segunda-feira, abril 11, 2005

Jornal das 11 / 11 de Abril

Jornal das 11 / dia 11 de Abril


Sondagens

A propósito da eventual candidatura de João Soares à câmara de Sintra, todos os jornais acabaram por referir que essa opção do PS resulta de um sondagem que o partido mandou fazer.
O que parece estranho é que não se fale de nenhuma sondagem do PS, eventualmente até a mesma ou pertencendo ao mesmo ‘lote’, mas que se refira a Lisboa, já dentro da opção Carrilho.
Gostaríamos todos de saber porquê. E o que se concluirá dessa sondagem, se é que ela existe. Mas deve existir. Então o PS ia fazer uma sondagem para Sintra e não fazia outra para Lisboa? Essa não me cabe na cabeça.

Feira Popular: o «impasse»

Os próprios feirantes chamam-lhe «impasse». Nuno Ferreira, do ‘Público-Local/Lisboa, foi lá e viu. Nos estabelecimentos ali encerrados está o cartaz do «impasse». Diz assim: «Estimado cliente, em virtude do impasse em que se encontra a situação da Feira Popular de Lisboa, para qualquer contacto…» etc..
Era certo e sabido.
Foi muito grande a pressa de fechar o recinto (mantêm-se alguns restaurantes à hora de almoço – já aqui se escreveu isso). Mas já se adivinhava que encontrar solução e/ou indemnizar trabalhadores e feirantes, isso eram outros quinhentos…
Aí está o resultado.
Enganaram tudo e todos, mas só durante algum tempo.

Passe social

Os lisboetas ainda não se deram conta do risco. Os Sindicatos, designadamente a FESTRU, já estão na rua a lutar contra. Os passes sociais devem acabar dentro de três meses – dizem os donos das empresas (Vimeca, Rodoviária de Lisboa, Transportes Sul do Tejo, Scotturb). Abrange a margem Sul, não esquecer.
Como era possível? Acabar com o passe social? E isso por pressão dos operadores privados? Não será exagero? O novo ministro dos Transportes que se ponha a pau.
Transcrevo um diálogo ouvido numa rua de Lisboa, estava eu sentado no carro a ler os jornais depois de almoço. Diz uma das senhoras para a outra: «Vamos a pé». Resposta pronta: «Não. Não. Vou de autocarro, que eu tenho passe». Isto, para ir às compras. Muito mais séria é a questão se falarmos de deslocações para o trabalho.
Como seria agora, se acabasse o passe?

Casa de Garrett

Mais dois pesos pesados em defesa da Casa números 66/68 da Rua Saraiva de Carvalho. Manuel Alegre e a Sociedade Portuguesa de Autores dizem que deve ser salvaguardada. «Espaço de referência na vida cultural» de Lisboa, é um dos argumentos. A ministra da Cultura já está agora mais ainda do lado deste tese. Com a cara na lama, e cada vez mais, fica a CML, que se mantém impávida nesta batalha…

Escrevam menos!

Este ‘micro-post’ já esteve inserido, mas retirei-o. Arrependi-me e ele aí vai outra vez:
«Ana Henriques, do Público-Local/Lisboa, e Joana Haderer, da Lusa/Lisboa, escrevem que se fartam sobre Lisboa. E sempre «na mouche». É bom ler-vos. Mas… não escrevam tanto, que lhes consome muito tempo. Devem ter outros ‘hobbies. O trabalho não azeda. A propósito, já me apetecem as cenas viradas ao social que são sempre aqui e ali desencatadas na Cidade pela Anabela Mendes, do Público, também. Volta. Estás perdoada, como dizia o outro.»

Registo

Automóveis e créditos

Em Portugal, no ano passado, 75% dos empréstimos ao consumo foram para comprar carro. Do total de empréstimos concedidos pela banca aos portugueses, 75% foram para a compra de casa.
Mas os portugueses, regra geral, pagam.
E não estão muito endividados: o endividamento não passa dos 20% do seu rendimento. Menos do que acontece em vários outros países da Zona Euro.
Quem diria…

João Soares

O ‘Expresso’ dá como quase certa a candidatura de João Soares à câmara de Sintra. O próprio é que ainda estará indeciso. Mas é assegurado na última edição daquele semanário que está garantida uma vitória sobre Fernando Seara.

Hospitais

Transformar as actuais SA, com a sua aparente intenção de gerar lucros, em EPE’s, é uma das medidas do governo. Entidades Públicas Empresariais. Melhorar a gestão e apontar para um nível de descentralização. Ouvi o ministro da Saúde.
A ver vamos.

O PSD já não «manda» nas televisões

Notou-se durante o Congresso do PSD em Pombal. A má vontade com que as televisões deixavam os seus temas do momento para irem penosamente até Pombal e o desplante em abandonarem o discurso de Santana Lopes sexta às 20 horas para regressarem aos estúdios são disso mesmo indicadores.
Luís Delgado já não é o que era.
O seu comando na PT-Lusomundo mantém-se.
Mas Delgado já não mexe nos botões da ‘régie’.
O PSD continuou disciplinadamente a alinhar-se para os telejornais.
Mas os telejornais já não alinharam pelo horário do PSD.
Os seus temas favoritos no fim-de-semana continuaram a ser até à exaustão o funeral do Papa, o casamento do Príncipe Carlos, a morte do Príncipe Rainier, a doença do marido da Princesa Carolina…
A verdade é só uma: o PSD já não emociona os telejornais. Nem a emoção e a lágrima atravessada na garganta de Santana Lopes.
E ainda acresce que na leitura do discurso final (leitura, mesmo), em vez de empolgar os presentes, Marques Mendes mais parecia um notário a ler uma escritura do que um líder acabado de eleger e a arrancar para uma grande batalha.