segunda-feira, agosto 24, 2009

Mário Crespo no 'JN' de hoje: «Fontes secas»

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Sobre as tais «fontes» que o 'Público' diz que não sabe se teve ou não teve...:
(...) A chave para entender a ofensiva do "Público" veio na sua edição de 19 de Agosto de 2009, no editorial da Direcção onde se admite que a verdade é que ninguém pode responder à pergunta se a Presidência está ou não a ser escutada pelo Governo. Isto, escrito dois dias depois de se ter anunciado com máximo destaque que se suspeitava que estivesse, diz o que há a dizer sobre a fiabilidade da informação publicada. Admitindo o próprio jornal que aquilo que publicou não é confirmável, resta-nos tentar entender o que é que levou o "Público" a fazer isso. Mais adiante, no mesmo editorial, há outra pista. Lê-se que o que as fontes de Belém fizeram foi "um aviso à navegação". Ao escrever isto, José Manuel Fernandes admite que, contactado pelas sombrias "fontes de Belém", se prestou a ser veículo desse aviso, fosse ele confirmável ou infirmável.

A desesperada tentativa do jornal de tentar credibilizar a sua notícia levou a incluir na página dos relatos não substanciados uma coluna onde se lia que já o procurador-geral tinha dito que era escutado no seu gabinete. O que é que isto tem a ver com o caso? Nada. O que é que isto tem a ver com este jornalismo de opinião e a suas fontes? Tudo.

Já tive a minha dose de problemas com "fontes de Belém". Denunciei-as por estarem a colocar sob anonimato notícias nos jornais que depois não confirmavam oficialmente, criando embaraços aos editores mais crédulos. O chefe da Casa Civil, Nunes Liberato, brindou-me com uma queixa aos meus empregadores. É distinção que me honra e faz curriculum. Fiquei agora a saber que "as fontes de Belém" estão não só secas de confirmações, mas estão a secar a dignidade informativa à sua volta.

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