Coca-cola e imperialismo no «Diário de Notícias» (e não só...)

Ontem, como faço mais vezes do que devia por razões de saúde, fui-me mais uma vez à pizza e coca-cola sem gelo... e comi enquanto lia o 'DN' - que leio mais vezes do que devia por razões de higiene mental...

Às tantas, dou com este naco: «Sinais de imperialismo. A festa do Avante! teve várias novidades este ano, uma delas a inclusão de barracas de comes e bebes de marcas norte-americanas antes consideradas como símbolos evidentes do imperialismo à escala global.»

Não disse uma palavra porque estava sozinho àquela hora. Mas cá dentro enchi-lhes a barriga de epítetos como os que imaginará: «anormais, trafulhas, pirados, doentes mentais» e outros mimos de igual teor mas sem mais animosidade: já batem de facto na couraça da minha indiferença. Serão sempre assim. Alguns, é da idade, mas outros já saem assim das faculdades. Coitadecos. Produtos. Que pensam que estão a criar estas barbaridades: antes estivessem, mas, infelizmente, isto já vem de longe.

Hoje, ao folhear as minhas leituras diárias, dou com uma transcrição destas e de outras aleivosias no blog de Vitor Dias e respectivos comentários. Vitor Dias que, acho eu, é demasiado bem-educado nos comenários que faz. E fará bem: não merecem mais. Mas eu gostava que você lesse este artigo de VD, onde ele diz, por exemplo, coisas assim: «(...) no Programa da Festa havia uma página inteira de publicidade da Coca-Cola e estou certo que a maioria dos comunistas, que não são parvos, vêem nisso uma útil fonte de receita e não qualquer imaginário elemento de descaracterização partidária» (...). Leia o resto: é muito interessante.