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Vou enviar a todos os directores e editores da comunicação social nacional do País a seguinte carta aberta:
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Sr. Director, Srs. Editores,
Com as minhas saudações, aceitem que utilize o meu direito de lhes chamar a atenção para dois factos:
1º - É um exagero o que têm feito com a comunicação da CDU de Lisboa;
2º - Não devem vocês empenhar-se de tal modo («engajar-se», como dizíamos nos anos 70), pois correm o risco de vir a ser acusados de influenciarem o resultado das eleições, desequilibrando tudo a favor da CDU.
E isso é perigoso. Essa é uma suspeita que não quererão que paire sobre as vossas cabeças.
É quase um anátema que cairá em cima de vocês, meus senhores.
De facto, recentemente, tem sido uma inundação de tal modo abundante de notícias da CDU da capital, que por todo o lado oiço reclamações.
Aliás, nos últimos 4 anos tem sido assim sistematicamente.
Um furor.
Um escândalo.
Mas não há outras forças políticas a quem se dedicarem?
Queixa-se o Bloco e com razão.
Queixam-se o PS e o PSD e com mais do que razão.
Queixam-se Sá Fernandes, Roseta e Carmona - nalguma coisa haviam de estar de acordo: basta de CDU.
Gostaria, aliás, que me indicassem qual o e-mail para onde devo encaminhar as Notas da CDU de Lisboa, de modo a ter a certeza absoluta de que ninguém as vai ler a partir de agora.
Porque já chega de tanta cobertura mediática.
Fica-me uma dúvida: quem lhes paga a obsessão pela CDU?
Não é coisa normal, senhores. Não é coisa saudável, «gentlemen». Não é coisa agradável de ver, «messieurs».
Desculpem, mas não me agrada nada este cenário, cavalheiros.
Peço pois a melhor atenção e algum comedimento. Em defesa do equilíbrio. Em nome lei da compensação. Em abono do contraditório.
Não precisam de insistir de modo tão incisivo.
Deixem correr o marfim. Deixem o mundo rolar naturalmente. Não queiram ser gulosos. A CDU não se acaba hoje. Há mais CDU amanhã. Não queiram esgotar tudo de uma só vez. Não afunilem na CDU: alarguem: deixem espaço para outros.
Basta de CDU nas páginas dos jornais, nas aberturas dos telejornais, nos «breaking news» das rádios.
Agradeço, pois, que tomem urgentemente as «vossas» medidas.
Sempre a considerar-Vos, Senhores do Mundo.
JCM»
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9 comentários:
Assim não vais lá. O Garcia Pereira tinha razão! isto só lá vai com a luta armada.
O PCP até aparece muito regularmente nos jornais e nas televisões, é claro nada que se compare ao PS e ao PSD, mas também não é caso para estarem sempre a reclamar.
Nem tudo o que o PCP realiza tem relevãncia informativa, talvez a tenha para os militantes, mas para isso têm o Avante, e os vários Blogues afectos ao partido.
Quanto ao Garcia Pereira o tal que é advogado do Guilherme Silva, e tem bons negócios com o João Jardim da Madeira, não percebo para que foi chamado a este assunto.
Parece que finalmente alguém me vai explicar o que é "relevancia jornalistica". Isto porque ao contrário do comentador anterior tenho visto inumeras iniciaivas da CDU de relevância para os cidadãos em que nem um único jornalista aparece. Por outro lado verifico que há forças que qualquer iniciativa "ranhosa" conduz a uma corte de jornais e televisões.
Já para não falar nas represálias sofridas por quem não afina por esse diapasão hipócrita da presença "regular". Hoje mesmo tomei conhecimento de um Director de um semanário regional que foi afastado precisamente acusado de dar espaço ao PCP. E nem sequer foi a direita tradicional que fez a pressão. Foi a boa da nova direita rosa.
Já agora estou aberto à explicação do que é relevante para conhecimento dos cidadãos e daquilo que não é. Não deveriam ser os cidadãos a descernir? ou precisamos de um regulamento da informação relevante?
CM
Todos os dias vejo o camarada Jerónimo.
Já estou cansado de um senhor de bigode, porventura a pessoa mais mal educada e arrogante despe país.
E mesmo assim queixam-se? Querem mais "Avantes"? É legitima a ambição.
Brilhante e oportuno é o que me apraz dizer sobre o comentário. O excesso de visibilidade com que a comunicação social tem brindado a CDU ultrapassou todos os limites razoáveis, tornando-se um mau pronuncio. O mundo estava às avessas! Tenho fé que com o seu reparo a informação retome à normalidade que nos habituou. Bem haja.
Isto assim não vai lá! É como diz o primeiro comentário.
A história aprende-se para compreender o presente e planear o futuro. E o que nos ensina é que:
Nenhuma classe social abdicou voluntariamente do poder que tem a favor de outra.
Isso nunca aconteceu na história!
Não vai suceder agora com o seu grito de Ipiranga.
Os meios de Comunicação Social continuarão a ocultar a CDU e a promover o BE. Mas só até que este destrua a CDU. Depois tratarão de o destruir o BE - tornando-o num novo PS, uma esquerda, por fora e de direita por dentro (isto se entretanto internamente não tiver já rebentado).
O Louçã só será queridinho dos editores enquanto servir para dividir a esquerda. Depois, tornar-se-á também um pária. Nunca o deixarão crescer...
Meus caros
A iniciativa do JCM é necessária à nossa democracia ou ao que sobra dela.
A iniciativa do JCM é um aviso para a sociedade que se deixa manipular e parece não entender que estes ataques ao PCP/CDU são muito mais do que isso. Um dia destes, depois de estarmos bem "cozidos" nesta água morna que vai aquecendo até atingir a fervura, alguns dirão...afinal o JCM tinha razão mas agora, é tarde de mais.
Por outro lado, haverá sempre aqueles que não querem saber, não sabem nem nunca saberão o que se está a passar deste lado certo da vida, pela simples razão de sempre terem estado, do outro lado.
amf
A Comunicação Social é o equivalente em democracia formal á polícia e ao exército em ditadura plena.
Porrada nesses directores pois são conscientemente culpados!
Concorde-se ou não com as ideias da CDU, sempre será mais saudável conhecê-las do que "descobri-las pena surra", pois só assim poderemos aferir da sua veracidade ou mentira.
Penso, pois, que esta carta aberta é uma boa ideia, que espero que dê frutos. Não que necessariamente implique uma maior cobertura informativa pelos orgãos de comunicação social, no caso de estes entenderem que já o fazem de forma isenta e verdadeira, mas pelo menos, que se dignem responder a autor desta carta, porque isso sim, é um traço essencial do jornalismo: não deixar ninguém sem informação ou resposta.
Já agora, também faço uma pergunta que gostaria de ver respondida: porque é que internamente os trabalhadores recebe e-mails de todas as forças e movimentos políticos com representação na Câmara Municipal de Lisboa à excepção da CDU? É por opção, inércia, desinteresse ou existe outra razão? Se existe outra razão qual é ela?
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