sábado, fevereiro 09, 2008

Três lebres a correr em espaços verdes de Lisboa

Editorial

Esta semana, Sá Fernandes, que agora detém a responsabilidade dos espaços verdes da capital, pôs a correr uma lebre para chamariz e de seguida mais duas, parece que quase só para ilusão óptica. O mais sério é que nenhum órgão de comunicação social parece ter dado pela triplicidade da situação. E isso é preocupante. Foi toda a gente alegre e contente atrás da primeira lebre: aquela coisa de o restaurante Eleven, de José Miguel Júdice e sócios, só pagar 500 € de renda mensal. Acho, pelo andar da caruuagem, que assim vai continuar - e isso, parece, não incomodará Sá Fernandes, que nunca mais insistiu no caso. O objectivo estava alcançado: falou-se do assunto em tudo o que é sítio.
Essa foi a primeira lebre.
Mas de seguida, depois de ter levantado essa lebre em conversa televisiva (as televisões adoram este tom), o mesmo Sá Fernandes, qual caçador enviesado, apontou numa segunda direcção e acabou por atirar noutra - se é que atirou.
É que logo de seguida soube-se que a CML, via Pelouro de Espaços Verdes, ia lançar uma hasta pública para... restaurantes e bares instalados em espaços verdes da CML e que não pagam a renda. Não é portanto o caso do tal Eleven. Será de alguns outros, meia dúzia, parece. Mas não deste.
Terceira lebre: o mesmo Pelouro irá, segundo li, lançar um processo de revisão de rendas para alguns outros casos. Pelo andar da carruagem, esse tiro também não me parece que apanhe o Eleven (contratos com a CML, condições contratadas, ónus de construção do restaurante, reversão para a CML ao fim de 20 anos).
Ou seja: Sá Fernandes olhou numa direcção, fez pontaria noutra e atirou numa terceira - repito: se é que não era só pólvora seca.
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E nenhum jornalista desmontou a coisa. Dei uma semana e nada. Desculpem, mas assim, não vale. Posso ser mais atento, mas mais inteligente não sou, de certeza...
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Voltando a Sá Fernandes: com esta táctica, SF arrisca-se a voltar às parangonas, fenómeno do nada poderá nada resultar outra vez. Infelizmente. Com a audiência que tem, se quisesse ajudar a Cidade a sério, tinha uma auto-estrada por sua conta. Mas este raciocínio é um contra-senso: se assim fosse, não teria a auto-estrada aberta. Disso sei eu de longa experiência...

12 comentários:

Anónimo disse...

Oh Zé Carlos, isso é tudo treta. Quiseste construir uma fábula para tentar desvalorizar o papel que o Sá Fernandes tem tido e, mais grave, procuras manipular os jornalistas com intimidações. Que vergonha!
Tudo o que a Comunicação Social tem estado a puxar agora, já tinha sido apresentado em comunicado de imprensa do Sá Fernandes em meados de Janeiro! Tudo em conjunto: denúncia da situação, medidas correctivas e hastas públicas. Pergunta a qualquer jornalista se precisares de confirmação. Essa tua análise pariu um rato.
Para além disso, o Sá Fernandes não falou em Júdice na entrevista do Mário Crespo. Foi a posteriori a Teresa Caeiro do PP que levantou essa "lebre" como lhe c chamaste.
Deixa-te dessa fixação no Sá Fernandes. Fica-te muito mal!

José Carlos Mendes disse...

Oh, anónimo querido e amiguíssimo!

De cada vez que analiso politicamente a actuação de Sá Fernandes, aparece sempre alguém (que nunca assina) a querer ensinar-me a analisar as coisas, o que faz aliás de forma bem paternalista - que registo.

Mas nada disso altera a realidade: Sá Fernandes está sujeito a escrutínio e a análise. Minha também.

Quanto aos jornalistas: o anónimo devia considerá-los mais... Dizer que isto que eu faço (registar a falta de rapidez de análise) é pressão, manipulação ou intimidação é uma grande desconsideração pelos jornalistas: se eles se deixassem pressionar por isto, aí sim, mereciam o meu desrespeito. Mas não: respeito-os de mais a quase todos: não me atreveria nunca a tentar (sequer tentar) manipulá-los. Nem me passa pela cabeça. E todos os que lidam comigo sabem isso da forma mais segura: o modo como lido com eles sem qualquer instrumentalização. Apemnas com sinceridade. Sabem que seria incapaz de lhes «dar» algo incerto ou pouco seguro, algo subjectivo. E sei que sabem disso por causa da maneira como me confiam as suas dúvidas, as suas incertezas - sabendo de certeza que nunca os trairia.

Querido anónimo: chega?

Ponto.

Anónimo disse...

Comentário anónimo:
Fui fazendo essa mesma análise, a que ainda no ínicio acrescentei outra.
Porquê o Eleven naquele dia na SIC?
E com uma conversa que não levava a nada e que o Sá Fernandes sabia que o Judice desmontaria?
Porque Sá anda pouco falado, e porque Sá tinha sido falado como responsável pelos 17,5 milhões de indemnização a pagar pelo atraso do túnel. Era preciso apontar lebres para outro lado.

Anónimo disse...

O Zé cArlos Mendes tem uma tara pelo Sá Fernandes, só pode ser.
Acho que ele tem muito mais espaço neste blog do que o próprio PCP. Porque será, senhores jornalistas pensem nisto...É só o que tenho a dizer.
O resto é tudo treta e dor de cotovelo.

José Carlos Mendes disse...

Táctica errada. Isso é só para ver se eu deixo de estar atento.

Obrigaram-me a «fazer» Operações Especiais em 71/72 e a fazer 27 meses de Cabinda e Luanda em 72/74 como alferes miliciano de OE... E isso deu uma lamentável «endurance»...

Mas continuem a criticar-me por dar atenção ao que passa despercebido - que eu gosto.

Anónimo disse...

Paternalista é essa tua conversa, José Carlos Mendes, sobre os jornalistas. Não gostei mesmo nada.
Sobre o teu direito a fazer análises, pois bem, tens todo o direito. Mas fica-te muito mal não partires de factos objectivos para depois elaborares toda a subjectividade a que tens direito, só isso.E, neste caso, o primeiro anónimo tem toda a razão. Eu tenho esse comunicado.
Finalmente, acho que o dr. Júdice não desmontou nada. Ninguém, em condições de mercado normais, conseguiria uma área como a que o Eleven ocupa, naquele sítio, a 9 mil euros por mês (considerando a amortização do investimento mais os 500 euros que paga à Câmara). Qualquer loja num shopping custa isso ou mais.

José Carlos Mendes disse...

Isso é garantido.

Mas atenção: longe de mim defender os negócios, seja de Júdice, seja de quem for.

A minha análise é só política e só tem a ver com a CML e seus eleitos.

Quanto ao comunicado e o que ele significa: há que ver se mais gente pensa assim ou se só se pensa isso no gabinete de SF... E parece-me bem que sim - e talvez nem toda a gente do BE pense isso.

Quanto ao paternalismo: desde que escrevi o que escrevi, já me contactaram sete ou oito jornalistas. Nenhum se queixou, evidentemente. São demasiado adultos.

Santa pachorra a minha...

Anónimo disse...

Eu parece-me que o PCP já havia alertado para essa questão do eleven e do Clube VII.

Em todo o caso deixo outra para o Sà Fernandes:

O uso particular dos carros municipais que os Directores, Chefes de Divisão e outros nos serviços dirigidos pelo Sr. Sà Fernandes (e outros Vereadores) fazem, custam por mês bem mais do que essa quantias do Eleven todas juntas. E por acaso isso até é crime....

CHIU! CALA-TE!

Anónimo disse...

Ora, camaradas eu explico: vai haver eleições e são necessários fundos para a campanha...

Anónimo disse...

O anónimo advogado de defesa do citado Vereador ainda não terá percebido que o citado Vereador é para direita um descartável q esta deitará para o lixo quando não lhe servir mais os seus desígnios de divisão?
È da história e a UDP sabe-o melhor que ninguém.

Anónimo disse...

Olha esta é que é gira: o JCM agora fala pelo BE....não me diga que mudou de campo??? Já era tempo de ver a luz...

Anónimo disse...

o Sá fernandes andava apagadote...