A construção do Túnel do Marquês, no tempo de Santana e Carmona, foi a maior das confusões burocráticas e financeiras. Um dos resultados está aí à vista: uma derrapagem gigantesca, atrasos na obra, indemnização choruda do erário municipal à construtora.
Recordo-lhe algumas dessas confusões:
1. Uma obra destas, atribuída por adjudicação directa é uma ilegalidade;
2. Uma parte das obras de remodelação adjacentes à obra principal do túnel foi retirada do concurso embora a adjudicação inicial as tenha incluído, ao que parece - e julgo que isso foi feito sem «mexer» na verba pela qual a obra foi adjudicada - o que foi concretizado pela direita na Câmara e no Governo, que determinou que as infra-estruturas da EPAL, da EDP, das comunicações militares fossem executadas por essas empresas;
3. A obra começou sem Estudo de Impacte Ambiental - foi aí que a Quercus e Sá Fernandes entraram;
4. A obra prosseguiu sem certezas quanto à «confluência» com o Metro - na altura, se se lembra, Mário Lino chegou a ameaçar que não ia alterar a programação das obras do Metro por causa do Túnel.
5. A obra ainda nem sequer terminou, devido às confusões com o Metro.
No meio destas baralhadas todas, o milagre é que a derrapagem seja só de 40%. Aliás, é de muito mais, se for tudo contabilizado, como um dia será.
1 comentário:
PARECE QUE A DERRAPAGEM FOI TOTALMENTE CULPA DO ZÉ -QUE NO TRIBUNAL PROVOU QUE NÃO TINHA RAZÃO. AGORA PAGUE" OU PORQUE É DA ESQUERDA NÃO É RESPONSÁVEL PELOS SEUS ACTOS?
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