sexta-feira, março 18, 2005

Jornal das 17 horas / dia 17 de Março / 2ª edição

Sem exageros

Não vale a pena exagerar. Mas há quem afiance que os dirigentes municipais, ou alguns deles, andam nervosos. Mesmo «muito nervosos», foi a expressão ontem usada.
Conjugo isto com o que li no ‘blog’ já morto («por Lisboa») sobre sussurros por medo, medo de represálias, comentários integralmente anónimos… e fico pasmado com tais receios, que, a verificarem-se, manifestam falta de coluna vertebral e de coragem.


Maury regressa?

Teresa Maury pode regressar para assumir o pelouro das Finanças. Muitos sabedores do assunto diziam na altura que não percebia nada daquilo e nem queria ouvir falar de legislação, mas tudo bem. Há quem me avente a hipótese de que Maury pode regressar.
Como?
Simples: Moreira Marques suspende, renuncia, sei lá… E aí vem Maury.
Não está mal visto.

Menezes inefável

São amigos. Muito amigos: Menezes e Santana Lopes. Óptimo. Mas a amizade cega mesmo, pelo menos a de Menezes. Diz ele que «há muita obra em Lisboa, desde a reabilitação urbana, a equipamentos desportivos ou culturais. Uma verdadeira revolução».
O homem já não vem a Lisboa há muito tempo. Ou então é ceguinho.
Quando vier a Lisboa, peço que me telefone. Encontra-me através da redacção de qualquer jornal. Ofereço-me para lhe mostrar o Iraque em Lisboa. Levo-o ao Pavilhão Carlos Lopes que esta maioria fechou, ao São Jorge que esta maioria fechou, à Piscina Olímpica dos Olivais que esta maioria quer destruir. Levo-o a passear nas calçadas destruídas, nos jardins abandonados, levo-o a ver as fontes secas, os lagos sujos e secos. Levo-o aos bairros municipais dessa tal revolução que esta maioria tem feito. E também o levo à sede do CDS, ao Caldas, que esta maioria reabilitou – essa sim!
Mas arranjo, para o acompanhar, uma data de presidentes de junta, que sabem do que falam muito melhor do que eu.
Depois disso, venha cá falar de revolução…


Nota histórica
Limoeiro

Limoeiro, para si, é rua? É prisão? É palácio? É tudo isso?
Primeiro, o nome: chama-se «Limoeiro», talvez porque ali havia mesmo um limoeiro/árvore.
Sabemos pouco de Lisboa. Mas os 250 anos do terramoto/onda gigante/incêndio devastador estão a levar muita gente a estudar mais um pouco…
Hoje sei que a sede actual do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), Largo de São Martinho, Rua do Limoeiro, já foi tudo aquilo, numa história diversificada que já vem desde D. Afonso III, que ali montou palácio real.
Foi cenário daquela história do assassínio do Conde Andeiro pelo Mestre de Avis.
Com D. João II, já é cadeia (os condenados a degredo aguardam ali o embarque). E era tribunal nos andares superiores.
O terramoto danificou seriamente o Paço, que foi reconstruído em três anos.
Hoje é sede do CEJ. Quer saber mais? Passe pelo site
www.cej.pt e clique em «nota histórica». Está lá muito mais informação.