As dívidas da CML e os truques
Quem julga saber que a dívida da CML é de x por ter lido nos documentos oficiais ou nos jornais, desengane-se. A dívida real é muito maior. Mas sempre muito maior do que a dívida oficial. E os números da dívida, nos papéis oficiais aparecem quase sempre truncados porque se separa a de curto prazo das restantes.
E mesmo assim, consideradas todas essas vicissitudes, resta ainda a magna questão dos truques. Que são muitos e a gosto, variando de serviço para serviço, de pelouro para pelouro. Mas que visam sempre uma e mesma coisa: camuflar a realidade...
Eis alguns, apenas alguns desses truques: só os mais «useiros e vezeiros»: aqueles de que os funcionários mais se queixam...
Truque nº 1
Dirigentes para funcionários: Faça primeiro que eu despacho depois. A contra-gosto, o funcionário faz, porque tem de fazer. Mas já sabe o que se segue: um calvário de regularizações, atrasos nos pagamentos por anos e anos. Telefonemas e faxes das empresas lesadas...
Consequência, quase sempre: para pagar é o cabo dos trabalhos: refazer e aldrabar procedimentos, etc..
Truque nº 2
Em cima das mesas de coordenadores de serviços, chefes de divisão, directores de departamento, directores municipais e similares e até de vereadores haverá papéis relativos a despesa já efectuada e não paga em valores incalculáveis. Ou melhor: em valores que cada qual só conhece da sua secretária... Era preciso somar isso tudo para se saber a realidade deste fenómeno que vem do santanismo e se prolonga agora neste mandato.
Assim, nada fica registado oficialmente. A dívida não existe. Quem fez o trabalho que se lixe.
Truque nº 3
Mas a coisa complica-se. Parece que a última invenção é ainda mais séria. Perante a impossibilidade de pagar mesmo dívidas de 2002, 2003, haverá responsáveis que dizem aos empresários e outros: «... Vá para tribunal... Assim, se a CML for condenada, seremos obrigados a pagar-lhe e passa à frente de tudo...».
Consequência paralela de uma eventual sentença condenatória da CML:
...«E assim me safo de reorganizar os processos ‘retroactivamente’».
Como se isso existisse.
8 comentários:
Tudo quase certo como qualquer colaborador da CML sabe.
Só com um senão, isto não nasceu, nem se agravou particularmente na gestão Santana. Vem "sustentadamente" crescendo com taxas similares e os mesmíssimos truques, de à muitos, muitos anos, com todas as vereações de todos os partidos.
O problema é que, como à totalidade do Estado Português, chegámos mesmo muito perto do limite, tendo-o ultrapassado em alguns casos. Não há receitas "sustentadas" que cheguem para este delírio local nacional à Argentina!
PS E a lista? Ainda não vi a lista... tá tudo com medo?
PS2 Lisboa e algumas das suas Freguesias, algumas ex-gestão PCP, ambas matreiras... mas não vai ser por ter mudado que o problema se vai resolver. É mesmo cultural e trasnversal nacional!
já agora seria bom perceber porque é que um dos chamados Fornecedores (ALves Ribeiro) é dos poucos a quem se vai pagando..... Será que tem alguma ligação a um certo Vereador??
Não é o único a quem se vai pagando... apesar da relação com o Vice-Presidente, que nunca participa nas votações em que a Alves Ribeiro é apreciada. E isso acontece desde os tempos do Dr. João Soares quando era o seu responsável pelas finanças. Não é escondido, todos o sabem, está nas actas.
Porque é que se paga a alguns e não a outros? Há explicações mais profundas, mas uma menos profunda é que tem que se pagar alguma coisa a quem continua apesar de tudo a fornecer a CML. São uma espécie de banco encapotado...
o meu amigo disse, num post do passado dia 11, a propósito dos assessores dos gabinetes dos vereadores, que publicaria, no dia seguinte, a lista de mais assessores de outros gabinetes... Até hoje!
Mas mais interessante é que o que dificultou é mentira... como se veio a demonstrar!
Assim se vê como se faz demagogia... Assim se vê a força do pc...
Justificar o injustificável com o argumento da tradição - "isto não nesceu, nem se agravou particularmente na gestão Santana." - não convence. É preciso denunciar a existência destas situações anómalas e ilegais e acabar de vez com elas. O facto de todos os partidos partilharem estes "procedimentos" também não os justifica apenas põe a nu o segunte: como todos têm "telhados de vidro" ninguém atira pedras e a "tradição" vai manter-se ou vai ser difícil acabar com ela. Proponho: esqueçam o passado, acertem um "dia zero" e responsabilizem a sério quem daí para a frente pisar o risco.
Concordo, mas para isso só despedindo Colaboradores e diminuindo as atribuições de serviço público da CML. O saldo novas vs antigas é negativo...
PS Mas não deixo de gozar com facto de quem atira pedras para o telhado do vizinho, finge que o seu não é de vidro também...
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