simplesmente ignorada mas que acabará por servir de engodo para muitos. Do género: eu tenho uma ideia luminosa para Lisboa. Mesmo que depois, logo no dia seguinte às eleições, viesse dizer: afinal não há nem um tostão para tanto buraco. Para buracos, já que falamos de buracos, bastam os que cá foram deixados, escavados nas finanças municipais desde 2002 até Agosto de 2007...
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CDU sempre prejudicada
por baixas previsões
Quero ainda referir-me às votações do PCP e da CDU nesta sondagem da Marktest. Vou comparar estes 10% de agora, a dez meses das eleições, com o que se passou em 2005.
Nessa altura, a CDU teve nas urnas, em Outubro, mais de 11,4%.
As sondagens, como sempre, colocavam a CDU muito abaixo dessa fasquia. Mas mesmo muito abaixo. A mesma empresa, por exemplo (a Eurosondagem), previu para a CDU em Junho 7,8% e em 7 de Outubro 8,5.
Mas houve pior e isso é desmobilizador para muita gente que acaba por decidir-se por um «voto útil» diferente porque mais provavelmente ganhador.
A Aximage previa em Setembro 6% para a CDU e em Outubro 8%.
A Católica variou os seus números entre os 6% de Julho e os 10% de Outubro, a uns dias das eleições. Mas, atenção, o que marcou as consciências foram os 6% de julho, altura cantral da formação do voto de muita gente.
Para a Marktest, a CDU em 2005 nunca fpoi além dos 9,2% e, finalmente, honra lhe seja feita, a Intercampus chegou a prever que a CDU teria uma votação na casa dos 12% - o que de facto veio a suceder.
Concluo: é apesar de tudo um bom augúrio esta previsão da CDU na casa dos 10% a tamanha distância das urnas. Isso quer dizer que a CDU pode subir realmente bastante no terreno. Oxalá.
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1 comentário:
Se eu acho que os resultados eleitorais são viciados, quanto mais as sondagens.
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