domingo, outubro 15, 2006


Lisboa: mãos na consciência
História chocante
Associação encerra ao fim de 3 anos por absoluta falta de apoio

É um raio de uma história. Há nesta narrativa a prova de uma grande insensibilidade que envergonha quem tiver vergonha na cara. Chegou ao meu e-mail, para análise e divulgação. É uma história de arrepiar. Ao fim de mais de 400 pedidos de apoio que fizeram a diversas entidades, «até à presente data não existiu nenhuma resposta positiva, e muitos outros nem tiveram a ombridade de responder, como foi o caso da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima e o Departamento de Acção Social da Câmara Municipal de Lisboa, etc, etc ...».
«Desde a fundação da nossa Associação, ou seja, 11 de Setembro de 2003, até à presente data, foram-nos solicitados cerca de 3.000 pedidos de ajuda, nomeadamente: 1007 pedidos de ajuda jurídica e encaminhamento, 832 pedidos de ajuda no Gabinete de Apoio e Encaminhamento ao Imigrante, 297 jovens e pessoas desempregadas, 19 de violência doméstica, 700 de acção social, pedidos vários à Junta de Freguesia, Câmara Municipal, Gebalis, Acção Social da Santa Casa da Misericórdia, EDP, TV e NetCabo e outros».
Mas muito mais: a actividade tem sido frenética. Pode ler uma síntese por eles enviada no
lisboalisboa2.
Aos apoiantes particulares, o presidente da associação escreve uma carta emocionada. Diz-lhes, entre outras coisas. «Conseguimos prover de forma mais substancial, concreta e eficaz, às solicitações, necessidades e carências de toda a população da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima e da Cidade de Lisboa que encontrava como "único" apoio a nossa Associação e que pelas razões anteriormente expostas fomos obrigados a encerrar a Associação de todos nós».
E a fechar: «Encerramos a ADSCFNSF de cabeça erguida, com o sentido de missão cumprida e com a convicção de que existe muito mais para fazer, mas somos obrigados a abandonar um projecto que ajudou muitas, mas muitas pessoas necessitadas, com carências económicas, sociais, familiares e que viam em nós e só em nós um porto de abrigo».
Eu registo estes factos. E agora? Ninguém está interessado em emendar a mão? Acção Social da CML? Governo? Santa Casa? É deixar morrer e pronto?
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