Campanha de Lisboa na comunicação social

Desde 15 de Maio
Panorama deplorável

Fiz hoje este exercício: inseri no Google News (que faz busca em toda a net de artigos e citações do item pedido) a inscrição «Fulano Lisboa candidato».
Eis o resultado numérico: total dos 5 candidatos que escolhi: 1000 referências. Das quais:

- Ruben de Carvalho: 100 referências no Google news (10%).
- António Costa: 430 (43%).
- Sá Fernandes: 130 (13%).
- Helena Roseta: 140 (14%).
- Carmona Rodrigues: 200 (20%).

Palavras para quê?

Este é o resultado numérico, repito. (O resto ainda é pior). Daqui, nada se pode inferir sobre a qualidade de cada referência. Nada sobre o peso relativo de cada referência. Dou um exemplo, de hoje mesmo: o ‘Correio da Manhã’ dá duas páginas à campanha de Lisboa. E como distribui o espaço? Negrão tem mais de 75% e grande foto, segue-se Telmo Correia (que tem mais duas páginas de entrevista em grande pose na primeira parte do jornal – mas suponho que isso vai dar para cobrir cada um dos candidatos, vamos ver), depois António Costa. E pronto: os restantes levam 3 linhas cada um com o programa de hoje em estilo de cabeçalho espalhado lá em cima em fita pelas duas páginas…). Um exemplo de como se manipula tudo.
Mas há mais também de hoje: o ‘Público’ da uma página à Convenção do Bloco, na qual insere ¼ sobre Sá Fernandes candidato; dá uma página à campanha, de que ¾ são dados a Negrão; um quinto a Costa; 2/5 a Telmo. Nem fala da CDU.
O’DN’ dá também uma página à campanha: 3/5 a Negrão; 2/5 para o resto, sendo que à CDU dá umas 10 linhazinhas e já se vai com sorte neste panorama.

Telejornais: pior ainda?

Alguém um dia destes escreveu num blog que se deu ao trabalho de contabilizar o tempo num telejornal, creio que da RTP 1: 8 minutos para António Costa e cerca de 8 minutos para todos os outros candidatos…
Isto vai bonito, vai.
A Lei ainda não impõe tratamento igual: só durante a campanha propriamente dita (últimos 8 dias antes das eleições) mas… e a Ética, senhores??
(Se esta malta não tem melhor votação, não é por falta destas coisas!).