Jornal das 11 / dia 14 de Abril
PS-PCP/Lisboa
Com Bloco. Se houver coligação é com o Bloco. Se houver. «Projecto para Lisboa»,
disse Jorge Coelho. «Não temos nada contra», disse Jerónimo de Sousa, referindo-se ao
nome de Carrilho.
Para a semana há mais: nova ronda negocial, algures na próxima semana.
Que Desporto?
Estou com Martinho Baptista, líder da bancada do PCP na Assembleia Municipal:
primeiro, a maioria PSD-CDS na CML acabou com tudo o que era desporto popular, a
começar com os Jogos de Lisboa. Agora, bem a seu jeito e já na rampa de lançamento
das eleições autárquicas, lá aparece uma ideia ‘salvadora’: Sporting, Benfica e
Belenenses dão as mãozinhas a Carmona e vai de organizar uma Taça.
Desporto popular, isto?
Que pantominice. Que cabala. Que mentira.
Quem terá engendrado este remendo?
É gato escondido com o rabo de fora
Mais para os privados
Santana Lopes sobre a solução Carmona para o Parque Mayer: «A nova solução deu
mais aos particulares».
Aí está. A táctica vai ser esta: desgastar, desgastar, desgastar.
Prevêem-se fortes guerras e denúncias acerca de Carmona, se ele for a votos. E não
virão nem da oposição nem dos adversários. Virão dos santanistas. É vê-los já a avisar.
Ainda vamos saber muita coisa que nem imaginávamos sobre Carmona e sobre
«particulares».
Eu acho, sim!
(Não acaba de em perguntar se acho?)
A propósito: no meio desta guerra meio surda entre santanistas ecarmonistas, vocês
nem imaginam o que ainda vamos saber, sem perguntar nada...
Delírio
Delírio por delírio, hoje é o meu dia. E sei de fonte segura que ‘A Capital’ se vai
candidatar ao Nobel do delírio. Não é um desmentido nem um confirmado: é só um
prémio para o meu amigo Rogério Rodrigues.
Nota, para que não restem dúvidas: seja ou seja mentira, eu, hoje, escreveria sempre
isto!!!!!
Registo
TVI
Lá por Queluz, a TVI não é só flores. Paes do Amaral andará às turras com Moniz.
Os jornalistas e outros profissionais queixam-se também dos ordenados que só voam
baixinho. E pode haver bernarda na estação. Um dia destes, ainda vamos sintonizar a
TVI e ver apenas um ecrã negro passe o delírio. Mas pode acontecer como na RTP no
dia 25 de Novembro à noite: corta a emissão/mete um filme cómico e ‘tá a andar.
PS atola-se
O PS, com esta, meteu completamente o pé na poça. Se for mesmo verdade o que
Alberto Martins disse ao ‘Diário Económico’, o PS bem pode limpar as mãos à parede.
Com que então, dividir as presidências de câmara de todo o país bem divididinhas com
o PSD?! Com que então, eleições só para a Assembleia Municipal, saindo dali o
presidente da câmara e escolhendo este os vereadores?
Mas isto é o 3º mundo?
Então e o pluralismo consagrado no texto constitucional? Uma tal aleivosia, que já
anda por aí há pelo menos 20 anos e já foi denunciada milhares de vezes como anti-
constitucional, implica também que se faça na Constituição um corte à medida deste
fato.
E já agora, mudem a designação de presidente de câmara para PREFEITO.
E atribuam-lhe a capacidade de escolher a família para a autarquia. E garantam-lhe
o poder de vender sozinho o património municipal (na prática é para onde esta proposta
de lei aponta, evidentemente).
Adeus, Democracia. Adeus, participação popular.
Já agora, que o PREFEITO possa escolher quem vota, quem fala, quem escreve.
Alberto João não faria melhor.
Novidade, isto??
É uma ideia re-velha de décadas
Mas quantas vezes ouvi e li o saudoso Luís Sá lutar contra esta ideia macabra.
Vão-se lixar mas é mais o vosso «choque tecnológico»!
Para quê?
Vale bem a pena !
Esta proposta de lei, se é assim - o que até me custa a crer - é completamente
assassina da democracia.
Senhores, para quê um «choque tecnológico», se o que está em cima da mesa é um
choque eléctrico na democracia?
Transcrição que vale a pena!!
Intervenção de Manuel Figueiredo, vereador da CML, na sessão deste órgão, ontem
de manhã:
«Algumas notas sobre o Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras da
CML relativas a 2004. Relatório de Gestão e as Demonstrações Financeiras da CML
relativas a 2004 confirmam todas as preocupações que temos vindo a manifestar,
demonstrando a degradação da situação da cidade, que aliás é sentida pelos munícipes.
2004, foi de facto o pior ano da actuação desta maioria de direita, a qual acentuou
três vertentes, todas elas gravíssimas e muito preocupantes, e que são:
O aumento do endividamento do Município
Um claro agravamento das despesas de funcionamento, em detrimento das despesas
de plano, o que igualmente se verifica na comparação entre despesas correntes e
despesas de capital
Uma taxa de execução a um nível tão baixo que seria inimaginável, demonstrativo
da incapacidade desta maioria para governar a cidade.
Em relação ao endividamento, comprova-se que as nossas preocupações eram
fundadas, pois verifica-se que as dívidas a curto prazo atingem o valor de 253 M.
A dívida a fornecedores e outros credores mais do que duplicou de 2003 para 2004,
passando de 100 M para 210 M. Já não há como esconder esta situação
No que toca ao agravamento das despesas de funcionamento, aqui vão alguns dados
(em percentagem do total):
ANOS Desp.func. Plano
2002 52,1% 47,9%
2003 53,4% 46,6%
2004 61,1% 38,9%
Por outro lado as despesas correntes, no valor total de 364 milhões de euros tiveram
um peso substancial no total das despesas executadas, representando 70% do total das
despesas.
Deste modo, as despesas de capital, no valor global de 159 milhões, representaram
apenas 30% do total, sofrendo uma diminuição 85,3 milhões de euros face a 2003
Quanto à taxa de execução, bem, os números falam por si:
As despesas relativas ao Plano Plurianual de Investimentos tiveram uma execução
de apenas 33%
Em 2003 a execução do PPI foi de 48%.
Em 2002 de 52,%., e
Em 2001 (no mandato de esquerda) foi de 63,4%.
Quanto ao Plano de Actividades, registou-se a mesma "desgraça", tendo atingido
uma execução de apenas 46%, saliente-se que estas taxas de execução, que também tem
vindo sucessivamente a degradar-se, à medida que esta maioria vai governando a cidade
(e se vão perdendo os efeitos induzidos pela governação anterior), de tal modo que, esta
taxa de execução se compara com:
55% em 2003;
62,1% em 2002; e,
68,9% em 2001.
A título de exemplo do quão má foi a execução, elencam-se algumas percentagens,
em termos de Plano Plurianual de Investimentos:
Reabilitação Urbana (uma bandeira desta maioria - veja-se a propaganda paga pelo
munícipe espalhada pela cidade, com não sei quantos milhares de habitações
reabilitadas), pois a Reabilitação Urbana teve uma execução de 10% (é isso mesmo,
90% do que estava previsto ficou por fazer).
Segurança dos cidadãos, execução de 35%;
Intervenção Social, 16%;
Educação e Juventude 15%
Se analisarmos as Despesas com a Aquisição de Bens de Investimento, a sua
execução, face ao previsto no orçamento final foi de apenas 35,6%, salientando-se:
O Investimentos directo da CML em edifícios afectos a instalações desportivas e
recreativas com uma taxa de execução de 13,7%.
O investimento em Equipamentos Sociais, com 13,2%. Ou ainda,
O investimento em Infraestruturas Culturais com apenas 6,6%.
Seria fastidioso estar aqui a ler o rol da não execução.
Pelas razões apontadas, iremos votar contra o Relatório de Gestão e as
Demonstrações Financeiras da CML relativas a 2004». (Manuel Figueiredo, vereador do
PCP na CML)