quinta-feira, outubro 12, 2006



Lisboa: novo atropelamento va Av. de Ceuta
ACA-M dá forte e feio na CML

De Maio até hoje nenhuma das medidas propostas foi tomada...

Dormem tranquilos?


Revoltado e com razão, tal como eu próprio fiquei ao abrir o mail e ler este comunicado da sua organização, a ACA-M, Manuel João Ramos dispara sobre a CML e ninguém se atreverá a levantar uma mão contra ele por isso. Nunca as mãos lhe doam.

Realmente: «Como podem dormir descansados?».

Eis o texto da Nota: «Lamentavelmente, deu-se um novo atropelamento na Av. de Ceuta, esta tragédia não é nem para nós, nem para a maior parte dos lisboetas, surpreendente.
O problema, como é sabido de todos os lisboetas, é, infelizmente, estrutural. A construção de duas urbanizações gémeas atravessadas por uma via rápida com 11 faixas, para alojar os moradores do bairro do Casal Ventoso, está na origem da situação.
Perguntamos nós: quem foram os políticos e os técnicos da autarquia de Lisboa responsáveis pela construção desta armadilha bárbara?
E perguntamos nós ainda: será que os políticos e técnicos responsáveis pela gestão do trânsito da cidade dormiram tranquilamente até hoje, sem ter resolvido urgentemente a situação de absoluta insegurança dos peões que atravessam a Av. Ceuta?
É que não era necessário proceder a estudos de identificação de pontos negros. Os moradores da zona já por diversas vezes alertaram a CML para o perigo daquela travessia. A ACA-M, na sua campanha “Vamos acabar com os pontos negros”, já enviou requerimentos à CML, pedindo a resolução do problema.
Em Maio último quando se deu o atropelamento de uma menina de 8 anos nesta avenida, a ACA-M apresentou um conjunto de propostas com vista a minimizar o risco de atropelamento nesta zona da cidade. Mas é com grande pesar que verificamos que até hoje, nenhuma medida foi tomada nesse sentido.
É terrível constatar que as autoridades só costumam agir sobre os pontos negros que criam depois de alguém neles falecer e de a comunidade exprimir a sua comoção. Não deveria ser esta a postura dos políticos ou dos técnicos face aos cidadãos que se comprometeram servir.
Mas mais inaceitável é mesmo não agir imediatamente sobre uma situação de risco, para prevenir novas tragédias.
A solução passa, na perspectiva da ACA-M, por aceitar corajosamente inverter a lógica brutalista de fluidificação da mobilidade automóvel, que tem prevalecido nas escolhas técnicas e políticas da CML desde há muitos anos, e compreender que a defesa intransigente dos direitos dos peões é a melhor via para a sustentabilidade social da cidade de Lisboa
Por isso, vimos pedir uma vez mais a assunção de responsabilidades, celeridade na busca de medidas provisórias e coerência na elaboração de medidas definitivas para a resolução do ponto negro que é a travessia entre os Bairros do Cabrinha e do Loureiro.
Manuel João Ramos
Direcção da ACA-M»

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5 comentários:

Anónimo disse...

"Perguntamos nós: quem foram os políticos e os técnicos da autarquia de Lisboa responsáveis pela construção desta armadilha bárbara?"

É pá, deve ter sido o PEdrito e sus muchachos! De certeza! Querem lá ver que PCP e o PS alguma vez possuem técnicos e políticos capazes de decidir assim? Não é possível, pá! Foi o Pedrito de certeza! Ou então alguma técnico da CML de Direita, que enganou meio-mundo com alguma informação manhosa e a troco de uns dolares desses malvados construtores civis!

Só pode, pá!

PS Pelo menos na 24 de Julho a coisa tem dado certo. Mas está muito por fazer!

José Carlos Mendes disse...

Gosto disso. Cada um deve assumir as suas responsabilidades.

Ou alguém julga que eu penso que o passado é todo limpo e que só agora é que há problemas? Se alguém pensa que eu penso isso, não me conhece.

Mas tenho a certeza de que ninguém em seu juízo é capaz de ficar indiferente a esta frase do Prof M J Ramos: «Em Maio último quando se deu o atropelamento de uma menina de 8 anos nesta avenida, a ACA-M apresentou um conjunto de propostas com vista a minimizar o risco de atropelamento nesta zona da cidade. Mas é com grande pesar que verificamos que até hoje, nenhuma medida foi tomada nesse sentido».

Ninguém pode ser insensível a isto, a começar pela Dra. Marina Ferreira. Mostrem-lhe este recorte e verão a surpresa que vão ter.

Tenho a certeza.

Anónimo disse...

A Dra. Marina tem filhos? Se tiver, que pense neles e assim talvez comece a preocupar-se mais em fazer coisas de facto em vez de andar a anunciar sempre a mesma coisa: radares, radares, radares...

Anónimo disse...

Neste caso, não vale a pena chutar com as responsabilidades para cima dos políticos, dos governantes, etc! Aceitemos a verdade dos factos: a primeira responsabilidade é nossa, dos condutores! NÓS É QUE NÃO RESPEITAMOS AS REGRAS! Se exitisse uma verdadeira cultura cívica, um respeito autentico pelo outro, não era necessário mais nada: nem radares, nem lombas, nem polícias, nem coisa nenhuma!
E já agora só mais uma achega: é bom ter presente que todas esses recursos adicionais custam dinheiro, ou melhor custam-nos dinheiro, porque somos nós quem os paga! Quando se trata de exigir o que só não é superfulo porque nos comportamos como uns animais, todos parecem concordar com o aumento das despesas do Estado!!
Ponham a mão na consciência!

José Carlos Mendes disse...

Sim: automobilistas têm de ter cuidado. Mas órgãos de poder e entidades públicas às quais a lei confere competência sobre estas matérias têm um dever imenso de intervenção.

Imenso, repito.

No sentido de «prevenir».