Estado vende a si mesmo
Engana os números
Mas convém não nos enganar a nós
Em Lisboa, são muitos os equipamentos do Estado em processo de venda. Mas parece que anda aqui truque que terá a ver com números. Mas não tem a ver com a vida real. Só uma nota prévia: quando o Estado vende um quartel, um Hospital (quero dizer: os edifícios onde se encontravam esses equipamentos), parece que realiza verba. Mas pode não ser assim, pelo menos numa primeira fase. Porque, ao que parece, vende a si mesmo e compra a si mesmo e paga a si mesmo. Em circuito fechado. Uma empresa com estatuto de empresa imobiliária, chamada ESTAMO, compra quase tudo o que o Estado vende em matéria de «real estate», de imobiliário. Li no DN. Ora essa ESTAMO é propriedade da Parpública. A Parpública é propriedade do Estado. Pescadinha de rabo na boca: o Estado vende a si mesmo. Para enganar as estatísticas. Assim arrecada dinheiro, vendendo, embora disponibilize exactamente a mesma verba ao comprar. Por um lado, vende. Baixa o défice. Por outro compra. Mas já não é registada a subida do défice porque as empresas estão fora da estatística em causa. Mas na real realidadezinha, nada mudou: o défice real, realinho, é exactamente o mesmo. Nem é preciso ser muito esperto para ver isto.
É assim uma espécie de uma aplicação concreta daquele aforisma popular que diz: «Com a verdade me enganas».
(Claro que no caso dos imóveis de Lisboa temos estado atentos também ao uso futuro e ao PDM).
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