Reunião PS-PCP sobre as eleições
autárquicas para Lisboa
Estará definida a composição das delegações dos dois partidos à primeira reunião, a realizar no dia 13:
Pelo PS:
1. José Sócrates, secretário-geral;
2. Jorge Coelho, coordenador nacional/Autarquias;
3. Marcos Perestrello, secretário nacional/Organização.
Pelo PCP:
1. Jerónimo de Sousa, secretário-geral;
2. Jorge Cordeiro, responsável nacional/Autarquias;
3. Rosa Rabiais, responsável da DORL;
4. Carlos Chaparro, responsável/Cidade de Lisboa.
Sabido isso, é altura para repor a pergunta repetida vezes sem conta (e que tantos jornalistas me fazem em cada dia): o PS sozinho ganha Lisboa? A sondagem do Expresso falava de «Carrilho». Isso quer dizer PS sozinho, na cabeça de quem respondeu? E, mesmo assim, viu-se o resultado…
Mas uma sondagem vale o que vale.
O importante é a rua, a vida real.
(A propósito, vou emendar a «Visão» de ontem, artigo de Alexandra Correia. Escreveu ela que «actualmente o PS tem mais um vereador» do que o PCP na CML. Não é verdade. Explico em duas linhas: no início do mandato, em resultado das eleições, PS e PCP elegeram oito vereadores: quatro PS e quatro PCP. Mas a meio do mandato, um dos vereadores eleito pelo PS, Fontão de Carvalho, mudou de barricada e integrou o Executivo de Santana Lopes – chamem a esse gesto o que chamarem. O que é facto, é que hoje o PS tem três vereadores e o PCP tem quatro.)
Local feliz
A notícia é dada por Francisco Neves no «Público». A parceria que o Museu da Criança celebrou com o Jardim Zoológico permite que se instale no Jardim aquele museu e a sua simulação de casa real de brincar, com os seus bonecos e apetrechos mesmo ali a pedir às crianças: «Brinca comigo!».
Foi uma solução feliz. E veremos se as escolas e tal não vão fazer aumentar ainda mais o número já elevado de visitantes do Museu da Criança.
O convite
Há gestos que doem. Ninguém suporia que um convite pudesse ser uma facada. Mas pode. É assim: já ninguém ignora que Carmona e Santana estão em rota de colisão.
Entrevistas. Cartazes. Decisões adiadas. Melhor candidato.
Já não bastava tudo isso, ainda era preciso agora aparecer nos jornais que, se Carmona quis ir ao Congresso do PSD, precisa do convite de Marques Mendes.
É um convite assassino, não há dúvida.
E depois os jornais todos os dias a insistirem e a não deixarem esquecer que Carmona disse um dia: «Sou melhor candidato» do que Santana Lopes. Com amizades assim, quem é que há-de gerir a CML até ao fim do mandato?
O que vale é que Pedro Pinto aguenta: é feito daquela rocha dura lá do Norte…
Esforço
Conversa real de café, a três. Vai um, enquanto folheia os jornais e diz:
- Toda a gente a bater no Santana. Até chego a ter pena dele.
Resposta simultânea dos outros dois:
- Ele faz por isso!
- Ele bem se esforça!
Registo
A contradição vital
No mesmo dia, ontem, 7 de Abril, quatro notícias envolvendo duas personalidades do CDS-PP, notícias essas que, se forem conjugadas, põem a nu contradições essenciais e de vida.
Estes dois rostos são conhecidos. São dirigentes actuais, passados e futuros – isso é garantido. De quem se trata? Por um lado, Maria José Nogueira Pinto, que escreve em «A Capital» um artigo de opinião sobre o Papa, e que, simultaneamente, é Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Este artigo é chocantemente contraditório com a situação denunciada pelos trabalhadores da Misericórdia. Escreve a Provedora no seu artigo semanal, entre outras coisas sobre o Papa que ele foi «admirado» por razões como «por ter defendido sem vacilar os direitos fundamentais do Homem» e ainda «por ter dado a sua voz aos mais fracos e aos mais pobres, por ter denunciado todas as prepotências»…
No mesmo dia, a comunicação social noticia que na Santa Casa da Misericórdia, dirigida por quem tanto admira quem defende os direitos, os trabalhadores ameaçam fazer greve porque, dizem, estão a perder regalias e direitos no seu local de trabalho.
De Maria José Nogueira Pinto se pode dizer: «olha para o que ela diz, não olhes para o que ela faz».
Por outro lado, Paulo Portas, que afinal ainda é líder do CDS-PP, ex-ministro da Defesa. Lembram-se dele a fazer campanha pelos mercados? Aos beijos ao povo humilde? A prometer mundos, fundos e companhia?
Pois bem: duas notícias do mesmo dia deitam por terra tal aleivosia.
A primeira tem a ver com a Sorefame/Bombardier: o novo ministro da Defesa, Luís Amado, diz que não há qualquer contrato para produzir naquela unidade fabril carros de combate para o exército. Portas tinha assegurado essa vertente com solenidade. (Luís Amado acrescenta que está a rever outros contratos mas que no caso dos submarinos a coisa está comprometida, pelo menos parcialmente. Veremos o que isso quer dizer.)
Segunda notícia do mesmo dia também sobre o tal Portas das promessas eleitorais demagógicas ao povo humilde nas feiras: este senhor está/esteve a passar uma semana instalado que nem um nababo numa residencial de luxo só para si nas Arábias (mesmo aí), com segurança privada e tudo. Qualquer coisa como 800 contos por dia – é quanto aquilo custa.