sábado, abril 28, 2007

Uma história infantil


As «rosas» da Liberdade
e o «Sousa Zar»...

Esta aconteceu mesmo. Nas vésPeras do 25, numa escola infantil, uma sala de 4 anos esteve a preparar um painel para a Manhã da Liberdade - havia uma iniciativa de colectividades e o painel foi lá exposto e apreciado...
Os miúdos fizeram os cravos da moldura com as mãozitas: dedos esticados, molhados em tinta vermelha e... zás: as pétalas de um cravo. Depois, pincel, tinta verde e... folhas verdes a envolver as pétalas vermelhas do cravo. Repetem-se em jeito de passe-partout os cravos em torno do desenho e do poema...
E já está: esse é o «placard» que vai para o ringue para marcar a Festa.
Tudo normal.
Agora a história infantil.
Na sala, tinha sido contada a história aos miúdos, mesmo que com linguagem infantil: a ditadura, o Salazar, as liberdades, a Revolução, o 25 e tal..
No dia seguinte, o painel volta para a escola infantil.
Um dos miúdos entra com uma tia que o leva, vê o painel no corredor, aponta e diz para a tia:
- Olha! As rosas do Sousa Zar!

- Do quê?

- Do Salazar - explica a tia. - Ele não sabe dizer o nome e diz assim...

- Ah, pois, aquele que não nos deixava falar, não era?
E ele, muito rápido:
- E não nos deixava ler.

Bem visto. Está lá o essencial do essencial.

Sem comentários: