Caso Bragaparques / Câmara de Lisboa
As leituras de fim-de-semana não me trouxeram de novo tanto como esperava.
Soube hoje três ou quatro coisas estranhas neste processo ou no que dele se sabe:
- que a Judiciária está a investigar (também?) financiamentos a partidos. Assim, sim. Acho que esse caminho é interessante;
- que a Judiciária acelerou as investigações quando Névoa tentou aliciar Sá Fernandes - pensava que os factos de 2003 a 2005 é que eram mesmo sérios (e se houvesse investigação forte, Sá Fernandes não teria sido alvo de tentativa de aliciamento). A participação do PCP está lá desde Agosto de 2005;
- soube que Gabriela Seara está a ser investigada enquamto chefe de gabinete de Carmona nesse tempo - e não como vereadora;
- soube (recordam-me) que Vasco Franco tanto elogiou este negócio que até produziu um artigo de panegírico no «Público»: o célebre título («Finalmente!») e a sua fórmula exclamativa ficaram-me na retina mas já não o tinha presente. Reli-o hoje. Muito educativo. Claro que o quadro era outro. Mas é significativo, em todo o caso;
- recordaram-me que a Bragaparques é (ou era) das mulheres dos dois empresários de Braga;
- soube hoje que as duas empresas quye abdicaram da sua posição cimeira na hasta pública são de Barcelos (são uma só?), o que pode levar a pensar muitas coisas. Por exemplo: que Barcelos e Braga são muito próximas e que Lisboa é muito longe das duas;
- soube que a Judiciária tem o termo de identidade e residência de Fontão de Carvalho mas por lapso ele não o assinou. E isso é muito estranho. Muito.
Soube estas coisas todas. Mas não soube o essencial.
Estranho muito algumas outras cenas:
- que Santana tenha estado de fora até agora - mas já não está;
- que Pedro Pinto, Helena Lopes da Costa e Eduarda Napoleão tenham estado de fora até agora;
- que outros directores da época não tenham sido pelo menos ouvidos para esclarecerem coisas - não para serem acusados, não é isso que estranho: é que muita gente da área há-de saber o que se passou;
- assim como tenho estranhado que que o Bloco tenha agora uma posição coincidente com a de Sá Fernandes - antes não tinha: votou favoravelmente a proposta nº não sei quantos, como já publiquei. Era uma postura errada, acho. Folgo que hoje o erro esteja corrigido e tudo esteja mais claro. Mas nada mudou: a votação está lá;
- estranho os silêncios da comunicação social em relação às sucessivas posições do PCP e de Ruben de Carvalho. Um verdadeiro «black out». E eu sei muito bem porquê. Claro.
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1 comentário:
Gabriela Seara é arguída por um caso que remonta a um período em que era chefe de gabinete de um vereador da CML.
Por que carga de água é que esse vereador também não foi constituído arguído. Será por, actualmente, ser presidente da Câmara?
O único perigo de haver eleições antecipadas, é João Soares pensar que pode voltar a ser um sujeito político da história da cidade.
Bem... também haverá outros perigos bem maiores dentro do PS Lisboa...
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