sexta-feira, abril 29, 2005

Jornal das 17 / dia 29 de Abril

Audi

Fui esclarecido. O Audi foi comprado.

Alcântara

A obra do Pingo Doce parou? É uma das consequências automáticas da petição da Procuradora...

Túnel

O Túnel do Marquês já tinha 40 recomendações de impacte negativo para corrigir. Agora, mais 20. Cumpri-las-ão todas?

Calafate

Embora escondido por aí, voltou à lide.
Já resta pouco.
Fim de festa, pá.

Registo
«Centro de assitência»

Contado por pessoa amiga. Avaria num Smart (não tem nada a ver com a CML). Liga para a firma. Resposta: «A esta hora já estão fechadas as oficinas. Ligue para o nosso Centro de Assistência». Parecia coisa séria e até «chic», como convém a um «engineered by Mercedes». Passa uma hora. Telefonema. «Estamos à porta». «Boa», pensou a pessoa. Foi à porta. Viatura de assistência, sim, mas do Automóvel Clube Português, de quem, aliás, é cliente... Como se diz na gíria: «Tanta cagança» com o centro de assistência, que afinal é um telefone e um contrato com o ACP...

Jornal das 11 / dia 29 de Abril

Ruben

Mais uma jornalista a pronunciar-se sobre a candidatura: «Espectáculo!»

Viaturas

Há dias alertei: empresas de aluguer de automóveis podem recolher as viaturas por falta de pagamento da Câmara. Até parece mentira. Mas não é. Em 31 anos de autarquias, não só nunca aconteceu como também nunca me passou pela cabeça que tal coisa pudesse acontecer.
Mas está a acontecer.
Repito: está a acontecer.
Repito: empresas de aluguer de viaturas estão a retirar as viaturas e a imobilizá-las. São Yaris, são Peugeots 206, pelo menos. Eram pelo menos das Obras, da Inspecção Sanitária, do Campo Grande/Edifício Central, de Gabinetes… O truque, para evitar escândalos maiores é o de as Oficinas mandarem ir as viaturas «lavar» aos Olivais… e já não saem de lá. Já são às dezenas.
Que vergonha!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Muitos jornalistas me têm perguntado o que se passa com as viaturas da CML. Pois aí têm. Investiguem. Denunciem. Gritem.
É a maior das vergonhas.
É que nalguns sítios até já falta o toner e o papel.
Ainda hão-de ir aos Paços do Concelho buscar o Audi A 8, o Lancia Thesis e os Peugeots 607...


Garrett

«Acho lindamente». Lindamente. Tá a ver? As palavras são de Eduarda (tátá?) Napoleão. E são sobre a Casa Garrett. E o que é que ela acha lindamente?
Que o ministério, se tem dinheiro para investir (ou seja: a CML está mesmo de tanga, tanga, tanga), então que invista. A vereadora acha lindamente.
Que descasca que ela levava se Garrett, ele mesmo, cá estivesse. Se «andasse por aí», digamos!

Reabilitação

Por que é que ninguém explica à CML que reabilitar não é reconstruir as fachadas dos prédios mas sim melhorar os interiores para que as pessoas vivam melhor?
Não é melhorar a paisagem. É melhorar o habitáculo, a habitação, o interior dos estabelecimentos, seja lá do que for…
Por que é que à direita ninguém introduz um pouco de sensibilidade no seu discurso?
E mesmo da parte do PS… o discurso neste ponto deixa muito a desejar em clareza.

Caneiro

Só por milagre é que não acontecia. Nunca esta maioria fez manutenção do Caneiro de Alcântara. Estavam à espera de quê?
Enquanto houve dinheiro, foi uma festa.
Nem se pensou em caneiros, em espaço público, na conservação de calçadas.
Agora, que não há um tostão, só se acode a um equipamento quando está a cair, a ameaçar ruína…
Se estes eleitos por cá se mantivessem muito tempo, a cidade acabaria no chão, toda ela.
Mas enchem a boca com aquela grosseira aldrabice de anunciarem em painéis electrónicos pela Cidade que já reabilitaram (atenção!) 60% dos prédios que precisavam de reabilitação. Claro. Dirão que foi engano do operador. «How convenient!»
É que mesmo os tais 30% que afinal parece que dizem que foram reabilitados, mesmo esses, só contando com as obras dos particulares que estão em tapume, com as obras em despacho, que nem em tapumes estão. Porque da CML, garantidamente, não há mais de 100 prédios recuperados, contando como prédios as moradiazinhas. E tudo o resto é folclore. Como ninguém é cego e como o povo não é estúpido, coisas destas que só mostram desespero de fim de festa, não enganam ninguém…
O caneiro agora pode «provocar danos graves de pessoas e bens». Isto é dito para justificar as obras de emergência e sem concurso. Mas é sinal de descontrolo. Porque, mais do que tudo, é também é uma maneira de… não alarmar ninguém, não senhores. Nãããããããaõooooo…
Eu nunca mais passo por perto. Palavra de honra. Nem por perto. Costumava subir por ali. Nunca mais, até que uma entidade idónea nos venha descansar.

Carrilho

Começa mal. O brasileiro não tem sensibilidade para Lisboa. Isso já se sabia. Mas esta de torcer Lisboa para caber num cartaz não lembrava ao diabo.
«São uns tontos», disse-me agora mesmo uma jornalista.

Santana

Surpresa. Dei comigo a ter pena de Santana. Honesto. Foi mesmo. Já viu o que é ser traído por todos a começar por aqueles a quem se deu a mão? Restam o Rui Calafate e pouco mais. Fim de festa, pá.

quinta-feira, abril 28, 2005

Jornal das 11 / dia 28 de Abril

Abril

Valeu a pena, sim.

Ruben

Soma e segue. Os apoios e os «gostava de estar na Comissão de Apoiantes» chegam dos mais inesperados cantos. É bom. Há pessoal que vai ficar surpreendido com alguns nomes, de quadrantes políticos diversificados…
É mesmo bom.
Mas ninguém vai adormecer em cima disso. O trabalho político faz-se nos bairros, no porta-a-porta. Cara a cara. E nisso, quem melhor que o Ruben? Sessões dedicadas aos temas de fundo da Cidade, também: a cultura, os sítios lisboetas da tradição popular, o urbanismo, o desporto… e tal.
Tanto trabalho a fazer!

Santana

Eis então a minha tese simples (é apenas um encadeado de raciocínios que têm em conta elementos de conduta política, estratégica e táctica):
1. Santana e Carmona estão em rota de colisão ou até já a ultrapassaram.
2. Mas isso acontece só há três semanas. Antes disso, eram unha com carne. Por isso dói tanto aos santanistas a traição de que acusam Carmona.
3. O núcleo duro dos santanistas está furioso. Não fará campanha. Não perdoará. Feridos, só podem explodir. Quem são? São os santanistas de sempre, como Eduarda Napoleão e Pedro Pinto e os adquiridos, como Helena Lopes da Costa, ex-barrosista. Não podem perdoar a Marques Mendes nem a Carmona. Nem aos que desertaram. Nada pior do que um amigo ferido. E é o caso.
3. Daqui decorrem quatro ou cinco consequências que posso antever de um só relance imediato: 1ª - serão os próprios santanistas que se vão encarregar de deixar claro que Carmona não pode limpar os pés daquilo a que chamará os erros de Santana; 2ª serão os mesmos que hão-de recordar caso a caso os casos em que declaradamente mas também de forma tácita Carmona tem responsabilidades; 3ª - recordar-nos-ão que Carmona esteve sempre, sempre ao lado e muitas vezes à frente do chefe. Recordo que já ele era ministro… e quem é que veio dar a cara pelo túnel? Recordo que o próprio Santana disse em público, no que toca à negociação do Parque Mayer/Feira Popular que ele (Santana) teria dado aos particulares (mesmo assim, aos particulares) menos benesses (milhões de euros, leia-se). São só dois exemplos. Há muitos mais; 4ª consequência e não menos importante - serão ainda os próprios santanistas que vão ensinar a toda a gente o caminho das pedras pelo percurso de alguns dos eleitos do PS, quer na CML quer na Assembleia, nos apoios a Santana/Carmona – quer aqueles que se viram e todos conhecemos (exemplos mais desastrados: deixar passar os planos e orçamentos; deixar passar relatórios e contas; negociar activamente com e em vez deles, PSD, os negócios Parque Mayer/Feira Popular; ou, pior ainda, aprovar as celebérrimas alterações simplificadas que o Ministério Público já combate em Tribunal e que ainda hão-de fazer correr muita tinta, talvez mais do que esta de agora, a ilegalidade do Pingo Doce de Alcântara…
Se isto não acontecer, é melhor que o Sol pare ao meio-dia!

quarta-feira, abril 27, 2005

Jornal das 11 / dia 27 de Abril

Ruben

«Ruben de Carvalho é o nome apresentado pelo PCP na tentativa de reconquistar a Câmara de Lisboa. (…) O PCP fez uma escolha inteligente ao eleger para esta missão um homem de cultura e de debate, facilmente associável ao percurso intelectual e profissional de Manuel Maria Carrilho».
Miguel Romão, ‘A Capital’, 22 de Abril

Autárquicas

Toda a gente que já alguma fez campanhas sabe que as eleições autárquicas são completamente diferentes de todas as outras. Aqui o que conta é o contacto dos candidatos quase físico, bairro a bairro, rua a rua, porta a porta, pessoa a pessoa.
E quem sabe e tem traquejo destas coisas sabe que é nestas eleições que os comunistas e os democratas da CDU estão mais à vontade. É o seu mundo de envolvimento. Trabalho, honestidade, competência – lembra-se?
Os outros partidos, todos de quadros têm um modo diferente de «estar e de viver» estas coisas. Claro que a televisão vai ajudar os Carrilhos deste mundo, mas nada substitui os olhos nos olhos. Claro que a Bárbara vai ser um trunfo: é a política à moda latino-americana… O desfile do 25 de Abril já deu o tom. Costuma a menina descer a Avenida como disse? Essa é boa. Só se fosse nos seus tempos de passeatas em Alfarim. Aleivosia para quê? Olhe a honestidadezinha!
Bárbara é trunfo, sim. Mas nada substitui o dar a cara, mostrar a tranquilidade dos grandes. E isso, só mesmo os democratas da CDU o podem fazer: não têm nada de pessoal a ganhar: só o serviço público – o que não é pouco, é muito, é tudo…
No caso do Bloco, um pequeno partido de quadros, a coisa agrava-se: dificilmente consegue ao menos formar as 55 listas em Lisboa (53 assembleias de freguesia, câmara e assembleia municipal).

Eh, pá!

Pedro Pinto veio agora confessar que Santana Lopes presidia à distância de um telemóvel enquanto estava em São Bento. Se isto é truque para desculpabilizar Carmona, tirem daí o cavalinho da chuva, por favor: os despachos assinadinhos antes (vice-presidência) e depois (presidência) e agora (vice-presidência) não me deixam mentir: Carmona é responsável, sim: Túnel, urbanizações, Parque Mayer, Feira Popular – tudo. Aqui se fará um dia um inventário de responsabilidades, certamente, e ainda a tempo das eleições…

Eh, pá!!

«Santanistas minam terrenos a Carmona». «Bases apoiam decisão de Mendes». «Secções apoiam Carmona».

Eh, pá!!!

«Santana pára obras». Meia dúzia de decisões para meia dúzia de tostões. Trocos. A questão é bem outra.

Eh, pá!!!!

«Carmona deve sair». Vá dar aulas. Pire-se daí – foi a mensagem de Marcelo na RTP.

terça-feira, abril 26, 2005

Jornal das 11 / dia 26 de Abril

Tribunal dá razão ao PCP
Loteamento em Alcântara sem plano de pormenor é ilegal

Está escrito: a Procuradora que estudou a queixa do PCP relativa aos loteamentos de Alcântara/Pingo Doce e outros considera-os ilegais por não terem sido precedidos de plano de urbanização. Devem ser anulados, defende a magistrada. O processo transita agora para o Tribunal Administrativo de Lisboa.

Ruben

Do ‘Expresso’ de sábado passado: «O PCP dá uma inegável prova de força ao lançar na corrida um nome de peso como Ruben de Carvalho». E mais adiante: «O PS (espera) eventuais entendimentos pós-eleitorais com o PCP, em caso de vitória do PS sem maioria absoluta». Escreveram: Ângela Silva e Cristina Figueiredo.

A carta do PS

Estive quase a fazer uma edição especial no sábado. Mas a informação esteve no ar durante todo o fim-de-semana: o PS enviou ao PCP uma carta verdadeiramente surpreendente, vinda de quem diz que quer «negociar» e destinada a quem já tinha colocado as suas fronteiras de acordo. Mais valia que o PS tivesse aguardado pela nova ronda negocial, se de facto desejava tanto a coligação. Naqueles termos, tipo cheque em branco, para a eleição de uma câmara «de um homem só», foi um cheque-mate nas negociações.
Tenho a esperança de que ainda possa aqui divulgar o conteúdo dessa carta. Valia a pena.

Os ‘outdoors’ do PS

«Entretanto», como escreve o Expresso, na noite da ruptura foram colocados ‘outdoors’ do PS/Carrilho na Cidade. Será possível usar tanta má fé negocial? Imagine-se que não havia ruptura. Estariam agora marcadas outras reuniões e já estaria na rua o símbolo do PS, o ‘slogan’ e o ‘logotipo’ do que mais tarde poderia vir a ser uma coligação. Repito: com o símbolo do PS. Repito: com o ‘slogan’ da total responsabilidade do PS…
Isto já nem é um caso de «hegemonia», como sublinhou Jerónimo de Sousa. É um caso de pura arrogância política. Pior: um caso da mais detestável inconveniência, só comparável à afirmação de Francisco Assis no Porto: «O PS tem capacidade para ter maioria absoluta sozinho. Mas por generosidade convidámos outras forças».
Em Lisboa, a mesma deslocada indelicadeza, pelo menos.
A direcção do PS/Lisboa não quererá vir agora dizer que estava tudo pronto mas que se as negociações continuassem deitava tudo fora? Ou o PS vem dizer que fez os ‘outdoors’ nessa noite? Então a mim, que mando fazer disso há «milhares» de anos…
Números sobre a Cidade

Mão amiga fez-me chegar alguns dados de uma análise estatística que merece toda a atenção:

«Verifica-se que em 20 anos (de 1981 a 2001), nos concelhos da 1.ª coroa envolvente de Lisboa, a população cresceu 325.989 habitantes enquanto Lisboa cidade perdia 251.140 habitantes.
Na Área Metropolitana de Lisboa, em todos os concelhos salvo o Barreiro, a população, em números absolutos, é em 2001 superior à de 1981.
Paralelamente, à Cidade aflui diariamente mais de outro tanto da sua população.
O número de veículos por dia, nos dois sentidos, nos corredores de acesso à cidade (Ponte 25 de Abril, Ponte Vasco da Gama, Auto-estrada do Norte, Auto-estrada do Oeste, Amadora e Cascais) é de 684.000 veículos (valores de 2001).
Verifica-se também que o número de veículos em 1991 foi de 420.000, representando em 10 anos um crescimento de 62,85%.
Se a estes valores acrescentarmos o número de movimentos diários em transportes ferroviários (256.800), fluviais (86.000 passageiros), e o número de utentes transportados em transportes rodoviários de passageiros (5534 serviços de entradas e saídas de veículos, nas principais interfaces), temos a percepção da actual situação;
Em contrapartida, a população de Lisboa continua a decrescer.
Entre 1991 e 2001 só se verificou um saldo positivo nas freguesias de Charneca, Lumiar, Carnide e, na zona central, só na Freguesia da Encarnação, no Bairro Alto.
Toda a área da cidade de Lisboa delimitada pela 1.ª circular tem fogos devolutos ou desocupados em percentagens altamente significativas e preocupantes. É a cidade consolidada, que para além disso, tem de 30% a 39% de população com mais de 65 anos».

Santana

«Ajudo mas não faço campanha», disse Santana. Os seus vereadores: «Não faremos campanha».
Pedro Pinto: «Quando Santana Lopes estava em São Bento e Carmona na CML, era a Santana que eu telefonava quando tinha problemas e coisas importantes a resolver».
Coitado de Carmona. Como se sentirá? Traído? Não: aliviado. Assim, será Santana que carregará com as culpas todas. Mas vamos ver e não foi assim. A pré-campanha vai mostrar que as culpas são quase todas de Carmona.

Agora que estas afirmações são prova de desprezo e de falta de respeito, isso sem dúvida.
Tenho cá para mim que vai correr bem para a Cidade este última meio ano do mandato de Santana: não precisa de 'armazenar' para as despesas; não precisa de folclore para ter votos; não precisa de grandes obras de último fôlego; e, sobretudo, precisa de vingança.
Vai ser útil para a Cidade, este complexo cruzado de 'impedâncias'.

sexta-feira, abril 22, 2005

Jornal das 11 / dia 22 de Abril

«Uma belíssima escolha»

Volto atrás. Limito-me a transcrever Miguel Sousa Tavares do ‘Dário Económico’ que reproduz o que ele disse na TVI, como aqui referi anteontem:
«Acho que esta é uma belíssima escolha. O Ruben de Carvalho tem uma das coisas de que eu gosto e que são raras na política, que é o sentido de humor».
«Acho que o PCP fez uma belíssima escolha».

Cada cabeça, sua sentença

Dos mesmos factos – o resultado da reunião PS-PCP com vista à eventual coligação de esquerda em Lisboa – cada órgão concluiu o que pôde.
Eis alguns casos:
Rádio Renascença: «Sem acordo por Lisboa».
Diário de Notícias: «Perto de um acordo».
Independente: «Fumo branco em Lisboa. PS e PCP deverão chegar a acordo na próxima semana».

Público: «Sem acordo».
Jornal de Notícias: «Ainda não chegaram a acordo».
Correio da Manhã: «Acordo volta a falhar».
SIC: «PS e PCP continuam sem acordo para a CML».
Lusa: «Sem acordo»
Portugal Diário: «Carrilho sem PCP perde em Lisboa».

‘Logo’

O PS já pôs na rua o logótipo da campanha de Carrilho.

Santana

Se Santana não serve para Lisboa, como o hão-de convencer a aceitar Sintra? Parece que não o conhecem. Não se livram dele tão facilmente. Aliás, já prometeu que o «vou andar por aí» também incluía um «vou cumprir até ao fim» o mandato em Lisboa, ou seja: «vou tapar a campanha do outro». Claríssimo. Carmona não vai mesmo brilhar nesta recta final – só se for na Universidade Nova, nas aulas… E sei que os santanistas ainda vão deixar escapar «coisas» para a oposição. Matéria não lhes falta, como começaremos a ver, já dentro de semanas.
Agora é a matar. Esperem-lhe pela pancada.
Helena Lopes da Costa não perdoa. Os vereadores do PSD estão apardalados. Helena Lopes da Costa: «Estamos estupefactos e muito apreensivos». Pedro Pinto deve estar ainda mais.

Será mesmo verdade?

Dizem-me duas coisas que até tenho medo de escrever, não vá eu estar a embarcar nalguma fraude. Mas asseguram-me que é verdade. E quem me informa nunca me mentiu... Então, aí vai: primeiro: os carros da CML não são lavados porque não há dinheiro para comprar consumíveis (já poderemos ter chegado aqui?); segundo: se, até ao dia 29 de Abril, a CML não pagar à(s) empresa(s) de aluguer a quem se requisitaram as viaturas que estão ao serviço do município em regime de ALD e «leasing», sertã tudo recolhido: vêm buscá-las!
Bolas, onde isto já chegou.

Registo

Guterres

Vai ser escolhido pelo secretário-geral, Kofi Annan, o novo Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Serão oito os eventuais elegíveis para o cargo. Guterres é um deles. Já prestou provas, perante altos funcionários da ONU. Pode a partir de agora ser incluído na pequena lista de candidatos. Na próxima semana ou na seguinte se saberá. Quem escolhe é Kofi Annan.
Mas a questão é outra, aqui.
Imagine-se o provável: Guterres é preterido por várias «razões», por muitas «questões» e por alguns «aspectos» – como diriam os tipos do «Gato Fedorento».
Com que cara aceitaria candidatar-se à Presidência da República em Janeiro próximo? Como poderia vir fazer campanha contra Cavaco depois de derrotado num cargo técnico-político internacional? Como justificaria o PS a sua escolha? O que não diriam dele, não Cavaco, que adoptaria uma postura de «gentleman», mas os seus apoiantes, como por exemplo Deus Pinheiro e outros «men» da candidatura Cavaco?
Seria uma campanha difícil. Uma campanha coxa. Para perder. Seria dar o ouro ao «bandido». Seria partir derrotado.
E nem o PS nem Guterres o fariam, pois não?
Então por que é que da parte do PS não há nem um só movimento para «deixar escapar» outro nome? Por que será que anda tudo tão calado?
Só vejo uma explicação: é que, sem o poder confessar, Sócrates deseja Cavaco.
Porquê?
Muitas razões secretas, inconfessadas.
Bipolarização do poder. Equilíbrio. Apaziguar o «povo do PSD». Mais um mandato no governo….
Coisas dessas, que nada têm a ver com a Presidência da República… Falaremos dentro de uns meses.

Nota muito pessoal

Faz hoje 31 anos, estava em Cabinda de oficial-de-dia ao aquartelamento… Os 400 e tal soldados chamavam-me «o alferes bandalheira», para meu grande orgulho, pelo que isso significava: desalinhamento em relação aos «chicos», como então chamávamos aos sargentos e oficiais do Quadro que manifestassem tendências nazis, defesa dos soldados contra esses, recusa da disciplina militar desbragada e deslocada ali, no meio da floresta sub-tropical, a mata do Maiombe(!).
Faz hoje 31 anos, faltavam três dias para o que não sabia então mas adivinhava porque tinha cá estado de férias aquando da tentativa das Caldas (16 de Março, juventude…). E porque os amigos do «Notícias da Amadora» me foram informando…

… Até terça-feira, 26, dia em que, pelas 18 horas, fará 31 anos que lá, no Bata-Sano, Buço Zau, Cabinda, floresta virgem do Maiombe, soubemos pelo programa de rádio do MPLA na rádio nacional do Congo Brazzaville: tinha havido uma Revolução em Portugal. Nessa tarde não soube que era a dos Cravos. Só o soubemos em Junho, depois de desanuviados os primeiros equívocos…

quinta-feira, abril 21, 2005

Jornal das 11 / dia 21 de Abril

PS / PCP

«O PCP não será a peninha no chapéu» do PS. Disse Jerónimo de Sousa na apresentação de Ruben de Carvalho.
Ontem, segunda ronda negocial.
No final, todos lacónicos. «Talvez haja nova reunião».

Vida

De Ruben. Aqui fica o currículo invejável do Comendador.
Vai desformatado, por causa destas coisas dos bloggers.
É longuíssimo, mas verá que vale a pena ler. Ainda cá falta a meninice dele dentro do jornalão «O Século», onde, como me disse ontem o Armando pereira da Silva, «lhe cresceram os dentes». Literalmente... Leia:

«1. Identificação

Ruben Luís Tristão de Carvalho e Silva
Nascido em Lisboa a 21 de Julho de 1944
Nacionalidade: portuguesa
Estado civil: divorciado
Habilitações literárias: antigo 7º ano do Liceu, área de História. Frequência do Curso de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (incompleto)
Estatuto de formador área A/60 (jornalismo) nº CCPF/RFO-15596/03

2. Profissional

2.1.
Jornalista (Carteira Profissional nº 77, categoria profissional chefe de redacção)
1963: estagiário na redacção de «O Século»; repórter em 1964; redactor em 1966;
1964-1970: colaboração na revista «Século Ilustrado» (criação da primeira secção regular de crítica de música popular na imprensa portuguesa em colaboração com os caricaturistas e gráficos Luís Filipe da Conceição e José Araújo);
1967-1969: chefe de redacção da «Vida Mundial» quando da sua transformação em revista;
1971-1972: redactor coordenador de «O Século»
1974-1995: chefe de redacção do semanário «Avante!» a partir do nº 1 da série legal;
1986-1990: director da rádio local «Telefonia de Lisboa» (tb. responsável por programas sobre música brasileira, folk e actualidade)
1995/2005: jornalista free-lancer/comentador de «A Capital» (1995-1997), «Diário de Notícias» (1997-2005), RTP-2º canal (1998), RDP-Antena 1 (2001) e SIC Notícias (2002-2005)
membro do Conselho de Opinião da RTP (2002);
participação em colóquios e conferências sobre Comunicação Social promovidas por diversas entidades (autarquias, escolas, associações e colectividades);

2.2.
1967-1971: colaborações regulares como copy writer e criativo nas empresas de publicidade Espiral/Publicis e J. Walter Thompson;
1972-1974: Director criativo e administrador delegado da empresa ZEIGER – Publicidade Internacional SA

2.3.
1973: concepção e organização do programa de lançamento do semanário «Cinéfilo» que incluiu o primeiro programa de espectáculos 24 horas-non-stop realizado em Lisboa;
1976-2005: membro do executivo da Festa do «Avante!» e responsável pela programação cultural da Festa ;
1990-1991: membro da Comissão de Estudo das Festas da Cidade nomeada pela Câmara Municipal de Lisboa e relator do relatório que definiu o figurino das Festas implementado entre 1991 e 2001;
1991-1992: membro da Comissão Executiva das Festas de Lisboa;
1992: membro da Comissão Municipal de Preparação de LISBOA 94 – Capital Europeia da Cultura;
1992-1993: planeamento e direcção das duas edições do festival de música folk Folk Tejo, integrado nas Festas de Lisboa;
1993-1995: comissário/administrador da Sociedade LISBOA 94 – Capital Europeia da Cultura. Responsável pelos pelouros de Música Popular e Animação, Edições. Direcção do apoio e desenvolvimento, entre outros, dos projectos «Lisboa-Fado» (colaboração com o ISCTE/Antropologia e Sociologia, Universidade Nova/Musicologia, Museu Nacional de Etnologia e EMI-Valentim de Carvalho - exposições, edições livreiras e discográficas, levantamentos de fontes, etc); «Ajuda» (edição fac-similada do «Cancioneiro da Ajuda»); «Alfarrábio» (2ª Feira do Livro Antigo, realizada na Central Tejo); «Filhos da Madrugada» (edição de duplo CD e espectáculo no Estádio de Alvalade de homenagem a José Afonso); etc.
1999-2001: concepção e direcção do Festival das Músicas e dos Portos organizado pela Associação de Turismo de Lisboa e pelouro de Turismo da CML para promoção e estudo do Fado e expressões musicais afins (1999: rebetiko/Grécia; 2000: cajun e blues/ New Orleans-EUA; 2001: shanties e sailors songs);
produção e co-autoria de diversos espectáculos, nomeadamente «25 Canções de Abril» (1977-Pavilhão dos Desportos/Coliseu do Porto), filmado por Luís Gaspar; «Lisboa Cidade Abril» (1979-Pavilhão dos Desportos); «Pete Seeger em Lisboa» (1983); etc
concepção e organização da exposição de homenagem a Fernando Lopes Graça realizada em 1996 pela Câmara Municipal de Almada;
produção de diversos discos, nomeadamente «Pete Seeger em Lisboa», «A Internacional» (primeira versão gravada em português), «Carvalhesa», «25 Canções de Abril», «Uma Certa Maneira de Cantar», «Guitarras do Fado», «Jacinta canta Bessie Smith», «Grândolas», «Ary», etc.
conferências e colóquios de divulgação musical, entre as quais «Popologia», promovida em 1965 pela Associação de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa; realizações de variadas características e dimensões promovidas por municípios (Lisboa, Sines, Serpa, Arraiolos, Barcelos, Fundão, Almada, Barreiro, Palmela, Bragança, Santiago do Cacém, etc), colectividades (Cooperativa Árvore, SFUAP, Cineclubes diversos, etc), associações de estudantes, instituições diversas (Observatório das Actividades Culturais, Instituto de Cultura Inglesa da Faculdade de Letras de Lisboa, Universidade de Aveiro, Universidade do Algarve, Instituto Politécnico das Caldas da Raínha, etc);
ciclo de conferências «Os Caminhos da Folk» na Culturgest Jan/Fev. - 2005
leccionou o curso livre «Os Sonhadores de Sonhos» sobre música popular urbana a convite da Universidade do Algarve (2003)
leccionou as sessões sobre música tradicional portuguesa nos Cursos de Verão da Universidade do Algarve (2002, 2003)

3. Actividade cívica e política

3.1.
1960-1961: vice-presidente da Comissão Pró-Associação dos Estudantes do Ensino Secundário de Lisboa
1961: membro da Comissão Organizadora do «Dia do Estudante»;
1961: editor do jornal «Perspectiva», editado pela CP-AEESL;
1962: membro da Comissão Organizadora do «Dia do Estudante»;
1964: responsável do Gabinete de Imprensa da RIA-Reunião Inter-Associações;
1964: membro da Comissão Organizadora do II Seminário de Estudos Associativos. Comunicação apresentada (c/ Albano Freire Nunes) sobre imprensa estudantil;
1965: responsável pela publicação do boletim «Unidade Estudantil», editado pela RIA.

3.2.
1958: subscritor do «abaixo-assinado dos estudantes liceais de Lisboa em apoio à candidatura do general Humberto Delgado» e membro das «comissões juvenis de apoio» à candidatura;
1961: membro do secretariado da Comissão de Apoio à Candidatura da Oposição Democrática às «eleições» para a Assembleia Nacional;
1965: membro do secretariado da Comissão de Apoio à Oposição Democrática;
1972: membro do executivo da CDE de Lisboa;
1973: eleito membro do executivo nacional do movimento CDE. Responsável pela edição do boletim clandestino «Força do Povo» e outros materiais da campanha para as «eleições» para a Assembleia Nacional de 1973;
1974: membro eleito da direcção nacional do MDP-CDE em Abril de 1974;
1974: chefe de gabinete do ministro sem pasta Prof. Francisco Pereira de Moura no I Governo Provisório após o 25 de Abril de 1974;
1999: membro da Comissão Organizadora do 25º Aniversário do 25 de Abril.

3.3.
Militante do Partido Comunista Português desde Outubro de 1970;
Preso pela PIDE/DGS em 1961, 1962, 1963, 1964, 1965-66 e 1974;
Responsável pelo «Avante!», órgão central do PCP, de Abril de 1974 a Junho de 1995;
Membro do executivo da comissão organizadora da Festa do «Avante!» desde 1976;
Eleito membro do Comité Central nos IX (1979) a XVII (2004) Congressos do PCP;
1995-1997: deputado à Assembleia da República eleito pelo distrito de Setúbal;
1996: observador da Comunidade Europeia às primeiras eleições realizadas na Cisjordânia;
1997: candidato CDU à presidência da Câmara Municipal de Setúbal. Eleito vereador.

4. Bibliografia

· Além da produção profissional nas publicações referidas e outros órgãos de imprensa de diversa índole, trabalhos diversos na «Seara Nova», «Vértice», «História», «Gazeta», «Músika», actas do II Congresso de Jornalistas Portugueses, etc
· Prefácios, introduções e notas a diversas obras (livros e discos), nomeadamente «Nenhum Homem é Estrangeiro» (NORTH, Joseph, Edições «Avante!», 1984), «Carvalhesa», «Cinco Canções da Guerra Civil de Espanha» (Cadernos Vermelhos. Lisboa, 1999), etc.
· «Dossier Carlucci-CIA». Edições «Avante!». Lisboa, 1977
· «As Palavras das Cantigas». (org.) José Carlos Ary dos Santos. Edições «Avante!». Lisboa, 1985
· «As Músicas do Fado». Campo das Letras. Porto, 1994
· «Um Século de Fado». Ediclube. Lisboa, 1998
· «Histórias do Fado». Ediclube. Lisboa, 1998
· «Grândolas – A Revolução que Começou com Música»- Guilda da Música. Lisboa, 2004

5. Vários

5.1.
· Serviço militar de 1966 a 1971. Comissão de serviço em Angola, de 1969 a 1971.
· Condecorado em 1995 (Presidente da República/Dr. Mário Soares) com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique».

Nota

Impressiona a onda de empatia que Ruben de Carvalho concita. «Grande malha». «Estou tentada a votar nele». «O PC (assim mesmo) arrisca-se mas é a ganhar Lisboa sozinho». Tem-me vindo de tudo, das redacções... É cedo. Falta tanto trabalho, companheiro!!

‘JN’ sabe fazer melhor

Ontem, no JN, um título desproporcionado. «Câmara lança programa para repovoar o centro» de Lisboa. Li de manhã e nem liguei. Devia ser de uma cidade aí por esse país dentro. Mas depois, algures, lá pelo texto dentro, os olhos viram um «Lx», que me saltou logo à vista. E pensei: passa-se alguma coisa que me escapou. E li. Não precisei de ir muito longe para registar a desproporção até meio ridícula. Afinal, logo na entrada, o artigo colocava as coisas no seu lugar. Nem preciso de comentar. Basta transcrever: «Autarquia vai arrendar a preços sociais 41 fogos e duas lojas em bairros históricos».
Bolas. É com 41 casas que se repovoa Lisboa??
Que pena, JN.

‘Correio da Manhã’ difícil

Foi-me difícil perceber o título de ontem «Carmona sem oposição». Julgava que a CDU se tinha dissolvido sem eu dar conta. E depois a entrada também me induziu em erro: «O actual vice-presidente de Santana Lopes não levanta objecções na capital». Pensei: então os lisboetas todos gostam dele?
Afinal, o artigo era claro. O título e a entrada é que são baralhativos. Do que se tratava era apenas de fazer crer que dentro do PSD ninguém se opunha a que Carmona fosse nomeado para cabeça-de-lista. Um artigo claro, mas contendo informação errada. Carmona tem muitos opositores. Declarados. E vai ter mais. Digo eu. Investigar é preciso.
Por exemplo: alguns dos citados no texto seguinte. Não deixe de ler.

Knock, knock

Ainda está alguém na CML? Santana e Carmona evitam. Helena Lopes da Costa insiste: quer Santana. Dias Loureiro, presidente da Comissão Autárquica do PSD, interpreta mal comunicado da Presidência da CML. Quem o diz é… a Presidência da CML. Mas este é um assunto tipicamente partidário.
E, para lá disso: cada qual diz sua coisa. Afinal, quantos PSDs há?
E onde está Pedro Pinto, feroz nesta batalha, como se sabe?
Não há quem presida à implantação de uma placa de homenagem a Fernando Pessa num jardim que agora leva o seu nome. Coitado do Pessa. Foi lá Ana Sofia Bettencourt. Quem??
«E esta hein?»
Manuel Falcão pirou-se, depois de não sei quanto tempo na EGEAC a fazer não sei o quê.
Isabel foi-se.
Seabra foi-se.
Carmona… «de regresso às aulas» sem deixar o cargo na CML.
Mas ele é vice-presidente da CML. Não é vice-presidente da vila onde me criei (que hoje já é cidade). É de Lisboa.
Está tudo pirado?
Que salganhada.
Isto ainda é uma câmara??

«Foi o piquenino»

Agora mesmo, 10.40 de 21 de Abril, no bar em frente, a conversa (‘sic’):
- Paguece que o Magques Mendes já decidiu que segá o Santana. Mas ainda não tegá dito quem segá.
- Mas o Público diz que é de certeza o Carmona.
- Ok. ‘Pero aún no lo creo.
- Não. Não. Já está. É O Carmona.
- Foi o piquenino.
- Não percebem que vale mais uma palavra do Santana na televisão do que dez discursos do mosca-morta.
- Se queriam dar cabo do PSD, não podiam ter escolhido melhor. Um e o outro.

BCP

Fui informado ontem, com alguma segurança: Santana Lopes já tem futuro assegurado. É (será) no BCP. E pode ser antes do fim do mandato. Porque a partir de agora, só incomoda...

Registo

Ota?

O aeroporto, seu futuro e sua substituição – questões que Sócrates anunciará em Julho, juntamente com um chamado «plano global de infra-estruturas». Mais um plano. Desta vez é global. Ok.
As comunicações anunciadas com três meses de antecedência têm mais valor. Mais sabor. Mais encanto... Digo eu.

quarta-feira, abril 20, 2005

Jornal das 11 / dia 20 de Abril

Ruben


Foi bonita a festa, pá.
É bonita a festa, pá.
Vai ser bonita a festa, pá.

Hoje, o 'blog' é só teu...

Ruben de Carvalho trouxe a poesia para dentro da política de Lisboa, no momento exacto em que fez a sua primeira intervenção no Hotel Alpha, ali na Columbano, a Sete Rios, já como candidato da CDU a cabeça de lista para a câmara de Lisboa.
Quando Ruben leu o extracto de um poema de Garcia de Resende, escrito há 500 anos e tão actual que até quase se refere a Carmona e Santana (a Lisboa, o que falta é um bom governo e nada mais, diz o poeta lá na sua fórmula especial…), aí, a sala não se conteve: desatou a aplaudir e marcou assim o resto da tarde.

Eis a sua belíssima intervenção, diferente e bem desenhada, bela e de encantar, que ele leu muito bem:


«Como tantas vezes na vida pessoal e colectiva, este nosso encontro constitui uma espécie de vértice, esse ponto em que duas linhas se cruzam para, como escreveram os geómetras medievais, assinalar que qualquer coisa ali se conclui e, em tal conclusão ancorado, algo de novo começa.
Este ponto de chegada e este ponto de partida têm um espaço comum, um trabalho comum, um sonho comum: viemos até aqui por causa da Lisboa em que vivemos – e sobre a qual temos indignações e tristezas; daqui sairemos para trabalhar e lutar pela Lisboa, por essa outra Lisboa onde se viva um presente feliz e um futuro confiante.
No belo texto em que define a cidade como «ao mesmo tempo objecto natural e sujeito de cultura; indivíduo e grupo; vivida e sonhada: a coisa humana por excelência», Claude Levi-Strauss escreve também que «não é pois de forma metafórica que se afirma o direito de comparar – como tantas vezes se tem feito – a cidade a uma sinfonia ou a um poema: são objectos da mesma natureza.»
Como bem o saberão, concordo com tal ideia... E peço-vos licença para aqui trazer uns versos dum fino e irónico observador da nossa cidade, mas – imagine-se! – vão lá quase cinco séculos!
Escrevia então o homem que daria o seu nome ao monumental ‘Cancioneiro’ a cuja reunião dedicou grande parte da sua vida:

Lisboa vimos crescer
Em povos e em grandeza,
E muito se enobrecer
Em edifícios, riqueza,
Em armas e em poder.
Porto e trato não há tal.
A terra não tem igual
Nas frutas, nos mantimentos.
Governo, bons regimentos
Lhe falece, e não al.

Garcia de Resende (1470-1536)

Não sei, confesso, a que governação municipal se referia Garcia de Resende... Mas, valha a verdade, ela bem podia ser a que tivemos – ou, para falar com mais propriedade, a que sofremos – nos últimos quatro anos.
De resto, camaradas e amigos, penso que poucas vezes a política portuguesa terá enfrentado intervenções governativas simultaneamente tão desastradas, tão incompetentes, tão arbitrárias como as que o PSD e o CDS impuseram primeiro à Câmara de Lisboa e depois, desafortunadamente, a todo o País.
O caos que a presidência de Pedro Santana Lopes introduziu em Lisboa – e no qual, evidentemente, há que repartir responsabilidades com os restantes membros da sua equipa e em especial o mais responsável, o eng. Carmona Rodrigues – deixa um caderno de encargos de insuspeitado peso: não se fez o que se devia fazer; fez-se (ou começou atabalhoadamente a fazer-se) o que não devia ser feito; paralisou-se, mutilou-se o que se fizera; desarticulou-se aquilo em que condições estavam criadas para que se fizesse.

Tem sido posta, com justiça, a tónica em problemas criados à cidade como o túnel do Marquês de Pombal, as negociatas de casinos, Parque Mayer, Feira Popular, os atropelos ao PDM ao sabor de escusas operações imobiliárias, mas gostaria de vos sublinhar que há talvez um problema bem mais grave do que todos esses e inquestionavelmente, aquele por onde a alternativa democrática e de esquerda tem de começar no município.
O que é absolutamente indispensável e urgente fazer é repor a todos os níveis a governação da cidade tal como o nosso ordenamento constitucional a define e a nossa tradição municipal e democrática impõe. Lisboa precisa de uma Câmara que governe; uma Câmara que governe com um programa definido e responsável; uma Câmara que elabore e concretize esse programa com os cidadãos, com a cidade, com as estruturas, com as freguesias. Uma Câmara que seja responsável, eficaz e, sobretudo, democrática.
No complexo e multifacetado tecido urbano, as contradições – luminosamente o pensamento europeu o mostrou, de Marx a Max Weber, de Fernão Lopes a Herculano, de Gomes Ferreira a Cardoso Pires – não param à porta da urbe: atravessam-na e é a intervenção sobre elas que constitui a razão última da necessidade e da legitimidade da política.
Ao falar dessa crescente complexidade, o atento observador da contemporaneidade que é Jürgen Habermas escreveu que «os problemas que o urbanismo é chamado prioritariamente a resolver não relevam apenas da organização do espaço, mas bem mais do restabelecimento de uma regulamentação enfraquecida; trata-se de limitar ou de controlar os efeitos de mecanismos anónimos que tendem a impor os seus imperativos à vida urbana e assim ameaçam destruir a especificidade do tecido urbano.»
A Cidade tem de ser governada sob pena de se aniquilar ao sabor dos interesses de alguns; mas para que esse governo a faça viver é necessário que seja o governo de todos.
Eis, no fundo, a chave do que nos propomos: governar Lisboa; garantir a boa governação por a fazermos participada, com os lisboetas, com trabalho, com honestidade, com competência.

Para nós, os que aqui estamos, sabemos que este programa é simultaneamente simples e ambicioso.
Não lutamos por Lisboa há 4, 10 ou 30 anos: lutamos por Lisboa desde que a classe operária portuguesa deu o passo histórico de forjar o seu instrumento de intervenção política, o Partido Comunista Português. Temos essa determinação serena das árvores frondosas que, lançando fundas raízes na terra, ano após ano e dia após dia lançam novos ramos à conquista do céu.
Temos da política e da vida uma visão nobre e generosa, combativa e construtora. Não praticamos a «política do possível». Assumimos que «impossível» é apenas o nome que ontem se deu ao que hoje se constrói e amanhã se vive.
Não colocamos a priori limites à capacidade realizadora do Homem e aprendemos também com a própria Cidade: nela pode viver-se independente, mas não se pode viver isolado. Na Cidade aprende-se que o trabalho constrói tanto mais progresso quanto mais o faz em colectivo. A Cidade exige o trabalho colectivo exactamente ao mesmo tempo que o constrói.
Por isso somos a Coligação Democrática Unitária, a CDU.
Que hoje anuncia aqui ao povo de Lisboa que com ele quer participar na reconstrução da Cidade.
Do nosso camarada António Modesto Navarro ouviram dos alicerces de que partimos. Do nosso camarada Jerónimo de Sousa ouvirão o que o nosso colectivo partidário estudou e decidiu.

Temos um objectivo.
É difícil?
É.
Mas temos na nossa própria experiência esse programa tão simples e belo que, como alguém escreveu, tem «como primeiro objectivo fazer do extraordinário um fenómeno ordinário da vida quotidiana».


O tempo é urgente.
Ao trabalho.»



Três comentários

Estes comentários que se seguem ouvi eu, lá na sala do hotel, a pessoal dos jornais:

1. «Ai, Carrilho, Carrilho».
2. «Com esta é que o Carrilho não contava».
3. «O Carrilho, num debate, até fica amarelo».


E o Miguel Sousa Tavares? Ele está verdadeiramente apaixonado pelo Ruben. Viu-se ontem, na TVI.

terça-feira, abril 19, 2005

Jornal das 11 / dia 19 de Abril

CDU/Cidade de Lisboa

Depois de apresentar as linhas programáticas da sua intervenção autárquica para o desenvolvimento sustentado da Cidade de Lisboa, a CDU faz hoje a presentação pública dos seus cabeças-de-lista à câmara e à Assembleia Municipal e do mandatário da lista.
É esta tarde, num hotel em Sete Rios.


PS/CDU

A segunda ronda das negociações para Lisboa é amanhã. Manuel Maria Carrilho vai encontrar à mesa da ‘conversa’ o seu companheiro de lista ou o seu opositor eleitoral, o número um da CDU.
Entretanto, dirigentes locais do PS manifestam a intenção de debater localmente coligações em vários pontos, como aqui previra (estranhando eu que Sócrates tenha ficado de fora dessas intenções, no encontro com Jerónimo de Sousa): Porto, como é público, onde Rui Sá também acha que é possível, Sintra, Coimbra – estas de forma explícita, mas sei que há mais casos.


Zangam-se

O nosso povo tem uma expressão que não ponho em título para não parecer ofensivo, que não é na boca do povo: «Zangam-se as comadres, sabem-se as verdades». Mais um santanista bate com a porta, zangado (mas só agora que tem lugar firme na RTP): Manuel Falcão, outro inefável, sai da EGEAC. O que lá fez em termos de trabalho, não se sabe por enquanto. Mas o que não fez, isso vamos saber. Como saberemos muitas coisas do que fez e não fez Carmona. E seus apaniguados. Se o não soubermos à boca cheia, será à boca pequena – isso já começou e ninguém pára o processo de «esclarecimento» interno que transborda sempre…

segunda-feira, abril 18, 2005

Jornal das 11 / dia 18 de Abril

Instabilidade, instabilidade

Numa altura destas, andar com mudanças de locais para os serviços da CML não
lembrava ao diabo. «Nem para eles são bons», costumam dizer-me alguns amigos,
querendo significar que são mais umas semanas em que nada funciona e que isso
prejudica eleitoralmente a direita. Prefiro ver por outro prisma: é mau porque prejudica
a Cidade. Os Serviços de Saúde de apoio aos trabalhadores da CML têm já segunda
versão de local em meses; os serviços de Ambiente Urbano, a mesma coisa.
É só instabilidade, além da inoperacionalidade.


Carrilho

À reunião desta semana entre o PS e o PCP em torno de uma eventual coligação de
esquerda para Lisboa, também vai Carrilho, que se diz convicto de que «há condições»
para a coligação.
Talvez. Depende de quem vai dizer o quê. O que se tem ouvido não é animador
nesse sentido. Mas o caso é que de ambos os lados há quem prefira que não haja
coligação.
E Lisboa?


Dias Loureiro, o magnífico

Não adianta Dias Loureiro vir dizer como quem não quer a coisa que Santana não
quer concorrer a Lisboa. É claro que quer. O que também é claro, é que estão a empurrá-
lo para Sintra. Para que Marques Mendes não seja colocado na situação de ter de optar
entre Santana e Carmona - caso em que escolherá de certeza uma terceira via.
Dias Loureiro presta-se a cada coisa!
Se Santana não estivesse interessado em Lisboa ou se quisesse facilitar a vida a
Mendes, não andava afadigado com os seus fiéis vereadores e assessores a preparar
inaugurações de ano eleitoral
Mais difícil de perceber é que Santana tenha falhado a festa dos idosos do fim-de-
semana. Helena Lopes da Costa substituiu-o, é certo, e continua a dizer que «se ele
quiser, deve ser ele» a candidatar-se a Lisboa. E Santana, é certo, continua a dizer que
Marques Mendes é que deve decidir e que ele apoiará o candidato escolhido se não for o
próprio.
Uma confusão bélica dos diabos.
Mas, por outro lado, Marques Mendes não quer nem comprar esta guerra entre dois
blocos nem oferecer a Santana guerrilheiro um trampolim que ele procura na rejeição do
seu nome.
Um dilema.
E Santana em Sintra, como seria? Fernando Seara iria para a Assembleia
Municipal?
A verdade é que em certos meios de Sintra foi espalhado o boato de que esta dupla
(Santana/Seara) se preparava para enfrentar outra dupla: Soares/Coelho.


E vão quatro

Parece certo que já são pelo menos quatro as vítimas do Congresso, e das peripécias
seguintes, entre os membros dos gabinetes do PSD na CML.
Nota-se que os santanistas não perdoam.
Mas os carmonistas queriam era paz.
Aliás, ainda não está claro o que vai Carmona fazer agora para a Nova.
Vice-presidente da CML em meio-tempo? Ou terá alguma outra na manga?

sexta-feira, abril 15, 2005

Jornal das 17 / Dia 15 de Abril

E a Cidade?

Anda por aí tanta gente preocupada sobre se há guerra surda ou aberta entre santanistas e carmonistas, mas há pouca gente preocupada com a Cidade. As pessoas. A obrigação de manter a qualidade de vida. A atenção aos loteamentos, às negociatas. Isso parece que não é a vida real. Não. A vida real é saber se há mais despedidos hoje do que ontem de entre os soldados de Carmona ou se algum vereador santanista está a afiar a unha.
Chega.
Por mim, penso que quem sofre com tudo misto é mesmo e basicamente a Cidade.


Claro!

Claro que as alterações legais que aí venham relativas às eleições locais, seja no que se refere ao número de mandatos seguidos que os autarcas podem cumprir, não podem ser aplicadas já nestas próximas eleições (Outubro deste ano). Só nas próximas: 2009.


Jantar e tabu

Um jantar de apoio a Santana Lopes que não funcionou. Um tabu micro, pequenininho, que Santana diz ter: já decidi se me candidato a Lisboa ou não, mas agora não digo. Está no seu direito. O que não faz sentido é que a notícia seja essa: já decidiu mas não disse.


Registo

João Soares

Há jornais que dizem que João Soares provavelmente vai encabeçar a lista do PS para a câmara de Sintra. Ainda duvido, apesar do canto de sereia de um Jorge Coelho a oferecer-se para encabeçar a lista para a Assembleia Municipal. Por um lado, ir para Sintra é descer. Por outro, é arriscar os tais 10 a 15 anos de nojo que Santana vai passar. E, ainda pior: é falhar o objectivo de vida que era retomar Lisboa…

quinta-feira, abril 14, 2005

Jornal das 11 e tal / dia 14 de Abril

Jornal das 11 / dia 14 de Abril


PS-PCP/Lisboa

Com Bloco. Se houver coligação é com o Bloco. Se houver. «Projecto para Lisboa»,
disse Jorge Coelho. «Não temos nada contra», disse Jerónimo de Sousa, referindo-se ao
nome de Carrilho.
Para a semana há mais: nova ronda negocial, algures na próxima semana.


Que Desporto?

Estou com Martinho Baptista, líder da bancada do PCP na Assembleia Municipal:
primeiro, a maioria PSD-CDS na CML acabou com tudo o que era desporto popular, a
começar com os Jogos de Lisboa. Agora, bem a seu jeito e já na rampa de lançamento
das eleições autárquicas, lá aparece uma ideia ‘salvadora’: Sporting, Benfica e
Belenenses dão as mãozinhas a Carmona e vai de organizar uma Taça.
Desporto popular, isto?
Que pantominice. Que cabala. Que mentira.
Quem terá engendrado este remendo?
É gato escondido com o rabo de fora


Mais para os privados

Santana Lopes sobre a solução Carmona para o Parque Mayer: «A nova solução deu
mais aos particulares».
Aí está. A táctica vai ser esta: desgastar, desgastar, desgastar.
Prevêem-se fortes guerras e denúncias acerca de Carmona, se ele for a votos. E não
virão nem da oposição nem dos adversários. Virão dos santanistas. É vê-los já a avisar.
Ainda vamos saber muita coisa que nem imaginávamos sobre Carmona e sobre
«particulares».
Eu acho, sim!
(Não acaba de em perguntar se acho?)
A propósito: no meio desta guerra meio surda entre santanistas ecarmonistas, vocês
nem imaginam o que ainda vamos saber, sem perguntar nada...


Delírio

Delírio por delírio, hoje é o meu dia. E sei de fonte segura que ‘A Capital’ se vai
candidatar ao Nobel do delírio. Não é um desmentido nem um confirmado: é só um
prémio para o meu amigo Rogério Rodrigues.
Nota, para que não restem dúvidas: seja ou seja mentira, eu, hoje, escreveria sempre
isto!!!!!


Registo

TVI

Lá por Queluz, a TVI não é só flores. Paes do Amaral andará às turras com Moniz.
Os jornalistas e outros profissionais queixam-se também dos ordenados que só voam
baixinho. E pode haver bernarda na estação. Um dia destes, ainda vamos sintonizar a
TVI e ver apenas um ecrã negro passe o delírio. Mas pode acontecer como na RTP no
dia 25 de Novembro à noite: corta a emissão/mete um filme cómico e ‘tá a andar.


PS atola-se

O PS, com esta, meteu completamente o pé na poça. Se for mesmo verdade o que
Alberto Martins disse ao ‘Diário Económico’, o PS bem pode limpar as mãos à parede.
Com que então, dividir as presidências de câmara de todo o país bem divididinhas com
o PSD?! Com que então, eleições só para a Assembleia Municipal, saindo dali o
presidente da câmara e escolhendo este os vereadores?
Mas isto é o 3º mundo?
Então e o pluralismo consagrado no texto constitucional? Uma tal aleivosia, que já
anda por aí há pelo menos 20 anos e já foi denunciada milhares de vezes como anti-
constitucional, implica também que se faça na Constituição um corte à medida deste
fato.
E já agora, mudem a designação de presidente de câmara para PREFEITO.
E atribuam-lhe a capacidade de escolher a família para a autarquia. E garantam-lhe
o poder de vender sozinho o património municipal (na prática é para onde esta proposta
de lei aponta, evidentemente).
Adeus, Democracia. Adeus, participação popular.
Já agora, que o PREFEITO possa escolher quem vota, quem fala, quem escreve.
Alberto João não faria melhor.
Novidade, isto??
É uma ideia re-velha de décadas
Mas quantas vezes ouvi e li o saudoso Luís Sá lutar contra esta ideia macabra.
Vão-se lixar mas é mais o vosso «choque tecnológico»!
Para quê?
Vale bem a pena !
Esta proposta de lei, se é assim - o que até me custa a crer - é completamente
assassina da democracia.
Senhores, para quê um «choque tecnológico», se o que está em cima da mesa é um
choque eléctrico na democracia?


Transcrição que vale a pena!!

Intervenção de Manuel Figueiredo, vereador da CML, na sessão deste órgão, ontem
de manhã:
«Algumas notas sobre o Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras da
CML relativas a 2004. Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras da CML
relativas a 2004 confirmam todas as preocupações que temos vindo a manifestar,
demonstrando a degradação da situação da cidade, que aliás é sentida pelos munícipes.
2004, foi de facto o pior ano da actuação desta maioria de direita, a qual acentuou
três vertentes, todas elas gravíssimas e muito preocupantes, e que são:
O aumento do endividamento do Município
Um claro agravamento das despesas de funcionamento, em detrimento das despesas
de plano, o que igualmente se verifica na comparação entre despesas correntes e
despesas de capital
Uma taxa de execução a um nível tão baixo que seria inimaginável, demonstrativo
da incapacidade desta maioria para governar a cidade.
Em relação ao endividamento, comprova-se que as nossas preocupações eram
fundadas, pois verifica-se que as dívidas a curto prazo atingem o valor de 253 M.
A dívida a fornecedores e outros credores mais do que duplicou de 2003 para 2004,
passando de 100 M para 210 M. Já não há como esconder esta situação
No que toca ao agravamento das despesas de funcionamento, aqui vão alguns dados
(em percentagem do total):

ANOS Desp.func. Plano
2002 52,1% 47,9%
2003 53,4% 46,6%
2004 61,1% 38,9%

Por outro lado as despesas correntes, no valor total de 364 milhões de euros tiveram
um peso substancial no total das despesas executadas, representando 70% do total das
despesas.
Deste modo, as despesas de capital, no valor global de 159 milhões, representaram
apenas 30% do total, sofrendo uma diminuição 85,3 milhões de euros face a 2003
Quanto à taxa de execução, bem, os números falam por si:
As despesas relativas ao Plano Plurianual de Investimentos tiveram uma execução
de apenas 33%
Em 2003 a execução do PPI foi de 48%.
Em 2002 de 52,%., e
Em 2001 (no mandato de esquerda) foi de 63,4%.
Quanto ao Plano de Actividades, registou-se a mesma "desgraça", tendo atingido
uma execução de apenas 46%, saliente-se que estas taxas de execução, que também tem
vindo sucessivamente a degradar-se, à medida que esta maioria vai governando a cidade
(e se vão perdendo os efeitos induzidos pela governação anterior), de tal modo que, esta
taxa de execução se compara com:
55% em 2003;
62,1% em 2002; e,
68,9% em 2001.
A título de exemplo do quão má foi a execução, elencam-se algumas percentagens,
em termos de Plano Plurianual de Investimentos:
Reabilitação Urbana (uma bandeira desta maioria - veja-se a propaganda paga pelo
munícipe espalhada pela cidade, com não sei quantos milhares de habitações
reabilitadas), pois a Reabilitação Urbana teve uma execução de 10% (é isso mesmo,
90% do que estava previsto ficou por fazer).
Segurança dos cidadãos, execução de 35%;
Intervenção Social, 16%;
Educação e Juventude 15%
Se analisarmos as Despesas com a Aquisição de Bens de Investimento, a sua
execução, face ao previsto no orçamento final foi de apenas 35,6%, salientando-se:
O Investimentos directo da CML em edifícios afectos a instalações desportivas e
recreativas com uma taxa de execução de 13,7%.
O investimento em Equipamentos Sociais, com 13,2%. Ou ainda,
O investimento em Infraestruturas Culturais com apenas 6,6%.
Seria fastidioso estar aqui a ler o rol da não execução.
Pelas razões apontadas, iremos votar contra o Relatório de Gestão e as
Demonstrações Financeiras da CML relativas a 2004». (Manuel Figueiredo, vereador do
PCP na CML)

quarta-feira, abril 13, 2005

Jornal das 11 / dia 13 de Abril

Nota
Ainda esta tarde: o Túnel e o Impacte Ambiental e outros temas!


Coligação/coligações

Hoje à tarde, em Lisboa, discute-se se há coligação/coligações entre o PS e o PCP e se com mais alguém e onde. Eleições autárquicas em causa. Candidatos, já toda a gente tem. Sondagens também. Programas de acção, já os há. Projectos, também.
A ver vamos.

25 de Abril

Haverá este ano 25 de Abril? A CML terá tempo para isso? Alguém estará interessado em saber? Luísa Botinas, do ‘DN’, bem perguntou, perguntou… mas ninguém lhe podia responder: ninguém da maioria naquela casa tinha pensado no assunto!

6%

Está em cima das mesas o Relatório de Actividades da CML em 2004. A maioria fez um plano de actividades e não só não o cumpriu como descambou em alguns sectores para percentagens ridículas por si mesma reconhecidas neste documento. Alguns casos preocupam. Chega a haver taxas de cumprimento que vão aos 6 ou aos 12%.
Se alguém tivesse estas notas no Secundário, não entrava nem numa privada daquelas abandalhadas!
Uma criança geria melhor. Um interno da Av. do Brasil dava mais garantias a Lisboa.

Degradação

Degradam-se as calçadas. O espaço público. As áreas verdes ajardinadas.
Os candeeiros, de vez em quando, foi um ar que lhes deu…
É o Cinema Europa. A casa de Garrett.
São as casas nos bairros municipais.
Agora, até as igrejas: a de Campolide (que não é da CML, atenção) precisa de obras. Mas a verdade é que os arrabaldes do templo estão em degradação: passeios, trânsito, estacionamentos – e tudo isso é com a CML. Não há desculpa.

Água

A seca preocupa. Há 300 a 400 anos que não era assim. Elogio pois a preocupação se «Os Verdes» com os desperdícios de água em Lisboa e elogio a decisão da CML de poupar água na rega de jardins através da instalação de equipamentos simples. E censuro a EPAL porque as suas condutas perdem água em pontos visíveis da Cidade. Fora o resto, o que a gente não vê. Acordem, seus desleixados broncos.

Afastado

Pedro Passos Coelho não pode com Santana. Marcelo também não. Leonor Beleza não o quer em Lisboa. Ferreira Leite ainda menos. Como é que podia não acontecer? Santana vai iniciar o seu período de luto mesmo profundo. Tem aí para dez anos. E o que é que adianta os jornais virem dizer que os santanistas estão irritados com as ambições de Carmona? Para quê Santana andar agora a humilhar Carmona e a obrigar as suas assessoras a demitir-se? Santana tem aí para dez anos de interregno, digo-lho eu...
… E agora, ao correr da pena. O meu delírio do dia.
Por que é que toda a gente delira e eu não teria esse direito?
Então, queira seguir-me.
… Santana tem aí para dez anos, porque Borges, que vem a seguir, também o não grama. E ainda hão-de ir buscar o tal Mexia que se afastou de Santana e há-de ser o herói desta fita. E há-de contar histórias mirabolantes sobre este seu ex-amigo.
E Mendes? Começou cedo. Já vai nas creches e nos lares de idosos. Seguem-se as feiras e mercados. E depois as discotecas e bares. Santanetes de vários tons serão então recuperadas.
Einstein só errou numa coisa: é possível também ouvir o futuro!

Registo

Estudantes

O Secundário está em luta. As aulas de 90 minutos e os programas curriculares em causa. Querem, mesmo, as aulas de Educação Sexual previstas e nunca concretizadas.

Ota

Mário Lino disse duas coisas a ter em conta: a Ota vai mesmo receber o aeroporto, o que será decidido em Julho; e: as SCUTS só têm borla garantida até ao fim deste ano.
Avisos a ter em conta…

Jornal das 17 / dia 13 de Abril

Loteamento

Um jornal trz hoje um grande anúncio da CML sobre um loteamento.
Achei estranho.
Quem é que manda nisto?

terça-feira, abril 12, 2005

Jornal das 11 / 12 de Abril

Jornal das 11 / dia 12 de Abril



Cabeças-de-lista

A CDU já anunciou a apresentação pública dos seus cabeças-de-lista à CML e à Assembleia.
O acto terá lugar no Hotel Alfa, no dia 19, às 18.30 horas

Conversações

Amanhã realiza-se a reunião entre o PS e o PCP sobre eleições autárquicas. Em cima da mesa, uma eventual coligação em Lisboa.

Santana

Finalmente, um tabu desvendado. Correram na passada semana insistentes notícias que davam como certa a renúncia de Santana Lopes da CML. No Congresso, deixou isso em pratos limpos: «Para que não acusem de estar sempre a desistir e de não levar os mandatos até ao fim, fico na CML».

Túnel do Marquês

«Os Verdes» vão levar à AR a sua pretensão de que a Avaliação do Impacte Ambiental da obra do Túnel do Marquês

Registo

IC 19

O Destacamento de Lisboa da Brigada de Trânsito da GNR decidiu fazer uma grande operação «stop» no IC 19 na noite de sexta para sábado da semana passada. Resultado: mais de uma dezena de procedimentos contra prevaricadores e uma assinalável acção de efeito psicológico, prevenindo futuras situações e alertando os automobilistas para a necessidade de cumprirem as regras de circulação e as aplicáveis aos próprios veículos.

Passes sociais em perigo?

Por vontade de algumas empresas de transportes rodoviários da zona de Lisboa, o passe social bem podia ir ao ar. Sem passe social, como é que os trabalhadores, os empregados, os idosos, reformados e similares poderiam fazer as suas deslocações?
Essa barbaridade cabe na cabeça de alguns iluminados do neo-liberalismo: não dá lucro, fecha. O passe social existe para permitir a mobilidade mas isso pouco lhes interessa.
Vimeca, Scotturb, Rodoviária e Transportes Sul do Tejo: quatro vampiros?
A Federação dos Sindicatos do sector, a FESTRU, já veio manifestar a sua firme oposição a tal hipótese, em defesa de todos.

segunda-feira, abril 11, 2005

Jornal das 11 / 11 de Abril

Jornal das 11 / dia 11 de Abril


Sondagens

A propósito da eventual candidatura de João Soares à câmara de Sintra, todos os jornais acabaram por referir que essa opção do PS resulta de um sondagem que o partido mandou fazer.
O que parece estranho é que não se fale de nenhuma sondagem do PS, eventualmente até a mesma ou pertencendo ao mesmo ‘lote’, mas que se refira a Lisboa, já dentro da opção Carrilho.
Gostaríamos todos de saber porquê. E o que se concluirá dessa sondagem, se é que ela existe. Mas deve existir. Então o PS ia fazer uma sondagem para Sintra e não fazia outra para Lisboa? Essa não me cabe na cabeça.

Feira Popular: o «impasse»

Os próprios feirantes chamam-lhe «impasse». Nuno Ferreira, do ‘Público-Local/Lisboa, foi lá e viu. Nos estabelecimentos ali encerrados está o cartaz do «impasse». Diz assim: «Estimado cliente, em virtude do impasse em que se encontra a situação da Feira Popular de Lisboa, para qualquer contacto…» etc..
Era certo e sabido.
Foi muito grande a pressa de fechar o recinto (mantêm-se alguns restaurantes à hora de almoço – já aqui se escreveu isso). Mas já se adivinhava que encontrar solução e/ou indemnizar trabalhadores e feirantes, isso eram outros quinhentos…
Aí está o resultado.
Enganaram tudo e todos, mas só durante algum tempo.

Passe social

Os lisboetas ainda não se deram conta do risco. Os Sindicatos, designadamente a FESTRU, já estão na rua a lutar contra. Os passes sociais devem acabar dentro de três meses – dizem os donos das empresas (Vimeca, Rodoviária de Lisboa, Transportes Sul do Tejo, Scotturb). Abrange a margem Sul, não esquecer.
Como era possível? Acabar com o passe social? E isso por pressão dos operadores privados? Não será exagero? O novo ministro dos Transportes que se ponha a pau.
Transcrevo um diálogo ouvido numa rua de Lisboa, estava eu sentado no carro a ler os jornais depois de almoço. Diz uma das senhoras para a outra: «Vamos a pé». Resposta pronta: «Não. Não. Vou de autocarro, que eu tenho passe». Isto, para ir às compras. Muito mais séria é a questão se falarmos de deslocações para o trabalho.
Como seria agora, se acabasse o passe?

Casa de Garrett

Mais dois pesos pesados em defesa da Casa números 66/68 da Rua Saraiva de Carvalho. Manuel Alegre e a Sociedade Portuguesa de Autores dizem que deve ser salvaguardada. «Espaço de referência na vida cultural» de Lisboa, é um dos argumentos. A ministra da Cultura já está agora mais ainda do lado deste tese. Com a cara na lama, e cada vez mais, fica a CML, que se mantém impávida nesta batalha…

Escrevam menos!

Este ‘micro-post’ já esteve inserido, mas retirei-o. Arrependi-me e ele aí vai outra vez:
«Ana Henriques, do Público-Local/Lisboa, e Joana Haderer, da Lusa/Lisboa, escrevem que se fartam sobre Lisboa. E sempre «na mouche». É bom ler-vos. Mas… não escrevam tanto, que lhes consome muito tempo. Devem ter outros ‘hobbies. O trabalho não azeda. A propósito, já me apetecem as cenas viradas ao social que são sempre aqui e ali desencatadas na Cidade pela Anabela Mendes, do Público, também. Volta. Estás perdoada, como dizia o outro.»

Registo

Automóveis e créditos

Em Portugal, no ano passado, 75% dos empréstimos ao consumo foram para comprar carro. Do total de empréstimos concedidos pela banca aos portugueses, 75% foram para a compra de casa.
Mas os portugueses, regra geral, pagam.
E não estão muito endividados: o endividamento não passa dos 20% do seu rendimento. Menos do que acontece em vários outros países da Zona Euro.
Quem diria…

João Soares

O ‘Expresso’ dá como quase certa a candidatura de João Soares à câmara de Sintra. O próprio é que ainda estará indeciso. Mas é assegurado na última edição daquele semanário que está garantida uma vitória sobre Fernando Seara.

Hospitais

Transformar as actuais SA, com a sua aparente intenção de gerar lucros, em EPE’s, é uma das medidas do governo. Entidades Públicas Empresariais. Melhorar a gestão e apontar para um nível de descentralização. Ouvi o ministro da Saúde.
A ver vamos.

O PSD já não «manda» nas televisões

Notou-se durante o Congresso do PSD em Pombal. A má vontade com que as televisões deixavam os seus temas do momento para irem penosamente até Pombal e o desplante em abandonarem o discurso de Santana Lopes sexta às 20 horas para regressarem aos estúdios são disso mesmo indicadores.
Luís Delgado já não é o que era.
O seu comando na PT-Lusomundo mantém-se.
Mas Delgado já não mexe nos botões da ‘régie’.
O PSD continuou disciplinadamente a alinhar-se para os telejornais.
Mas os telejornais já não alinharam pelo horário do PSD.
Os seus temas favoritos no fim-de-semana continuaram a ser até à exaustão o funeral do Papa, o casamento do Príncipe Carlos, a morte do Príncipe Rainier, a doença do marido da Princesa Carolina…
A verdade é só uma: o PSD já não emociona os telejornais. Nem a emoção e a lágrima atravessada na garganta de Santana Lopes.
E ainda acresce que na leitura do discurso final (leitura, mesmo), em vez de empolgar os presentes, Marques Mendes mais parecia um notário a ler uma escritura do que um líder acabado de eleger e a arrancar para uma grande batalha.

sexta-feira, abril 08, 2005

Jornal das 11 / Dia 8 de Abril

Reunião PS-PCP sobre as eleições
autárquicas para Lisboa

Estará definida a composição das delegações dos dois partidos à primeira reunião, a realizar no dia 13:
Pelo PS:
1. José Sócrates, secretário-geral;
2. Jorge Coelho, coordenador nacional/Autarquias;
3. Marcos Perestrello, secretário nacional/Organização.
Pelo PCP:
1. Jerónimo de Sousa, secretário-geral;
2. Jorge Cordeiro, responsável nacional/Autarquias;
3. Rosa Rabiais, responsável da DORL;
4. Carlos Chaparro, responsável/Cidade de Lisboa.
Sabido isso, é altura para repor a pergunta repetida vezes sem conta (e que tantos jornalistas me fazem em cada dia): o PS sozinho ganha Lisboa? A sondagem do Expresso falava de «Carrilho». Isso quer dizer PS sozinho, na cabeça de quem respondeu? E, mesmo assim, viu-se o resultado…

Mas uma sondagem vale o que vale.
O importante é a rua, a vida real.
(A propósito, vou emendar a «Visão» de ontem, artigo de Alexandra Correia. Escreveu ela que «actualmente o PS tem mais um vereador» do que o PCP na CML. Não é verdade. Explico em duas linhas: no início do mandato, em resultado das eleições, PS e PCP elegeram oito vereadores: quatro PS e quatro PCP. Mas a meio do mandato, um dos vereadores eleito pelo PS, Fontão de Carvalho, mudou de barricada e integrou o Executivo de Santana Lopes – chamem a esse gesto o que chamarem. O que é facto, é que hoje o PS tem três vereadores e o PCP tem quatro.)

Local feliz

A notícia é dada por Francisco Neves no «Público». A parceria que o Museu da Criança celebrou com o Jardim Zoológico permite que se instale no Jardim aquele museu e a sua simulação de casa real de brincar, com os seus bonecos e apetrechos mesmo ali a pedir às crianças: «Brinca comigo!».
Foi uma solução feliz. E veremos se as escolas e tal não vão fazer aumentar ainda mais o número já elevado de visitantes do Museu da Criança.


O convite

Há gestos que doem. Ninguém suporia que um convite pudesse ser uma facada. Mas pode. É assim: já ninguém ignora que Carmona e Santana estão em rota de colisão.
Entrevistas. Cartazes. Decisões adiadas. Melhor candidato.
Já não bastava tudo isso, ainda era preciso agora aparecer nos jornais que, se Carmona quis ir ao Congresso do PSD, precisa do convite de Marques Mendes.
É um convite assassino, não há dúvida.
E depois os jornais todos os dias a insistirem e a não deixarem esquecer que Carmona disse um dia: «Sou melhor candidato» do que Santana Lopes. Com amizades assim, quem é que há-de gerir a CML até ao fim do mandato?
O que vale é que Pedro Pinto aguenta: é feito daquela rocha dura lá do Norte…

Esforço

Conversa real de café, a três. Vai um, enquanto folheia os jornais e diz:
- Toda a gente a bater no Santana. Até chego a ter pena dele.
Resposta simultânea dos outros dois:
- Ele faz por isso!
- Ele bem se esforça!

Registo

A contradição vital

No mesmo dia, ontem, 7 de Abril, quatro notícias envolvendo duas personalidades do CDS-PP, notícias essas que, se forem conjugadas, põem a nu contradições essenciais e de vida.
Estes dois rostos são conhecidos. São dirigentes actuais, passados e futuros – isso é garantido. De quem se trata? Por um lado, Maria José Nogueira Pinto, que escreve em «A Capital» um artigo de opinião sobre o Papa, e que, simultaneamente, é Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Este artigo é chocantemente contraditório com a situação denunciada pelos trabalhadores da Misericórdia. Escreve a Provedora no seu artigo semanal, entre outras coisas sobre o Papa que ele foi «admirado» por razões como «por ter defendido sem vacilar os direitos fundamentais do Homem» e ainda «por ter dado a sua voz aos mais fracos e aos mais pobres, por ter denunciado todas as prepotências»…
No mesmo dia, a comunicação social noticia que na Santa Casa da Misericórdia, dirigida por quem tanto admira quem defende os direitos, os trabalhadores ameaçam fazer greve porque, dizem, estão a perder regalias e direitos no seu local de trabalho.
De Maria José Nogueira Pinto se pode dizer: «olha para o que ela diz, não olhes para o que ela faz».
Por outro lado, Paulo Portas, que afinal ainda é líder do CDS-PP, ex-ministro da Defesa. Lembram-se dele a fazer campanha pelos mercados? Aos beijos ao povo humilde? A prometer mundos, fundos e companhia?
Pois bem: duas notícias do mesmo dia deitam por terra tal aleivosia.
A primeira tem a ver com a Sorefame/Bombardier: o novo ministro da Defesa, Luís Amado, diz que não há qualquer contrato para produzir naquela unidade fabril carros de combate para o exército. Portas tinha assegurado essa vertente com solenidade. (Luís Amado acrescenta que está a rever outros contratos mas que no caso dos submarinos a coisa está comprometida, pelo menos parcialmente. Veremos o que isso quer dizer.)
Segunda notícia do mesmo dia também sobre o tal Portas das promessas eleitorais demagógicas ao povo humilde nas feiras: este senhor está/esteve a passar uma semana instalado que nem um nababo numa residencial de luxo só para si nas Arábias (mesmo aí), com segurança privada e tudo. Qualquer coisa como 800 contos por dia – é quanto aquilo custa.

Jornal das 17 / dia 7 de Abril

Cartazes: devagar, devagarinho

Como Santana Lopes e Carmona andam de candeias às avessas, porque Carmona se fartou de aparar o jogo sem-fim de Santana, quem sofre é a Cidade, que agora está mesmo parada. Lamentavelmente, agora, até o «site» da CML e o ‘blog’ de Helena Lopes da Costa pararam…
Mas a Cidade parada confrange.
Ninguém para decidir. Uma presidência bicéfala foi no que deu, misturada com o veto de Marques Mendes ao nome de Santana para a candidatura à CML, e a entrevista de Carmona ao «DN» dizendo que é melhor opção do que Santana… foi no que deu, tudo junto.
Para cúmulo, as coisas mais simples emperram. Por exemplo: Carmona tinha prometido que, em Março, os «outdoors» desapareciam da floresta que está patente em Lisboa. Chegou Santana e os «outdoors» aí estão direitinhos, a ser retirados a passo de caracol.


Prémio «Pronto, então já não há problema»

Lembram-se das promessas encavalitadas umas nas outras? Deram conta de alguma ter sido cumprida? Eu também não.
Mas agora é que é.
Os «grafitti», está a ver?
A CML promete que basta um telefonema e… adeus, grafitti!
E quem é que tal promete, quem é?
O vereador do CDS, titular do pelouro da higiene urbana.
Ainda se ao menos se olhasse para a Cidade e se vissem as ruas limpas…
Mas lá diz o Povo: prometer não custa mesmo nada.

Artistas Unidos

A notícia não é que os Artistas Unidos vão abandonar já o Teatro Taborda. Isso vai acontecer em Agosto. Mas a notícia é outra: o secretário de Estado da Cultura está a descortinar um novo espaço para o grupo de teatro.

Abandono

Não são só as ruas, as calçadas, os jardins, as áreas de lazer. Não o abandono já tomou conta também dos equipamentos desportivos municipais em Lisboa.
Que o Pavilhão Carlos Lopes não está nas boas graças da CML, isso já se percebeu, embora não se perceba porquê.
Mas que com outros casos aconteça o mesmo, isso já é menos claro. Mas ainda bem que a Assembleia Municipal visitou alguns desses equipamentos e no fim contou, pela voz de Paulo Quaresma, coisas como esta: «O Pavilhão Municipal da Boavista é ocupado durante três horas por dia. Nas restantes está ao abandono».
Somos de facto um país rico, uma cidade rica, que se dá ao luxo deste abandono…

Registo

Saramago!

José Saramago surpreende outra vez: editou uma espécie de libreto para ópera cómica. Acabaremos por conhecer esta obra pelo seu primeiro título: «Don Giovanni».
E, sobre este libreto, o autor faz-nos um desafio: pede-nos ele que o leitor imagine a música que o libreto está mesmo a pedir, pensa ele.
Só mesmo ele.
Não resisto a Saramago, confesso.
Esta atracção pela sua escrita aconteceu-me, pela primeira vez, há muitos anos atrás. Foi um «flash» intelectual e físico, aquela leitura sem interrupção, doentiamente entusiasmada. Confesso: uma verdadeira paixão.
O prazer de ler, pronunciando cada letra, sabe? O prazer de mastigar com gosto cada som. Prazer físico de ler, consegue imaginar? Pois bem: foi isso que me aconteceu naquele ano, há tantos anos, quando José Saramago deu à luz o «Memorial do Convento». Sei que na altura cheguei a tornar-me aborrecido para quem estava comigo na praia: os meus amigos mais próximos. Já se viu alguém massacrar as pessoas, lendo em voz alta um livro? Pois, bem: confesso: foi isso que fiz. Dava-me «pica», como agora diz a malta mais nova (e sem malícia nenhuma os oiço dizer). Dava-me um gozo tremendo aquela sonoridade, aquela descoberta da leitura sem sinais gráficos – e descobrir que afinal era possível escrever daquela forma e trazer toda a alegria da leitura para dentro de «um simples» livro. Tão simples, que valeu o nosso Prémio Nobel da Literatura. Por mim, não hesitaria em atribuir-lhe o meu próprio prémio da boa escrita e da boa inventiva literária…
Vou agora ler o seu novíssimo «Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido». São 135 páginas, custa 7 euros, é da Editorial Caminho e foi editado agora em Março.
E, prometo desde já: fico à espera do seu próximo trabalho. Já tem título: «As Intermitências da Morte». E sai em Novembro.
Até lá, Saramago.

Facada a facada

Santana Lopes queria adiar o Congresso do PSD por causa da morte do Papa. Caíram-lhe todos em cima. Que não. Que não se justificava o adiamento. Que o partido não podia continuar sem rumo. Etc..
Mas uma facada nas costas nunca vem só.
António Borges, o economista do sucesso do momento, vem agora dizer com as letras todas aquilo que já se sabia: vai candidatar-se à liderança em 2007.
Tenho cá para mim que isso acontecerá ainda antes disso: quando Marques Mendes se mostrar incapaz de derrotar o PS e de conduzir aquilo que os seus adversários internos da altura vão chamar de «incapacidade de fazer oposição séria ao governo do PS». Prevejo que será nessa altura. Em poucos meses, o PSD prepara um novo Congresso, elege Borges e arranca para o poder.
É fatal como o destino: Marques Mendes não vai aquecer muito o lugar. Depois das Presidenciais falaremos.

quinta-feira, abril 07, 2005

Jornal das 11 / dia 7 de Abril

Encontro PS-PCP
sobre candidatura a Lisboa

Transcrevo. Sei que o PS também fez um comunicado. Estou à espera de o receber. Para já segue o do PCP:

«Sobre o encontro PCP – PS relativo à cidade de LisboaNota do Gabinete de Imprensa do PCP6 de Abril de 2005

Instado a confirmar notícias referentes ao agendamento de um encontro entre o PCP e o PS para análise às possibilidades da viabilização de uma coligação eleitoral, o PCP deseja esclarecer o seguinte:
1. Em resposta por parte do PS ao pedido de encontro que havia sido proposto pelo PCP no início de Março, está agendado para o próximo dia 13 de Abril uma reunião entre delegações dos dois partidos que contarão com a presença dos respectivos secretários-gerais.
2. O encontro realiza-se passado mais de um mês após a proposta do PCP que o havia sugerido para a primeira quinzena de Março. Ao longo deste período dirigentes do PS produziram declarações que revelam inaceitáveis ambições hegemónicas, ao mesmo tempo que na Câmara e Assembleia Municipal de Lisboa o PS vem assumindo uma preocupante convergência com o PSD em matérias e decisões que comprometem um projecto alternativo para a cidade.
3. Como no passado sábado foi sublinhado pela CDU no seu encontro concelhio, a realização desta reunião, correspondendo à abertura manifestada para uma avaliação séria da viabilidade de um coligação que permita pôr termo à gestão de direita, não diminui em nada o trabalho de afirmação e dinamização da CDU na cidade de Lisboa, no qual se insere o anúncio a curto prazo dos seus candidatos à presidência da Câmara e Assembleia municipais e às principais freguesias.
4. Correspondendo ao património de trabalho e ao reconhecido valor e prestígio que tem granjeado na cidade, a CDU e o seu reforço são a garantia mais sólida não apenas da assunção de uma gestão democrática e identificada com os interesses e aspirações da cidade e da sua população, como um contributo positivo e indispensável para assegurar o êxito eleitoral de uma eventual coligação.»

Três anos à espera
Ex-proprietários do Casal Ventoso ainda não receberam indemnizações!

Eis um texto enviado por um atento colaborador habitual do ‘blog’:
«Os ex-proprietários e moradores de prédios no casal ventoso que foram demolidos no âmbito da reconversão urbanística que ocorreu naquela zona em 2001, estão há 3 anos à espera das indemnizações referentes à demolição das suas casas e da cedência dos terrenos.
Os serviços municipais têm a escritura pronta no notário privativo do município há já muito tempo, mas vêm informando os ex-proprietários que não podem marcar o dia da escritura (dos terrenos que já cederam à CML) por não terem dinheiro para pagar as indemnizações que lhes são devidas.
A situação arrasta-se, havendo alguns que referem que colocarão a CML em tribunal.
A situação é grave para ambas as partes: para o Município porque o arrastamento da situação terá consequências para o erário público ainda mais nefastas, com a revisão dos valores que, face ao decurso do tempo, já não podem ser os mesmos anteriormente acordados, pois há juros de mora a pagar; para os proprietários, que despojados do que era seu há 3 anos , muitos contaram (e continuam a contar) com a verba para refazer a vida noutro lado da cidade. Muitos são idosos e sem meios de subsistência que não sejam as magras reformas de 200 euros mensais. Acresce a tudo isto, que os documentos que entregaram para instruir o processo (como certidões que custam, cada uma, cerca de 20 euros) estão a caducar, e a escritura a ser feita tê-la-á de ser com novos documentos que estes munícipes terão de pagar e entregar novamente.»

Zandinga? Gabriel Alves?

Nas sessões da CML, por vezes acontecem as cenas mais caricatas e são dadas à luz as afirmações mais inesperadas.
Um caso desses, de que acabo de tomar conhecimento documental por me ter sido proporcionado, tem a ver com a sessão em que se debatia uma proposta sobre urbanização e loteamentos em Alcântara.
A designação do documento em causa era «estudo urbanístico». Essa designação não existe na lei, não tem cobertura legal, o que não impediu a maioria PSD-CDS/PP de a aprovar…
Antes da votação, durante a discussão da proposta, interrogada sobre o seu suporte legal, a vereadora do urbanismo respondeu desta forma lapidar: «Não tem que estar incluído num regime jurídico de planos, portanto isto não é um plano, isto é um estudo… exactamente».
Palavras para lá, palavras para cá, PS e PCP ao ataque, e eis que às tantas, um vereador do PS se sai com esta: «Então vamos estar a votar a aprovação de uma não existência jurídica, uma coisa assim mística, um misto de Zandinga e Gabriel Alves».
Quanto à vereadora do pelouro, ela continuou na sua: isto não era um plano, era um estudo de vários loteamentos, loteamentos, loteamentos, loteamentos, loteamentos, loteamentos, loteamentos, loteamentos, loteamentos…
Desculpem, também eu embandeirei em arco!

quarta-feira, abril 06, 2005

Jornal das 11 / Dia 6 de Abril

Nota
Até ao dia 14 - depois se saberá porquê - este 'blog' fica em actividade reduzida...

Plataforma pela Mobilidade em Lisboa

Os promotores do referendo contra o túnel do Marquês, depois de rejeitada a sua pretensão por votação maioritária na Assembleia Municipal, garantem-me que não vão cruzar os braços. Em reunião realizada anteontem, as várias associações implicadas naquele processo decidiram manter-se em acção conjunta e vão mesmo convocar uma conferência de imprensa para um dos próximos dias, a fim de divulgarem os seus objectivos comuns, entre os quais as questões da mobilidade em Lisboa. Na altura, divulgarei aqui os textos atinentes.

Ena, que miséria!

Uma delegação oficial de deputados municipais visitou ontem à tarde alguns equipamentos desportivos da Cidade. Ao chegarem ao ex-libris que é o Pavilhão Carlos Lopes, suas almas devem ter estremecido. Ameaça de ruína, degradação... foram os epítetos. Merecidos. Desde Dezembro de 2001, os efeitos do tempo e do abandono ali estão marcados na pedra, na madeira, no estuquie, nos azulejos... Que miséria!

Carmona

O «DN» foi o ombro. Carmona Rodrigues que hoje é outra vez vice de Santana naCML, diz que se considera «em melhores condições» de ser o candidato do PSD à Câmara de Lisboa nas eleições autárquicas». Se não o for, vai sentir-se «defraudado».

Registo

Eis os novos goverdores civis: Neto Brandão (Aveiro), Manuel Monge (Beja), Fernando Moniz (Braga), Nogueiro Gomes (Bragança), Maria Alzira Serrasqueiro (Castelo Branco), Henrique Fernandes (Coimbra), Henrique Troncho (Évora), António Ventura Pina (Faro), Maria do Carmo Borges (Guarda), José Miguel Medeiros (Leiria) e Maria Adelaide Rocha (Lisboa), Jaime da Conceição Cordas Estorninho (Portalegre), Isabel Oneto (Porto), Paulo Fonseca (Santarém), Teresa Almeida (Setúbal), José Pita Guerreiro (Viana do Castelo), António Martinho (Vila Real) e Acácio Pinto (Viseu).

terça-feira, abril 05, 2005

Jornal das 11 / Dia 5 de Abril

Mude-se a lei

Em declarações ao Público, a vereadora do Urbanismo da CML desmascara, de modo ingénuo mas flagrante, a sua forma de ver a vida. Fez-me imediatamente voltar a 1968, quando entro na Faculdade de Direito, acabara Salazar de cair da cadeira e Marcello deixara o ensino para ocupar a cadeira de São Bento. A anedota que aprendi muito cedo liga-se a esta concepção de vida que Eduarda Napoleão aqui traz. Contava-se que Salazar, de cada vez que um ministro novo tomava posse, o chamava ao gabinete e lhe dizia, firme: «O senhor nunca cometa nenhuma ilegalidade. Isso, nunca. Se precisar de fazer alguma coisa que a lei não permita, diga-me, que, antes do seu acto, alteramos a lei». Como se vê, é a vitória irracional do formalismo rígido.
Assim está a vereadora referida, quando num dia afirma que nunca comete ilegalidades e que no dia seguinte aparece nos jornais a dizer este pequeno mimo: «O loteamento do hotel (previsto para a zona da antiga FIL) está aprovado. Mas o Plano Director (que é uma lei) não o permite porque considera aquilo (ela quer dizer: «aquela zona») como zona histórica. Assim sendo, temos de proceder a uma alteração do PDM.»
Assim mesmo, sem rebuço nenhum!

GEOTA e o PDM

Transcrevo o e-mail que o GEOTA me fez chegar. É sobre o PDM. (E repito que aguardo notícias sobre a reunião de ontem da Plataforma do Túnel do Marquês, para inserir no ‘blog’).
Eis o texto do GEOTA sobre a revisão do PDM:
A Revisão do PDM de Lisboa requer participação…
No dia 7 vamos dialogar com a Câmara Municipal
Nos últimos três anos temos tentado, insistentemente, dialogar com o executivo da Câmara Municipal de Lisboa sobre questões diversas relacionadas com Lisboa, as quais, em nossa opinião, devem ser tratadas em sede de revisão do PDM de Lisboa. Referimo-nos, inclusivamente, a questões que têm gerado polémica, como a construção em altura, a ocupação para Monsanto, a Feira Popular, o Casino, etc. Infelizmente, temos tido pouco sucesso.
Foi por isso com satisfação que recebemos o convite para uma reunião com o Ex.mo Senhor Vice-Presidente, Prof. Carmona Rodrigues, agendada para o próximo dia 7 de Abril, pelas 16h30.
Nesta reunião iremos apresentar as propostas do GEOTA para a revisão do PDM em curso. Pretendemos dar o nosso contributo sobre os seguintes temas: participação da população, planeamento, mobilidade e transportes, património, espaço público, áreas desocupadas ou devolutas.
Convidamos as senhoras e senhores jornalistas a estarem presentes na conferência de imprensa que daremos após a reunião na Câmara Municipal, que estimamos termine por volta das 18h45.
Conferência de imprensa – 7 de Abril, 18h45 – Porta da Câmara Municipal de Lisboa (Praça do Município)
GEOTA, 4 de Abril de 2005
Nota: Para esclarecimentos adicionais contactar Pedro Costa - 916061380


Registos diversos

Mais negociação colectiva

Recebidas pelo ministro do Trabalho do governo Sócrates, as duas centrais sindicais CGTP e UGT coincidiram em vários pontos de reclamação. Uma dessas questões centra-se na negociação colectiva. «Há mais de um milhão e 200 mil trabalhadores sem contrato colectivo, deixando matérias importantes e essenciais como os aumentos de salários apenas nas mãos dos patrões», disse Carvalho da Silva, à saída da audiência. João Proença, da UGT, sublinhou a mesma matéria, e o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, foi peremptório: «Não vamos revogar o Código do Trabalho», acrescentando que este instrumento legal vai, isso sim, ser «adaptado» e nele vão ser introduzidas «alterações». «Queremos que haja cada vez mais negociação colectiva», apontou o ministro.

Hospital Amadora-Sintra em falta

A marcação de actos médicos num hospital pode ser uma dor de cabeça para os doentes. Uma noite destas, a SIC relatava o caso de um paciente operado há anos no Hospital Amadora-Sintra e que, desde então, e há cerca de três anos, aguarda pelo dia em que deverá ser chamado para ser operado para refazer uma parte do crânio.
Contava esse jovem paciente que «a última consulta foi há dois anos. A doutora foi simpática, como sempre. Mas diz que não tem hipótese de me mandar operar. E disse-me: ‘Você está no fundo da minha lista. Há sempre casos mais graves’. Foi isso que ela me disse. E eu continuo à espera».
E pronto, ali anda o jovem paciente à espera «de ser chamado» pelo Hospital Amadora-Sintra.

9º ano tem exames de Matemática e de Português

A decisão do governo Santana Lopes mantém-se com Sócrates: os alunos do 9º ano vão mesmo ter exames em duas disciplinas: Matemática e Português. Mas nem todos os alunos vão ser sujeitos às provas. Exceptuam-se três casos: alunos com necessidades educativas especiais, com currículos alternativos ou estrangeiros que frequentem a escola portuguesa há pouco tempo.
«Este é um modelo que poderá continuar ou não», diz o governo.
As federações sindicais têm opiniões diferentes entre si e a confederação de associações de pais acha que «isto acontece no ano lectivo errado», dadas as peripécias que o têm caracterizado, desde logo porque as aulas começaram muito tarde por dificuldade de colocação de professores atempadamente. «Estamos a preparar alunos para exames, os quais, provavelmente, não ficarão a saber da vida mais nada do que isso», disse um dirigente da referida CONFAP.
A FENPROF declarou que «exames destes não fazem sentido» e que esperariam «que o governo revogasse a medida». Quanto à outra federação sindical, a FNE, defende que «há que atender às condições específicas de cada escola».

Bilhetes da CP oferecidos no IC-19

Os automobolistas que circulam esta semana e a próxima no IC-19 têm uma surpresa: a CP está a oferecer aos viajantes bilhetes de comboio gratuitos. Os bilhetes podem ser usados durante todo o dia. A iniciativa visa, segundo fomos informados, incentivar os utentes do IC-19 a que usem mais o comboio e deixem os seus automóveis nos parques de estacionamento das estações da CP.
As «brigadas de serviço» da CP vão distribuir, nas duas semanas que dura a campanha, cerca de 80 mil destes vales trocáveis por bilhetes gratuitos até 30 de Abril próximo.
A CP chama também a atenção para o facto de já há um mês estarem em vigor os novos horários dos comboios.

Jornal das 17 / Dia 4 de Abril

EPUL

O presidente da junta da Pena não tem dúvidas: a EPUL não quer encontrar uma solução para o acesso à Calçada do Jogo da Pela, acesso que aquela empresa bloqueou há quase um mês. Tratar-se-á de um procedimento estranho da EPUL. O projecto para construção de habitação no «buraco» ali existente ainda nem sequer estará concluído. Leio isto no «T&Q». Daqui até lá, que fazem os moradores? Andam às voltas para chegar a casa.

‘Outdoors’

Mesmo na véspera do regresso de Santana Lopes à CML, o então presidente Carmona Rodrigues prometeu, numa de bom-senso, que ia mandar retirar a floresta de ‘outdoors’ que infestam a Cidade. Essa promessa caiu muito bem entre os atentos à degradação da Cidade. Mas, ao que se sabe, tudo acabará por ficar na mesma: «Nem uma agulha» buliu, até agora.
É pena. Muita pena.
A propósito: o «Semanário», que já me tem surpreendido com o seu nível de informação sobre as questões da direita, assegura também que o candidato do PSD à CML é Carmona Rodrigues.

Parada do Cemitério de Benfica

Uma vogal da junta de freguesia de Benfica coloca o dedo na ferida: a parada do cemitério de Benfica foi inaugurada pela CML no mandato anterior. Mas, como não é obra sua, esta maioria actual ignorou o local ostensivamente, e até se recusa a pelo menos fazer com a junta um protocolo de conservação da parada. Conclusão: os verdes estão secos, o local degradado. Uma vergonha. Ninguém trata do local, sublinha a autarca referida.

De acordo

Discutia-se na sessão pública da CML se o estudo urbanístico para 42 hectares na zona de Alcântara-Mar é legal, se tem pés para andar. PS e PCP na vereação contestam o estudo, uma figura que nem sequer estará previsto na lei (sei que não está). Fantástica (no sentido literal) foi a resposta imediata da vereadora que subscreve a proposta: «É legal, sim, porque nós não trabalhamos sem ser de acordo com a lei». Pronto. Então está bem. Tem de haver um tribunal a decidir.

Registo

1. Nasceu o nº 6 da revista «Alentejo», da Casa do Alentejo. A revista é bimestral, e este número refere-se aos meses de Março e Abril deste ano.
2. Rui Gomes da Silva, cada vez em melhor forma, em entrevista ao ‘Independente’: (…) «O governo de que fiz parte teve dos melhores ministros de todos os governos desde o 25 de Abril». «Porquê?». «Não me avalio em público». (…) «O caso Henrique Chaves foi determinante (na queda do governo Santana)?». «Quem? Não me lembro desse nome. Esse nome não me diz nada». RGS no seu melhor: inultrapassável…
3. Confesso que li o artigo de Santana Lopes logo de manhã, no «Expresso» (sábado, claro), e que da leitura não retirei a conclusão que ouvi às 13 no noticiário do RCP. Fernando Santos tinha concluído, e fez disso notícia: este artigo volta a colocar Santana Lopes na calha, em direcção a Belém. Em conversa imediata com ele, e discutida a interpretação, não fiquei convencido. Lembrei-me logo da sondagem do «DN» de há três dias: Santana, 2% para as presidenciais. Ninguém é tão «assim».
Já agora recordo: nessa mesma sondagem, eram os seguintes os outros números: Cavaco Silva com 45%; Vitorino com 15; Marcelo com 12; Guterres com 10; Freitas com 3%.
Mas nunca esqueço o que escreveu há pouco tempo o inimitável Luís Delgado sobre Santana: «Ele não ‘morreu’ politicamente. (…) Eu sei que Pedro Santana Lopes regressará, quando o tempo disser».
Falou e disse, como dizem os brasileiros! Será que se meteu na cabeça de alguém que já chegou o tempo?
4. Emprego. Suplemento de sábado do «DN». O título: «Optimismo moderado». O gráfico compara o 1º trimestre de 2004 com o deste ano. Número de ofertas de emprego:
Janeiro: 2004/um pouco mais de 1450; 2005/perto de 1500.
Fevereiro: 2004/pouco mais de 1 000; 2005/perto de 1450.
Março: 2004/1 500; 2005/cerca de 1 150 (decréscimo em relação a Março de 2004). Não se vê pois de onde vem esse tal optimismo do título.