Conta-se que no Brasil o herói dos anos 90 era um governador que não escondia que roubava. E respondia assim nos bastidores às acusações: «Eu roubo, mas eu faço». Ou seja: pelo menos ele fazia obra. Achava ele que por isso estava justificado o roubo.
Uma amiga brasileira dizia-me ontem, quando eu, delicadamente, lhe falava daquela coisa a que chamaram «mensalão»: «Olha, sabe? Lá no interior, na minha terra, a gente não chama isso de mensalão: é roubo mesmo». E eu com tantos punhos de renda...
Agora oiçam esta:
Uma amiga brasileira dizia-me ontem, quando eu, delicadamente, lhe falava daquela coisa a que chamaram «mensalão»: «Olha, sabe? Lá no interior, na minha terra, a gente não chama isso de mensalão: é roubo mesmo». E eu com tantos punhos de renda...
Agora oiçam esta:
Valentim Loureiro / "Cortem-me o pescoço se se provar um cêntimo de prejuízo para a Câmara" / O presidente da Câmara de Gondomar afirmou que lhe podem cortar o pescoço se se provar "um cêntimo de prejuízo" para a autarquia, no caso do complexo desportivo em Rio Tinto. »
Expresso, 19:35 Quinta-feira, 11 de Set de 2008
Expresso, 19:35 Quinta-feira, 11 de Set de 2008
Repare que o homem nem por sombras diz que a autarquia não foi prejudicada, nem diz: «Cortem-me o pescoço se houve um cêntimo de prejuízo para a Câmara». Não. Ele diz: «se se provar». É bem diferente, não é?
Sem comentários:
Enviar um comentário