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Editorial
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Li no 'CM' de hoje que a cerimónia de entrega de novas pistolas à PSP, afinal, não foi para valer. Ou seja: terá sido uma fraude.
As pistolas, em número de 24 (!), uma espécie de fetiche - por que não 25? Por que não 250, se o total a entregar é de vários milhares (mas só a seu tempo, como veremos adiante)? -, as pistolas, repito, foram de imediato devolvidas pelos agentes. Ou seja: fomos todos enganados.
O Governo, pela mão do ministro, fez uma espécie de ensaio de teatro, serviu-se para isso das forças de segurança e fez de agentes e seus comandos os actores desta cena. Ou melhor: figurantes num acto de propaganda triplamente reprovável: por usar o Estado em pré-campanha, por se servir da segurança para isso e por se servir de agentes verdadeiros como figurantes de uma peça de pré-campanha eleitoral de um partido.
Uma coisa estranha de se acreditar.
Se isto foi assim, entendo muito bem o truque do Governo: assim faz render o peixe: agora fez a cerimónia apenas encenada, as televisões mostraram a entrega, os treinos, os comentários; daqui por uns tempos (esperemos que não sejam outra vez anos, porque julgo ter ouvido algures que estas pistolas já cá deviam estar há uns anos...), nova cerimónia, desta vez para valer, e com a entrega, aí sim, das tias 4 mil e tal pistolas.
Ou seja: são duas vezes na televisão por cada coisa do género.
Esperemos que não desatem a entregar 20 de cada vez, à média de três ou quatro cerimónias por semana daqui até às eleições.
Isso sim, seria abuso e todos dariam conta do excesso.
É que estranho o silêncio dos sindicatos, dos partidos, de todos os que puderam ler isto no 'CM'.
Mas estamos ainda só no fim-de-semana da rentrée, como li por todo o lado.
Talvez durante a semana alguém dê conta desta fantochada em que a PSP foi envolvida, sem respeito pela sua honorabilidade.
Uma tristeza.
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