quarta-feira, abril 14, 2010

Onde pára Sá Fernandes, que ninguém o vê?

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Editorial
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Lembram-se de José Sá Fernandes? Há oito anos, e até há três anos, o homem não parava. Não dormia. Não sossegava. Não havia dia nenhum no calendário em que não houvesse uma nova ideia, um novo título nos jornais, nas rádios e nas televisões. Sá Fernandes, o paladino, atacava em todas as frentes em simultâneo. A sua equipa de magníficos não parava. Os jornalistas - quase todos meus amigos e alguns até confidentes - não descansavam. Nenhum deles «se atrevia» a fechar uma peça, uma edição em que se falasse de Lisboa sem ouvir Sá Fernandes. Sá Fernandes, Sá Fernandes, Sá Fernandes. O homem não dormia.
Passaram estes dois anos. O homem, que se tinha montado no Bloco, incompatibilizou-se com boa parte das pessoas que o tinham apoiado. Pedro Soares foi o primeiro a dar o sinal. E disse-mo. Carlos Marques, também. E também mo disse. A coisa aqueceu.
Deu-se a ruptura.
Sá Fernandes cortou com o Bloco no exacto momento em que teve a certeza de que António Costa o levava para a sua lista. E assim foi.
Sá Fernandes, à época, ainda dava uns tate-bitates para os jornais. Ainda era o homem da polémica. Pessoas como a Ana Henriques ('Público') ou a Ana Clotilde Correia (Lusa), por exemplo, a Margarida Davim ('Sol') ou a Gina Pereira ('JN') ainda lhe davam primazia.
Depois, foram as eleições de 2009 e a estrela da sorte dele nas Redacções foi-se apagando, apagando, apagando. Hoje, já ninguém se lembra de Sá Fernandes quando escreve uma notícia ou regista um comentário.
Mais e mais grave: Sá Fernandes já nem sequer tem agenda nem tempo para os jornalistas, para dar esclarecimentos à opinião pública. E António Costa, aquando daquela história do corte das árvores do Príncipe Real, deu-lhe forte e feio. Foi numa dolorosa sessão pública e, perante a absoluta falta de discussão e de informação à população por parte de Sá Fernandes, António Costa foi duro:
- Da próxima vez, digam-me, que vou lá eu colar os cartazes nas árvores.
Hoje, Sá Fernandes não existe. Pura e simplesmente: não existe.
Hoje mesmo, mais uma vez, Sá Fernandes não apareceu no «briefing» após a sessão da CML para dar a cara perante os jornalistas.
Sá Fernandes anda desaparecido.
Ponto.
Final.
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2 comentários:

Anónimo disse...

a propósito diz-me onde anda o Rubem de Carvalho?

Anónimo disse...

pelo tacho, mas nada sabem e o antónio costa, que não vai às reuniões públicas de câmara?

Tanto lutaram pelo tacho -licita e ilicitamente- mas agora nada sabem fazer, a não ser fazer(-nos) pagar umas depesazitas de representação.