sexta-feira, fevereiro 01, 2008

Editorial

O elogio

Analisar a conduta de um político que detém poder é um exercício fascinante. Em geral, um exercício sem grande saída porque o político, enquanto tem poder, não dá a mão à palmatória e os que o rodeiam, sejam seus pares, sejam seus subordinados, empenham-se mais, uns, em dar-lhe suporte indefectível até ao «cadafalso», outros, em babujá-lo até ao enjoo.
No dia seguinte, cai o político e uns e outros já adoptam outra regra.
Mas enquanto está, está de pedra e cal. Veja-se Correia de Campos: num dia era o maior; no dia seguinte era o rei morto... passe a expressão, logo no dia de hoje...
Vem isto a propósito das críticas permanentes que aqui faço a Sá Fernandes. Considero um elogio da minha parte dizer que esperava mais dele, que o seu percurso deixava antever outra atitude menos realista, mais ousada, menos acomodada, mais p'rà-frentex.
Mas não. Sá Fernandes está a desiludir-me. Esta guerra com as freguesias por causa da conservação dos espaços verdes - essa então é de cabo de esquadra. Desiludido - é como estou. Eu e muita gente, tenho a certeza.
E quando digo isto estou a dar a Sá Fernandes um elogio muito grande: estou a dizer que, considerando o que vi antes, quando ele ainda era um cidadão com as providências cautelares numa mão e a pena de advogado na outra, esperava dele muito mais. Estou a dizer que me enganei. E isso é um elogio a ele. Não ao que ele está a ser hoje, mas ao que ele era ontem.

7 comentários:

Anónimo disse...

Sá Fernandes: o inimigo principal do José Carlos (até quando o ataque vem embrulhado em demagogia barata).

Anónimo disse...

Guerra às freguesias? Como assim? Parece-me que é mais guerra aos sacos azuis (neste caso verdes). Pelo que vi na assembleia municipal, o dinheiro ia para as juntas sem critérios e sempre sob a capa de arranjo dos espaços verdes. E não ouviste lá qual é a apreciação geral dos serviços sobre a conservação dos jardins pelas juntas? NEGATIVA (com honrosas excepções)! Para mim o Sá Fernandes seria uma estrondosa desilusão se se encolhesse com medo do loby dos presidentes de junta e não pusesse ordem nisto. Sim senhor, dinheiro para as juntas tratarem dos jardins, mas com critérios objectivos e transparentes, ok?

José Carlos Mendes disse...

Não entendem? Não vai com ele essa coisa de considerar os presidentes de junta como lóbi. Não foi esse o Sá Fernandes que recolheu aqueles votos para o Bloco. (Isto é pura análise política: pessoalmente, a maior das simpatias para com o SF. Qual inimigo principal nem secundário, qual quê?! Apenas opinião pessoal e política - nada mais).

E dizer o que digo é um elogio.

Quanto às opiniões dos dois comentadores: claro que eram previsíveis. E claro que só «podem» ser essas...

«Quem é que há-de gabar a noiva se não a mãe que a quer casar?» - diz a minha mãe nestes casos.

Anónimo disse...

Sábia mãe. E quem sai aos seus.

Anónimo disse...

Naturalmente não me referia à que quer despachar a filha.

Anónimo disse...

Quanto a esta questão da conservação dos espaços verdes e do Vereador Sá Fernandes, deixei-lhe este comentário lá muito para baixo.

Pode dar-me agora uma resposta?

É que ainda não percebemos qual é a sua proposta de tranferência de verbas. Manter o que estava? Tal qual?

Cá vai ele outra vez:

E que tal discutir o que verdadeiramente interessa?
Quais são os critérios justos para transferir verbas de conservação de espaços verdes para as Juntas de Freguesia?
Verbas para aplicar mesmo, repito, mesmo, na manutenção dos espaços verdes.
Se quer discutir isto a sério informe-nos de qual foi a proposta do vereador Sá Fernandes. E esclareça-nos porque é que os tais critérios estão errados. É que assim é curto. Parece que está numa de oposição gratuita ao Vereador Sá Fernandes.

Vá lá... Você sabe as razões do voto contra do PCP. Porque é que não nos esclarece?


Já agora acrescento mais umas questões que talvez tenham alguma relação com isto:

Está de acordo que é necessário agrupar freguesias para lhes dar uma dimensão "operacional"?
Há ou não interesses partidários em manter estas freguesias de dimensão "inoperacional"?

Anónimo disse...

Parece que uma das caras da oposição dos Presidentes de Junta, a JSF, foi a do Presidente da Junta de S. José.
Compreende-se. Como é que ele vai continuar a tratar tão bem o Jardim do Torel, como tem feito nestes últimos anos?
Basta por lá passar, para ver a preocupação e compreender a oposição do Sr. Presidente.