E o resto, João Marcelino?

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E o resto, João Marcelino? Se o maior problema de Santana em Lisboa em 2002 e seguintes tivesse sido o túnel, estaria ele bem. Mas... e o resto? As contas que o Tribunal de Contas vem chumbando uma a uma, ano a ano? O favorecimento a amigos? A gestão danosa? As trafulhadas? A utilização do Estado para fins pessoais? A política urbanística de tipo trauliteiro? A portentosa megalomania - sempre à custa do erário municipal? O Parque Mayer e a Bragaparques? As demolições criminosas de casas e prédios já construídos em Campolide e na Ajuda, logo nos primeiros dias do manadato em 2002? A fraude da reabilitação urbana anunciada em telas falsas e nunca realizada? As empresas municipais geridas como se fossem secções do PSD? O vazio da acção municipal em todos os domínios mas com desperdício de milhões e milhões e milhões? A gigantesca dívida acumulada? ... Etc.. Etc. ...? O JM só se lembrou do túnel porque passa lá todos os dias. Os lisboetas lembram-se do resto - porque sofreram e ainda sofrem as consequências. Não há omo que lave aqueles anos de sujeiras. Isso é ponto assente.

Mais e mais simples: se o que impressionou JM foi a agora badalada coligação Santana-Portas, então digo que tem andado muito distraído: isso é previsível desde o início - desde que Carreiras mandou para a frente o nome de Santana, melhor: desde que Santana pôs Carreiras a mandar para a frente o nome de Santana. E o CDS não acrescenta nada a nada em Lisboa. 3 ou 4%, se tanto. Mais: na única sondagem já efectuada, esta direita com Santana não passa dos 26 ou 27%.

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Uma nota, já agora.

João Marcelino nem disfarça que está farto de Ruben de Carvalho e diz de forma pouco delicada, para não dizer mal-educada até, que o PCP o candidata pela enésima vez. Faço notar umas notas para algum rigor: não é o PCP que candidata mas sim ele mesmo, Ruben, que se candidata; não é o Partido que o candidadata, mas sim a CDU; essa «enésima vez» é apenas a terceira candidatura e apenas em quatro anos - é como se fosse a segunda: foi a primeira em 2005, a segunda nas intercalares de 2007 e agora, lá para Outubro de 2009.

João Marcelino podia ao menos informar-se melhor. E, já agora, disfarçar a má vontade, conhecida, contra tudo o que lhe cheire a PCP.

Que diabo, não seria seu dever manter pelo menos a aparência de alguma neutralidade e equidistância, já que é director (agora do DN) e estamos em véspera de eleições? Não quer que o acuse de prejudicar o PCP, pois não? Mas prejudica. Todos os dias. Todos. Porque dirige e só sai o que manda ou o que permite.

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