segunda-feira, janeiro 09, 2006

Mão cheia de notícias em Lisboa...

Casa Fernando Pessoa

Clara Ferreira Alves demitiu-se. Já não era sem tempo. O frete que fez a Santana Lopes só veio ensombrar a sua carreira. Tudo o resto é conversa fiada. E bem fiada. Porque a Casa Fernando Pessoa não fez nada nem podia ter feito nada de sério nestes quatro anos. Por uma razão simples: não há nem tem havido carcanhol e esta gente não sabe fazer nada sem milhões. E, havendo milhões, qual é o milagre?
Casa Fernando Pessoa, cinemas São Jorge e Paris, equipamentos culturais, eventos culturais – muitas dores de cabeça à vista para Amaral Lopes.

Casa Garrett

Começou o processo de demolição. As telas já estão no local, para esconder a destruição do imóvel. Ali vai depois aparecer um condomínio privado de Manuel Pinho, por acaso ministro da Economia de José Sócrates.

Alcântara XXI

Mesmo que blindada pelo tribunal, a obra parece que começou. Ninguém viu. Trata-se de um loteamento seguramente ilegal por ferir o Plano Director Municipal. Mas não é só aqui que há ilegalidades que ninguém vê: nas urbanizações previstas pela CML para o Vale de Santo António e para a Boavista é a mesma coisa…

Parque da Bela Vista

Marvila vai ficar definitivamente ligada ao Roque in Rio. O Parque da Bela Vista foi destruído para isso mesmo. Milhões deitados ao lixo. Há sete anos, fui à inauguração. No ano passado estive lá a assistir ao enterro e emparedamento do Parque.

Bragaparques

Que grande texto! A Bragaparques escreveu ao ‘Expresso’. Uma carta magnífica. Não é preciso que o PCP e a CDU venham acrescentar nada. Está ali tudo bem clarinho, lamentavelmente paginado no «correio dos leitores»: quem aprovou, quem não aprovou, a quem ‘agradecem’. A frieza da linguagem empresarial é muito útil nestas alturas. A empresa estava falida há 10 anos. Hoje brilha. João Soares deu-lhe a mão. Isso é sabido. Com Carmona, apoiado pelo Bloco, pelo PS e pelo CDS (a Bragaparques agradece a todos) fez no ano passado com a CML o negócio do século, vendendo o Parque Mayer pelo preço de terrenos de Entrecampos, e ali comprou o resto da antiga Feira Popular.

Administradores

As empresas municipais são uma arma. Servem para resolver problemas do município mas também servem para outras coisas: ajudam nas coligações, esbatem as oposições, servem de moeda de troca… dão para tudo, graças ao erário municipal.
Hoje, a CML está neste momento a eleger mais e novos administradores para bastantes empresas municipais de Lisboa. Algum/ns do PS.
Algumas dessas empresas, em Lisboa, nem se sabe para que servem. É o caso da Emarlis, que devia servir para as questões do saneamento, às águas residuais – mas estas estão há muito confiadas à Simtejo, uma empresa intermunicipal. Não tem, pois, objecto, sequer. Mas tem administradores. A ganharem um balúrdio há vários anos. São centenas de milhares de euros deitados ao lixo ou… às águas residuais…

Largadas?

Vai haver largadas na CML? – que é como quem diz: vai ou não haver mudanças na equipa central? Agora que Carmona já garantiu o essencial (o voto de Nogueira Pinto e a abstenção do PS nas questões centrais, por via dos lugares em conselhos de administração de empresas municipais… Agora pode ou não livrar-se de alguns incómodos? Há quem fale de Sérgio Lippari Pinto. Pode abandonar a vereação mais depressa do que se pensa. Também, devido aos conflitos que tem arranjado. Pode então afastar-se. E não só ele. Pode haver mais alterações. Por exemplo, e salvo erro: a vereadora Marina, do Trânsito. Isto, no curto prazo. A mais longo prazo, haverá mais ajustamentos na equipa de Carmona Rodrigues, dizem-me e eu prevejo.

Registos diversos

Teatro Nacional – Tantos artistas! Em vigília. A ministra da Cultura saberá o que está a fazer? Os nomes em causa, desta vez: António Lagarto ou Carlos Fragateiro?

«O Independente» – Aparentemente, a Cofina vai comprar o jornal que já foi de Inês Serra Lopes, que o continua a dirigir por ora.

Pequenos vigaristas – No ‘Correio da Manhã’, e seguramente noutra imprensa, referem-se casos de corrupção na Queima das Fitas de 2005, em Coimbra. Bilhetes falsos, aparentemente, no valor de muitos milhares de euros. A vigarice começa cedo.

Corrupção a esmo – Notas em vários jornais acerca de 400 casos de corrupção estudados pela Judiciária. Boa parte na GNR, no MAI e nas autarquias. Mas em muitos casos só são denunciadas corrupções de pequeno porte, da ordem dos 100 euros. Cadê os outros?

Bacocada – Uma brasileirice da caca. É disso que se trata quando ‘’O Independente’ (desculpa, Bruno) denuncia a forma de contratação de uma senhora, brasileira. A resposta do MJ foi outra bacocada sem nome: demissão de três directores. Claro que foi pretexto. Aposto que vinham do tempo de Santana Lopes ou mesmo Durão Barroso e aposto o dobro em como serão substituídos por «boys» do PS, que vão contratar muitas mais brasileiras. Aposto uma nota preta…

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