quarta-feira, agosto 13, 2008

Tiros de polícia

Apesar de já ter referido aí em baixo a questão do uso das armas, volto à matéria. Por duas razões: a primeira é que um dirigente sindical de uma das polícias veio confirmar o que eu suspeitava há muito: é que, para lá do que já se sabe sobre a falta de meios e de hábitos de treino em geral, os agentes não treinam tiro em movimento de viatura (em perseguição). Essa e a cobardia em assumir o que se fez podem ser as razões para esta lástima de desculpas esfarrapadas do género «ai nós atirámos só para o ar», com um rapaz morto dentro da viatura por tiros que, tudo aponta, são da GNR.
Esta nota do dirigente sindical deve ser levada muito a sério. Não para que as polícias desatem a disparar, mas para que, quando disparam legitimamente, acertem no alvo que pretendem e não noutro qualquer.

Mas voltei ao tema para transcrever o que o «DN» transcreve das instruções de não uso ou contenção de tiros: «... os elementos das forças policiais não podem disparar nas perseguições automóveis - a não ser que os próprios agentes estejam em risco ou que a vida de terceiros possa ser afectada pelos fugitivos.»
«... a recomendação da IGAI surgiu no seguimento da morte de um rapaz de 25 anos alvejado na cabeça durante uma perseguição automóvel movida pela GNR em Julho. No rescaldo deste caso, o comandante-geral da GNR, tenente-general Nélson dos Santos, e o director nacional da PSP, Oliveira Pereira, ordenaram que "em perseguições motorizadas é proibido o uso de armas de fogo" - mesmo contra pneus de carros em fuga. A ordem ressalva "as situações em que o uso da arma se destina a repelir agressão actual e ilícita que, de modo efectivo ou iminente, ameace vidas humanas". Na altura, o comando da GNR alertava também "que o uso incorrecto de armas prejudica a acção policial e acarreta responsabilidades disciplinares e criminais graves". Aliás, já em 2005, a IGAI tinha emitido uma nota sobre as limitações no uso da arma "em situações contra-ordenacionais", avisando que "a arma é o último recurso a empregar em caso de contra-ordenação ou de suspeita não fundamentada".»
Para que conste.
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1 comentário:

Anónimo disse...

O Zé Carlos tem lá paciência,ós tipos tentaram atropelar o GNR, se o tivessem morto ninguém se preocupava!O que é que estava a fazer a criança na carrinha?Só tenho peno que o tiro não atingisse o pai dele!O que é que vamos dizer aos pais do jovem que foi baleado mortalmente no Oeiras Shopping?e à família da jovem que morreu na tentativa de roubo do carro?Parece que andamos todos a pedir desculpa quando a polícia mata alguém que põe em risco a vida das pessoas!E se fosse alguém da tua família o que dirias?