segunda-feira, setembro 24, 2007

Editorial

Pergunto a mim mesmo se é legítimo a António Costa fazer o que fez hoje. Estando para ser discutido na CML a 3 de Outubro o plano de saneamento financeiro - e independentemente do seu conteúdo que não é o alvo deste Editorial -, acho que o Presidente da CML não tem o direito de se antecipar e colocá-lo nas redacções hoje, 9 dias antes e apenas escassas seis horas úteis depois de o ter emntregue aos vereadores da oposição para estudo.
(Digo-o já: amigos meus, mesmo comunistas, já me fizeram sentir que sim, quie consideram legítimo. Outros, claro, não consideram isso: pelo contrário... Eu estou contra.)
Ao fazer isso, Costa deu o mote para o resto do mandato. E marcou as agendas da imprensa toda. Arrastou com isso os vereadores da oposição para um debate atabalhoado e sem o estudo profundo que a coisa merece e a Cidade precisa.
Ou seja: perdeu-se, em meu entender, uma boa ocasião para estudar com alguma seriedade uma questão tão complexa. Queimaram-se etapas. Adiantou-se serviço. Mas atrasaram-se a honestidade e a competência. Acho que você sabe do que falo. Por mais honesto e competente que um vereador seja, se é obrigado a engolir à pressa umas centenas de páginas, algo fica para trás...
António Costa fez o que fez para ganhar terreno junto da opinião pública, presumo. Com os olhos em 5 de Outubro de 2009, de certeza.
Fez bem? Fez mal? O futuro o dirá. Eu hoje acho que fez mal.
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Nota. Como me parece evidente, devo deixar aos partidos e ao Sindicato as primeiras opiniões sobre o conteúdo conhecido pela comunicação social do plano propriamente dito.
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José Carlos Mendes

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