terça-feira, outubro 16, 2007

Editorial

O problema e as soluções
Maria José Nogueira Pinto foi definitiva: disse a António Costa que não. Que não queria ser parte do problema (já não seria parte da solução depois do que vimos) da Baixa-Chiado. Ela que em tempos chefiou, como vereadora do CDS na coligação de Carmona, a equipa em que se incluiu Manuel Salgado, hoje vereador ele próprio, na equipa de António Costa.

Hoje, Costa disse à Lusa que era cedo para falar de substituto/a para Nogueira Pinto. Primeiro, a CML vai debater o que quer fazer com a Baixa. Depois, as equipas.
Modelo certo, a meu ver.

Mas o que se passou antes, depois do convite público e publicado a MJNP? Quatro coisas, pelo menos, que condicionaram a participação da ex-vereadora: 1. A divulgação canhestra da sua ideia sobre as lojas chinesas; 2. Uma grande sede de protagonismo, e de domínio aparente na altura, da parte de Sá Fernandes sobre este assunto; 3. Uma estranha invasão de campo de Manuel Salgado que toda a gente interpretou como um anunciado chuto em Nogueira Pinto, mesmo que não fosse essa a intenção pessoal do autor da declaração; 4. Um silêncio ensurdecedor da parte de António Costa que deve ter doído a Nogueira Pinto.
Devem ter sido estas as circunstâncias. E, aparentemente, António Costa não gostou do modo como as coisas decorreram. De facto, o presidente da CML disse hoje que «a questão foi suscitada de forma prematura, porque a prioridade é a reapreciação do plano». Ou seja, o presidente da Câmara veio hoje dizer que na altura não era o tempo de discutir as pessoas. Mas discutiram-se. A várias vozes.

Resultado: tudo como dantes, vamos ao debate de ideias e objectivos, depois o modelo e a a estrutura (provavelmente todos lucrávamos se fossem os Serviços da CML a orientar o caso). E por fim as pessoas.
Assim, pode ser que ganhe a Baixa e que ganhe Lisboa.
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A título de curiosidade, leia «Nogueira Pinto não quer perder tempo com a Baixa», no DN.

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