sexta-feira, setembro 05, 2008

«Tem» batota no «lanci», como diz o brasileiro. E ninguém os mete em tribunal? Ainda falavam do Bokassa...

A questão em causa é a surpresa de a RTP ter ganho os direitos de transmissão dos jogos de futebol da I Liga. Li agora mesmo no 'CM' on line que «José Sócrates e o seu ajudante para a Comunicação Social tinham de compensar de alguma maneira a quebra de audiências e de publicidade da RTP por causa do novo canal generalista. Vai daí puseram as coisas de uma forma muito clara ao proprietário dos direitos de transmissão dos jogos da I Liga. Se o concurso fosse ganho por um dos outros canais, nomeadamente a TVI, que ofereceu uma quantia choruda para manter a bola outro ano, a coisa ficava muito negra em relação à atribuição do quinto canal generalista. E como o seguro morreu de velho e Joaquim Oliveira anda na bola há muitos anos, a coisa foi parar à RTP num abrir e fechar de olhos. E nem mesmo a grande amizade entre o patrão da Olivedesportos e José Eduardo Moniz salvou a coisa. Amigos, amigos, negócios à parte e Sócrates é quem mais ordena.»
Isto é então uma democracia? Você era capaz de ensinar isto num curso de política para criancinhas? Penso que não. Porque tem vergonha na cara, ao contrário destes aí em cima, a acreditrar no 'CM'.
E acrescento duas coisas:
1ª - acharia óptimo que a RTP ganhasse, mas sem batota;
2ª - lamentavelmente, sei para que é que Sócrates quer mais audiências na RTP: é que será sempre o canal mais dócil para ele e para o PS daqui até às eleições e depois dela se ganhar outra vez.
Tudo isto é muito, mas muito terceiro-mundista, de um terceiro-mundismo que já pouco existe mesmo no terceiro-mundo.
Pior do que não ter vergonha é nem saber onde ela mora e fazer aquelas carinhas de anjinho a que Santos Silva e Sócrates não nos poupam...
Recordo-lhe que, aqui há uns meses, até António Barreto se revoltou num parágrafo famoso: «(...) O verdadeiro Sócrates está presente nos novos bilhetes de identidade, nas tentativas de Augusto Santos Silva de tutelar a imprensa livre (...)». Ele sabe do que fala, conhece-os bem: veio do meio deles há meia dúzia de dias...

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