quarta-feira, agosto 01, 2007

Direito de resposta

Caro José Carlos Mendes,

Consulto regularmente o seu blog como muitos outros que dizem respeito à gestão de Lisboa. Acho por bem conhecer comentários diversos, críticas, sugestões. É também esse o papel de um director municipal como gestor da coisa pública. Fiquei surpreendido, tristemente surpreendido, ao ler um post anónimo a que deu cobertura no seu blog, alegando que as circunstâncias justificavam a sua publicação. Não cuidando de esclarecer que circunstâncias são essas, faço-lhe lembrar que a denúncia anónima foi uma das principais armas do fascismo, muito utilizada pela Pide e seus esbirros para perseguir os democratas e, entre estes e sobretudo, os comunistas.
Mas vamos aos factos do post que aceitou transcrever:
1. A utilização do carro de serviço - A viatura distribuída aos directores municipais é uma viatura de representação e pode e deve ser utilizada ao fim-de-semana sempre que seja em representação de funções. Foi o que aconteceu das 2 (duas, por extenso, para que não restem dúvidas) vezes que a utilizei em fim-de-semana, ao longo dos 21 meses que levo no cargo. Mais: todos os dias, repito e sublinho, TODOS OS DIAS, vou e venho da Câmara na minha viatura pessoal. Muito, mas muito esporadicamente, o motorista me vai levar ou buscar a casa, passando-se meses sem que isso aconteça. Como vê, acobertou-se uma mentira sem cuidar de se confirmar os factos.
2. O lugar da minha mulher - A minha mulher é de facto funcionária da EGEAC. Mas deveria ter verificado que ela é funcionária da CML desde Fevereiro de 2003, quase 3 anos antes de eu assumir qualquer função nesta Câmara. E já agora, não tem nenhum alto cargo na EGEAC, não dirige nem coordena absolutamente nada. Limita-se a fazer o trabalho para a qual está qualificada a par de outros trabalhadores da mesma empresa municipal. Como vê, acobertou-se uma inverdade sem cuidar de se confirmar os factos.
3. A contratação da minha cunhada - Quanto à minha cunhada confirmo que a sua contratação foi proposta por mim. Jurista, tem uma pos-graduação em Direitos de Autor, não havendo no quadro da CML nenhum outro jurista com essa especialidade. E tal capacitação era, e é ainda, muito necessária à gestão cultural da Cidade. Saiba também que a sua remuneração mensal é muito inferior a 2000 euros, estando até abaixo da de um técnico superior de 2.ª. Mas acha que isso é relevante? Acha que as pessoas não possuem qualidades intrínsecas de trabalho e formação para ocuparem os lugares só porque são familiares de alguém? Acha que têm de pagar o preço da calúnia e da infâmia por serem familiares de dirigentes, vereadores ou deputados comunistas, por exemplo?

O seu comentário ao post - "quem anda à chuva molha-se" - vou tomá-lo como um elogio. É verdade. Corro riscos. O risco da boa gestão pública, o risco da defesa dos interesses da Câmara Municipal de Lisboa, o risco de andar de cabeça erguida, o risco de, na juventude, ter lutado pela Liberdade, enfim, o risco de ser um Cidadão e Homem inteiro e íntegro.

Saudações
Rui M. Pereira
Director Municipal de Cultura

4 comentários:

José Carlos Mendes disse...

Lamento - como transmiti pessoalmente ao signatário do direito de resposta - que esta questão envolva terceiros, que, não desempenhando cargos públicos, nadada têm a ver com o assunto...
Mas são os escolhos destas matérias...

Anónimo disse...

É no que dá, este Zé Carlos julga-se muito esperto e depois dá nisto. Está como o Sá Fernandes: ouve um zumbido, e é logo dado adquirido

José Carlos Mendes disse...

Eh lá! Calma aí.

Quem não gosta, que me desampare a loja.

Se houver mais deste género, apago de imediato.

Quanto ao fundo da questão: a quem dói, queixa-se. E, nos dias que correm, as pessoas tê,m mesmo medo. Ou julga que é a brincar?

José Carlos Mendes disse...

Apaguei.
Guardo, como sempre.

Ofender pessoas é um caminho errado e contra as regras deste blog.