sexta-feira, abril 29, 2005

Jornal das 11 / dia 29 de Abril

Ruben

Mais uma jornalista a pronunciar-se sobre a candidatura: «Espectáculo!»

Viaturas

Há dias alertei: empresas de aluguer de automóveis podem recolher as viaturas por falta de pagamento da Câmara. Até parece mentira. Mas não é. Em 31 anos de autarquias, não só nunca aconteceu como também nunca me passou pela cabeça que tal coisa pudesse acontecer.
Mas está a acontecer.
Repito: está a acontecer.
Repito: empresas de aluguer de viaturas estão a retirar as viaturas e a imobilizá-las. São Yaris, são Peugeots 206, pelo menos. Eram pelo menos das Obras, da Inspecção Sanitária, do Campo Grande/Edifício Central, de Gabinetes… O truque, para evitar escândalos maiores é o de as Oficinas mandarem ir as viaturas «lavar» aos Olivais… e já não saem de lá. Já são às dezenas.
Que vergonha!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Muitos jornalistas me têm perguntado o que se passa com as viaturas da CML. Pois aí têm. Investiguem. Denunciem. Gritem.
É a maior das vergonhas.
É que nalguns sítios até já falta o toner e o papel.
Ainda hão-de ir aos Paços do Concelho buscar o Audi A 8, o Lancia Thesis e os Peugeots 607...


Garrett

«Acho lindamente». Lindamente. Tá a ver? As palavras são de Eduarda (tátá?) Napoleão. E são sobre a Casa Garrett. E o que é que ela acha lindamente?
Que o ministério, se tem dinheiro para investir (ou seja: a CML está mesmo de tanga, tanga, tanga), então que invista. A vereadora acha lindamente.
Que descasca que ela levava se Garrett, ele mesmo, cá estivesse. Se «andasse por aí», digamos!

Reabilitação

Por que é que ninguém explica à CML que reabilitar não é reconstruir as fachadas dos prédios mas sim melhorar os interiores para que as pessoas vivam melhor?
Não é melhorar a paisagem. É melhorar o habitáculo, a habitação, o interior dos estabelecimentos, seja lá do que for…
Por que é que à direita ninguém introduz um pouco de sensibilidade no seu discurso?
E mesmo da parte do PS… o discurso neste ponto deixa muito a desejar em clareza.

Caneiro

Só por milagre é que não acontecia. Nunca esta maioria fez manutenção do Caneiro de Alcântara. Estavam à espera de quê?
Enquanto houve dinheiro, foi uma festa.
Nem se pensou em caneiros, em espaço público, na conservação de calçadas.
Agora, que não há um tostão, só se acode a um equipamento quando está a cair, a ameaçar ruína…
Se estes eleitos por cá se mantivessem muito tempo, a cidade acabaria no chão, toda ela.
Mas enchem a boca com aquela grosseira aldrabice de anunciarem em painéis electrónicos pela Cidade que já reabilitaram (atenção!) 60% dos prédios que precisavam de reabilitação. Claro. Dirão que foi engano do operador. «How convenient!»
É que mesmo os tais 30% que afinal parece que dizem que foram reabilitados, mesmo esses, só contando com as obras dos particulares que estão em tapume, com as obras em despacho, que nem em tapumes estão. Porque da CML, garantidamente, não há mais de 100 prédios recuperados, contando como prédios as moradiazinhas. E tudo o resto é folclore. Como ninguém é cego e como o povo não é estúpido, coisas destas que só mostram desespero de fim de festa, não enganam ninguém…
O caneiro agora pode «provocar danos graves de pessoas e bens». Isto é dito para justificar as obras de emergência e sem concurso. Mas é sinal de descontrolo. Porque, mais do que tudo, é também é uma maneira de… não alarmar ninguém, não senhores. Nãããããããaõooooo…
Eu nunca mais passo por perto. Palavra de honra. Nem por perto. Costumava subir por ali. Nunca mais, até que uma entidade idónea nos venha descansar.

Carrilho

Começa mal. O brasileiro não tem sensibilidade para Lisboa. Isso já se sabia. Mas esta de torcer Lisboa para caber num cartaz não lembrava ao diabo.
«São uns tontos», disse-me agora mesmo uma jornalista.

Santana

Surpresa. Dei comigo a ter pena de Santana. Honesto. Foi mesmo. Já viu o que é ser traído por todos a começar por aqueles a quem se deu a mão? Restam o Rui Calafate e pouco mais. Fim de festa, pá.