terça-feira, outubro 02, 2007

Editorial

A nota editorial desta semana tem a ver com os chamados «critérios editoriais» que estão espalhados agora - de há uns anos a esta parte a coisa vem-se agravando - e que consistem em os editores e directores se barricarem atrás do chavão para não deixarem entrar nos jornais (de papel, on line ou de rádios e televisões) matérias que tenham como origem o PCP e a CDU nas autarquias. Falo com ciência certa porque acompanho este sector na comunicação social há mais de 30 anos e nunca, repito, nunca, a coisa foi tão escandalosa.
Na semana que passou, para lá do silêncio praticamente total sobre duas Notas do PCP na CML (uma avaliando a prática política de António Costa e do PS-BE na Câmara e outra avaliando especificamente a prática política do BE na CML), houve ainda uma sofisticação «subvertedora» da realidade: depois de oPCP emitir a sua Nota, duas ou três redacções publicaram que... «o BE critica o PCP» - quando na verdade mais não era do que a reacção do BE, que, naturalmente, tinha de ser publicada mas como sequência da crítica e não o inverso...
Estes critérios subvertem as coisas. E o que chega aos eleitores é apenas aquilo que os editores deixam furar por entre os pingos da chuva. E é pouco. Muito pouco.
Não se admirem de que comece a falar-se de censura, de exame prévio, de boicote. Porque o é: boicote. E descarado. E impune até agora.

José Carlos Mendes

4 comentários:

Anónimo disse...

Mas não esqueceram as considerações interessantes de Luisa Mesquita.

E certamente não iram esquecer a reforma compulsiva do Presidente da Camara da Marinha Grande, na sequência do que se passou na Camara de Setubal....

Anónimo disse...

Por vezes, não sabemos de provêm as maiores acções de censura e propaganda.

Se dos políticos se da comunicação Social?

Os meios de comunicação social são agentes poluidores da sociedade com a sua informação tendenciosa e propgandística.

Anónimo disse...

Esse post cheira mesmo a ameaça aos jornalistas.

Não sei como é que foi mas o que é certo é que um certa pressão entre sexta e domingo até deu resultados, não foi senhor José Carlos Mendes?

Ponha a mão na sua consciência, mas é.

Anónimo disse...

Caro José Carlos, infelizmente nesta sua nota editorial, revela factos, que eu já constato à uns tempos, neste momento não tenho a minima dúvida que grande parte da Comunicação Social está completamente manipulada. Os principios fundamentais, pelos quais um jornalista/editor, se deve reger, isenção e transparência, desapareceram. Hoje em dia vale tudo,....é pena!