domingo, outubro 29, 2006


Câmara de Lisboa
Os seis casos da semana


Esta foi uma semana do diabo na Praça do Município. Foi a semana de todas as confusões. No PS, no PSD, no CDS, na coligação, na Assembleia Municipal, na sessão da CML… Mas duas entrevistas safaram a situação de Carmona Rodrigues: a da TSF, 2º-feira e a do ‘Correio da Manhã’ de hoje, domingo.
Vamos aos casos da semana, sobre os quais faço reflexões mais pormenorizadas nos outros blogs: o lisboalisboa2 e o lisboalisboa3. Tem de ir lá para ficar mais completa a informação…

Caso 1
Paula Teixeira da Cruz / Maria José Nogueira Pinto

Dado novo: PTC declara-se formalmente contra a coligação pós eleitoral PSD-CDS/PP. Não sabia que era possível tornar pública esta coisa que se sabia dos corredores. Clarificar é bom. Nos bastidores consta que o PS pode vir a salvar Carmona.

Caso 2
Nuno Gaioso Ribeiro / Secretariado da Concelhia de Lisboa do PS

Vários dados novos: a) Gaioso declara formalmente ao 'Sol' que não se demite; b) O Secretariado é composto por quem? Vá ao site do PS. Será que a Concelhia, onde 40% é da linha Leonor Coutinho vai aprovar a retirada de confiança política?; c) Joaquim Raposo, enquanto Presidente da poderosa FAUL, declara formalmente que não aprova esta posição do Secretariado do PS / Lisboa. Que outros trunfos (de nível ainda mais elevado?) vai Gaioso mostrar, um a um, em cima do pano verde deste complexo poker de cartas? E Sócrates – que toda a gente me diz que quererá dar um arzinho nesta guerra talvez também (mas não só) para manter Carrilho em banho-maria? Um caso a acompanhar esta semana que vem, quando Gaioso regressar ao País e falar, se assim o entender. Os jornalistas querem mesmo ouvi-lo. Isso transparece em tudo o que já se escreveu.

Caso 3
As escolas estão em brasa

Falta cumprir as promessas quase todas: quer as do Ministério quer as da CML. O 'Expresso' diz que há ratos. Os eleitos do PCP têm visto coisas do arco-da-velha na série de vicissitudes sistemáticas que estão a fazer por vários Agrupamentos. Os professores e os pais já estão a ponto de explodir. Ontem mesmo, por causa da falta de apoios da CML aos alunos carenciados, os bastidores do sector escolar estava a ponto de rebentar os diques e falar...
As escolas de Lisboa funcionam com más condições e em más condições. Esta semana, a paciência quase se esgotava em algumas delas. Foi por pouco. Quer dizer: as escolas pelos vistos são velhas e estão em más condições físicas. Não há investimento há cinco anos. Isso tem consequências. Neste e noutros domínios: as estruturas vão envelhecendo e começam a dar de si. Veja-se a rede do saneamento e as ETARs. Vejam-se as bibliotecas e outros edifícios. Bom, mas no que toca às escolas, a paciência de professores e pais está a rebentar pelas costuras. Alguns, sei eu, já estiveram para começar a pôr esta semana «a boca no trombone». Mas contiveram-se. Até quando se aguentarão e virão a terreiro desmascarar o cenário idílico que Lipari quer mostrar aos holofotes da opinião pública? Nos bastidores este sector está em situação de pré-explosão. Vamos ver.

Caso 4
Dinheiros do Casino

O Governo anda numa grande gozação com a CML. Os dinheiros do Casino Lisboa que entram nos cofres do Estado são em boa parte destinados à CML, por determinação de Lei do tempo de Durão Barroso (lei feita à medida de Santana Lopes na época). Uma percentagem destina-se ao Parque Mayer e outra ao Pavilhão Carlos Lopes. Na reunião desta semana ficámos a saber que nem para uma coisa nem para outra: os dinheiros continuam armazenados nos cofres do Estado.
Mas o estranho é que Carmona Rodrigues tenha andado sempre tão calado com isto. Por várias razões: 1ª – é o presidente da câmara da capital com quem o Governo devia estar sempre em guarda. Mas ele não tem até agora esse estatuto e essa performance – isso é um facto. Não veio dos meandros das elites partidárias e sim da elite universitária: um «handicap» que, pelos vistos, pesa mais do que se esperava…; 2ª – a CML está na bancarrota efectiva – pesem embora as enormes verbas que entram mensalmente; 3ª – Neste particular, Carmona teria o apoio garantido de larguíssima maioria na CML; 4ª – Parque Mayer e Pavilhão Carlos Lopes são exactamente duas péssimas provas de ineficácia desta maioria PSD-CDS/PP, segundo muitos observadores… e, portanto, injectar aqui uns cobres era para Carmona ouro sobre azul.

Caso 5
Limpeza urbana em Lisboa

Lisboa pode ficar sem recolha de lixo. Aí, será o fim de Carmona. Será mesmo o fim. Ou o início da escada descendente. Já viram o que seria Lisboa sem recolha de lixo durante umas semanas? Uma catástrofe nacional, quase. O que acontece é que 800 trabalhadores deram um último prazo a Carmona: uma semana para resolver uma série de questões que aí andam penduradas há anos. Infelizmente, chegou a hora da verdade. Já não se entendem com Pedro Feist, o vereador do pelouro.
Dito de outro modo: os trabalhadores da recolha de lixos / Câmara, agora só confiam em Carmona, a partir de agora e dão-lhe uma semana para lhes responder de forma razoável. De outro modo vão para a greve. São 800. São trabalhadores do sector de recolha de lixos. Lisboa pode ficar mergulhada em lixo de repente.

Caso 6
Uma creche que ia ser encerrada e já não vai

«Os Mestrinhos», chama-se. É um infantário. A rua onde está instalada não tem a largura que o PDM exige para estes casos. Gabriela Seara ia (ou vai?) fechá-la. Os pais falaram mais alto e há agora a promessa de uma solução. São 40 crianças. 40 famílias a protestar e tiveram bastante força, pelos vistos.

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